segunda-feira, 18 de março de 2024

Hoje aparo os espinhos nas ruínas do tempo, arrastam-se pelas margens dos rios medido o sobressalto das encostas... Há palavras que latejam em nós, clandestinas germinando na nossa amargura elevando o alvoroço em percursos inóspitos dos nosso passos! Vamos soletrando as migalhas em gestos que nos vão fazendo erguer o olhar, como ânforas antigas que se enchem das sedes que de mão em mão, se vão tornando gloriosas. Os dias são fecundos, amadurecem como o trigo expectante que aguarda as a passagem das aves que chegam ao cais erguendo promessas… A mágoa, essa pode apoderar-se de nós nos passos incompreensíveis da vida por diferirmos, por discordar dos objectivos manipuláveis que alguns preparam com a vontade de nos asfixiar, mas!! Acredito que os caminhos da vida podem ser como a relva abundante dos prados verdes da Primavera, e que lá na frente a luz acabará por brilhar para todos os que chegarem de olhos abertos ao cimo da colina...Creio que o mais importante e simples do ser, é o que te constrói e revigora, sempre que deres um passo em frente nas linhas retas da existência vai haver um sopro para nos cativar!Mas hoje é nas intermitências do tempo que me sinto, opto por desbravar caminhos e, em silêncio, colho alvoradas suspensas nos sorrisos, com que me fecho, de olhos brilhantes quando me fixo, numa profusão de cores primaveris, como a que se instala no abraço dos dias...Os meus sentimentos são firmes, deixam rasto por onde sigo, continuarei a acreditar, mesmo que todos percam a esperança. Continuarei a amar, ainda que os outros gotejem ódio, continuarei a construir, ainda que os outros optem por destruir, continuarei a falar de Paz, ainda que assista a guerras, continuarei a iluminar, mesmo que me sinta no meio da escuridão, continuarei a semear, ainda que nada brote, continuarei a gritar, ainda que os outros se calem, continuarei a desenhar sorrisos, mesmo que no meu rostos resvalem lágrimas , transmitirei alívio, mesmo que sinta dor, convidarei a caminhar aqueles que decidiram parar, estenderei os braços, aos que se sentirem exaustos, porque no meio da desolação, sempre haverá alguém que nos olhará, querendo algo de nós...Mesmo num dia encoberto, haverá um lado onde sairá o sol e em qualquer deserto crescerá uma Flor...Mas!!! Se algum dia virem que já não caminho, não sorrio ou me calo, apenas aproximem-se que aceitarei, um abraço ou sorriso, isso será suficiente, pois seguramente me terei esquecido de que a vida é dura e me surpreendeu por um momento. Sei que sou uma das peças do caos da minha imaginação, estou de porta fechada, sem saída onde tudo acaba e começa, como um puzzle se faz de duas peças apenas, à margem dos sentidos que me mantêm cativo , lutando entre si como palavras que me querem decifrar para me dividir indignamente...

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