segunda-feira, 4 de março de 2024

Hoje visto-me da ausência...Uma palavra tão pouco mencionada e ao mesmo tempo tão presente no nosso quatidiano! Talvez, todos tenhamos já sentido ausência daqueles que vamos perdendo simplesmente porque a vida não se compadece com as nossas fragilidades em perder pessoas que foram ou são pilares nos nossos dias … Nunca se prepara um adeus. Qualquer que seja... Imaginar um adeus não nos habilita a compreender a tontura de sermos apanhados de surpresa quando perdemos alguém… Preparar ou impor uma despedida não nos ensina a dizer adeus mas, simplesmente, a preveni-la … Muitos vivem na opacidade dos sentimentos por pensarem assim, ao invés dos viver, tentam-se preparar para um fim que só nas suas cabeças existe! Há situações que não conseguimos evitar...Achamos sempre que poderíamos, deveríamos ter feito mais... mas acabamos por aprender a viver com a perda…Não sei se isso nos torna mais fortes, bem! Eu acho que não , mas é apenas uma opinião! Há também outros tipos de ausências...Ausência do tempo em que éramos crianças e a vida estava de portas abertas para nós. Claro que com a idade umas se fecham mas outras se vão abrindo, mas algures fica a sensação de perda de haver algumas coisas que já não nos pertencem e não, não estou numa crise de identidade ou idade, a vida é mesmo assim … Há ausências que nos são impostas e ausências que criamos, seja porque razão fôr. As que nos são impostas aprendemos a conviver com elas, outras acontecem por circunstâncias da vida e o ser Humano, que tem uma capacidade fabulosa de adaptação, lá sobrevive, redefine os seus objetivos de vida, ergue a cabeça e segue em frente. O grande problema é que por vezes a vida nos passa rasteiras e o que já estava assumido como ausente aparece do nada, e aí a confusão fica lançada. Nós, Seres Humanos, somos particularmente resistentes, no entanto nem sempre estamos preparados para as surpresas que a vida nos reserva, sejam elas boas ou más. Parei agora e reli o que escrevi e até me rio ao pensar que poderá este texto ser interpretado como uma qualquer mensagem codificada...que não é de todo!!! É apenas uma reflexão do dia de hoje, e dos últimos tempos, das pessoas que me são próximas. Mas para chegar ao cerne da questão falo das ausências que tentamos assumir, com toda a sua perda inerente. Assumimos conscientemente determinada ausência, pois no prato da balança com tudo devidamente pesado o resultado é que a ausência é menos prejudicial que a presença…Porque uns merecem tanto e outros, não merecem tão pouco! Temos dias que nos despimos dos nossos mantos, afastamos os adivinhos e mágicos, para ficarmos sozinhos em silencio, ante a nossa própria face, mas de todos os ausentes há aqueles que nos fazem falta , de mãos , de ombros onde o nosso coração desce as escadas do tempo mas não os encontramos , apenas avistamos planícies de silêncio, mesmo que os seus rostos estejam para alem do tempo opaco este jardim de silencio é de todos o que se faz mais ausente… Por isso meus amigos, nao devemos poupar palavras como, gosto de ti, és importante para mim nesta vida... Só existem dois dias do ano que nada pode ja ser feito, um é o ontem e outro o amanhã!

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