terça-feira, 12 de março de 2024

Hoje o tempo é uma porta sempre aberta que não suplica a ninguém o seu estado, não tem chave para ser aberta ela abre-se sozinha fica escancarada , é algo soberbo, soberano, transparente, sempre está connosco chega e se vai ao mesmo tempo, seja qual for o nosso caminho. Uns dizem que não perdem tempo, mas, acabam perdendo-o ou mesmo se perdendo nele! Perder é declinar o infinito, é alimentar apenas uma covardia, que só está ao alcance dos eternos... Espero que a Eternidade essa sim, perdure no tempo, sempre novo e que o passado fique velho! Para ser sincero, não sei se hei-de ganhar mais tempo, ou mais passado! Só sei que tudo tem o seu tempo nas nossas vidas, e se tudo tem o seu tempo é o porque ainda terei tempo...Continuo no mesmo lugar á espera que a porta que ficou entreaberta se abra na sua plenitude, porque sigo com o olhar a trajetória da minha caneta, que a minha mão segura… Como é fantástico imaginar esta fantasia que as minhas mãos projetam, como uma valsa, por isso escrevo, gosto do que sinto, embora possa escrever sobre qualquer coisa mas o estimulo seria outro, porque preciso de sonhar , sentir, viver, abraçar…É possível transcrever um sonho no papel e é isso que aqui faço! Tenho vontade que chova perante o derrame das águas, ficar encharcado até aos ossos, mas não por uma chuva qualquer, queria chuva de palavras nunca ditas, de todos os afetos por expressar, de todos os gestos por esboçar , de todos os beijos partilhados sobre a minha pele como gotas de chuva miudinha a escorregarem pela superfície levando a tristeza transbordando cada poro de mim mesmo… Hoje queria a alma inundada do amor, desse grito de silencio que tudo esconde e não proferimos sem entender o que nos impede de o fazer…Porque toda a ternura que sinto está ancorada … A luz do luar até me pode distrair como um poema por acabar, faltam as palavras , as mais simples , sinceras, que conseguem abraçar a ausência …Amo as palavras, mas a verdade é que posso amar os sentidos de forma escandalosa ! Por isso deixo que eles me embriaguem nas sombras, com palavras que escrevo…Apago…e volto a escrever, será que perdi o toque das letras! Era o que de mais precioso tinha…Preciso da força de todas as consoantes e do preciosismo das vogais , estas , soltam os meus sentimentos como um cântico sagrado que chama o olhar que tanto desejo transformar no meu mundo… Eu abro os olhos e deparo-me com muitas diferenças, sim eu sei… Mas, elas não marcam as minhas presenças, nem os traços que outrora escondera , abafara por medo de não mais voltar a sentir! Adoro as palavras que partilho, sinto-as como uma escrita sagrada, que tapam a solidão que se aprofunda nos sentidos que não ousei dar nas palavras , sempre escrevi com alma embora tenha, abafado gritos que não sei, desilusões que não contei, sonhos que não pintei, pesadelos que amputei de mundos que nunca escondi…Hoje as palavras soa-me a ocas ...Perdidas…como pegadas que não se fixam, as palavras geram um desamor mesmo exagerado, elas escondem o pavor, da saudade e da ausência erguendo muralhas com a caneta de debotar a derrota na tinta desperdiçada entre a luz que não se faz... Quando a luz no teu corpo se inflama a noite se apaga em mim, deixando-me como se tivesse o meu olhar aceso no amor...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...