sábado, 16 de março de 2024
Hoje recordo -me quando era pequeno, nessa altura, não entendia o choro solto das pesssoas ao assistirem a um filme, ouvir uma música ou ler um livro. O que eu não sabia é que as pessoas não choravam pelas coisas visíveis. Elas choravam pela eternidade que vivia dentro deles e que eu, na minha infantilidade, era incapaz de compreender...
O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas, deixo-me tocar por pequenos milagres do cotidiano, que é na memória que a vida de faz contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos...Pessoas, situações...As crianças têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para elas, um filme é só um filme, uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade...
Diante do tempo, envelhecemos, nossos filhos crescem, muita gente parte. Porém, para a memória, ainda somos juvenis, atletas, amantes insaciáveis. Nossos filhos são crianças, nossos amigos estão perto, nossos pais ainda vivem, nem que seja em nós! Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro de nós. Quando nos damos conta, nossos baús secretos…estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, ddo que deixa saudades, do que doeu além dos dias, do que permaneceu além do tempo...
Hoje sinto esta capacidade de me emocionar na ponta dos dedos, sinto-me sensivel, vulneravel como se todos os meus compartimentos estivessem escancarados de alguma maneira. Fico sensivel com aquela música que ja ouvi no carro como se fizesse parte de mim, mesmo que passem anos, ha lugares, ha pessoas que a sua memória afetiva não obedece a calendários, não caminha com as estações, volta no tempo e faz-nos reviver sentidos...Dizem que o tempo cura tudo, mas não é assim tão simples, mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram. O que a memória ama, fica eterno! Abrimos o caderno onde apontamos o futuro, Fazemos uns traços coniventes nas metas não cumpridasque sonhamos, fingimos para nós próprios, querermos erguer a bandeira da mudança, e projetamos um futuro para todos os sentidods, mas para o corpo juramos apenas os abandonos que a nossa alma deixa como arrependida...A par dos sonhos o fogo é inconsistente de esperança, a resiliência é discreta na letargia da pouca força que me resta...
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