terça-feira, 17 de maio de 2022

Hoje segui o teu rio, essa frescura no teu olhar que se transmite pelas mãos, levando-me  para longe onde os ecos da tua  voz, se fazem sussurros em forma de sorrisos. Nada nos espera no submundo mas juntos podemos caminhar sobre a terra e fazer do amor a nossa unidade. A vida há muito que passou pelo silêncio do tempo, esse culto de ética hipócrita  onde as almas se desnudam em buscas dos deuses … Não sei nem consigo ser hipócrita por muito que me remeta ao silencio das luas eu sei desfalecer também ao sol com o estremecer das estrelas, elas amam-se no anonimato sedutor do feitiço da noite como as bruxas , sussurrando a respiração no murmúrio da mutuação das sombras e do sono… Hoje está uma neblina noturna, com uma textura sombria que me envolve no misterioso aroma das trevas que se faz extramente belo como se caísse dos céus flocos de neve e suavemente tocassem a minha pele e me beijassem como um raio de sol! Posso escutar-te em tudo, como quem escuta a melodia dos búzios , posso tocar-me como se os meus olhos tivessem mãos, posso sentir-te como se o orvalho regasse o meu coração, posso ver -te nascer como se fosses a mais doce aurora. Não quero que te vás, fica nem que seja até a lua chegar ao meu deserto, deixa as tuas cores inundar de luz esta terra onde o ódio não tem lugar e o amor gera as marés até ao arco-íris , deixa-me ler a tua historia e com a cegueira que o amor gera, deixa-me compor a historia onde só o coração possa traduzir o compasso dos silêncios que a as estrelas desenham no olhar longínquo das sombras que ressoam nas paredes do meu olhar… Hoje falo de ti nas palavras improvisadas, este festim em chamas, como que  estabelece o limite dos nossos corpos na insónia perfeita da musicalidade da ternura , caricias que os meus dedos dormentes percorrem enquanto repousas em mim. Chamo-te ao equinócio do meu olhar com a primavera no peito, na lucidez embriagante , inquietante que sempre sinto nem que seja apenas com o meu olhar. Ainda não acordei deste sonho que me deixou suspenso no teu olhar, esse adoçante da alma com cheiro a canela, revestido das tâmaras da tua pele incandescente, polpa despida e mansamente tomada pela brisa do amor. Cada Brisa que o mar projeta em mim, acrescenta-me a saudade da lembrança das nossas mãos sobrepostas, junta-las foi o meu maior desejo, e olhando aqui na janela do amor, agora que as juntamos quero-te em todas as circunstancias da minha personalidade .  

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Hoje tenho as mãos enterradas no som minado das palavras, silencio esse que descansa dentro de mim na síntese da realidade que levamos de mãos dadas, fazendo resistir o sentimento quando estas não são suficientes…Sei que és uma nascente de luz que se derrama no meu estuário, desaguando os abraços que nos abrigam na rebentação das ondas que os dias vão gerando nos nossos mundos. Ninguém é de ferro nem temos corações de pedra, resistimos aos erros e ás palavras já falecidas no despir do amor, submergimos o bálsamo dos nossos sentidos na quimioterapia do sangue que bombeamos e mutuamente entregamos na embriaguez das nossas origens. Jamais vou querer perder este chão onde respiramos juntos, ele acrescenta-me o equilíbrio o olhar longínquo e me dá a força para te fazer viver em mim , sobrevivendo a tudo, para que eu possa cair primeiro que tu no teu abismo. Nem sempre conseguimos escrever nas paredes dos céus porque as nuvens que passamos , trespassam  a defesa franzina que nos protege, mas se cultivarmos as palavras sem as escrevermos, beijaremos a mente, a boca ,  de quem amamos , gerando a nudez no olhar, desvendaremos caminhos, quando a noite descer pelos degraus do sol, é neste esboço de vida que desejo desenhar a linha do sonho porque, nada mais sobra numa memoria florida para além de um instante de amor… Um dia iremos esquecer que o sol se esconde nas vielas das almas débeis , um dia deixaremos as margens da nossa matéria, dos nossos corpos,  é ai que o pó nasce e ateia as mãos que deslizam a pele rasgando as lágrimas dos olhares que vão desvanecendo nas palavras renunciadas pelos estigmas da fome empobrecida da saudade que se converte em pureza do universo. Posso até me esquecer das palavras, dos gestos , do corpo, das silabas, de cada folha da vida  que outrora fiz minhas,  mas jamais deixarei cair das mãos o sonho que em mim bate hora a hora, minuto a minuto, segundo a segundo, e me faz soletrar vida no meio de tanto nada que me enche e me faz gritar apenas o maior grito que a alma profere, aquele grito que esquecemos de sentir apenas por sentir! Um Amo-te….


terça-feira, 10 de maio de 2022

Hoje se eu conseguisse reproduzir arte pelas minhas palavras , percorreriam o teu olhar, tão lentamente que desenhariam um poema que nos abraçaria um contra os outro nesta paisagem,  paradisíaca. Mas, as palavras fogem-nos ,  pouco a pouco, sem desvendar o querer que tão docemente  reveste de  noite em contraluz, com a matriz as mágoas que se despegam da felicidade  roçando o peito do amor na alma embriagada pelo perfume desta maresia do teu corpo! Eu embriago-me com as borboletas que se passeiam como Deuses de mão dada no amanhecer da luz, eu entro em combustão apenas com a acendalha do olhar que insiste em atear-me nesta combustão de vida que nos pertence. Desenho aqui e ali os contornos do teu corpo que parecem um lençol de água a acalmar este vestido submisso que a lua derradeira alumia na saudade estimulada pela doçura dos lábios em fome de mel! Este palato na vertigem do anseio é rebelde,  cheio de versos doces a roçar  a pele preservada nas audácias que a mente vai acariciando com a sede  naufragada de peito aberto que vou penteando na ondulação dos teus sinais que os olhos colocam em orbita ao assaltarmos um beijo que se desfaz em palavras que aqui escrevo sem voz,  apenas hospedes do nosso amor replicado e eclodido de mãos dadas que a carne não deixa tatuar nas sombras do aroma de flores que de ti emana... Só se vive uma única vez e nem sempre sabemos traduzir esta virtude da entrega solidária que se forma num laço de sangue que nos debela ao ponto de não conseguirmos desenha-lo em mares, rios  nem tão pouco, desatar os braços da cruz que nos aparta da essência, porque, se o que digo fosse arte jamais seria censurado esse abraço que fecha feridas abertas da ausência... Chamo a mim a luz, que me desfoca na audácia dos dedos  mutilando as palavras que em sufoco  não se escutam, atravesso os mares que nos separam e afundam os sorrisos como uma ave colorida que espalha as sementes em meu corpo que há de ti e me despem na taça do vinho que partilhamos no meio de um retrato que partilhamos mesmo que impreciso do amor sentido! Fizeste-te num ser que se embrulha na minha devassa de fortuna, em mim lavra, a tua  na alma, onde me escondo e agacho na nudez da sorte feita  que embeleza  a minha fonte de luz que me reflete. A vida passa suave como um sonho, e nesse breve sopro envolto numa brisa de amor, entregamo-nos ao processo diário desta maravilhosa aventura para quando fechar os meus olhos sorrir apenas porque a viagem que partilhamos foi exatamente como tinha de ser, passo a passo por amor no silêncio que os olhares da vida levarão daqui  até  ai.

domingo, 8 de maio de 2022

Hoje sinto que guardo numa mão, o tempo por abrir, na outra fechada,  o tempo esquecido,  confesso, que tem dias que homicídio o vazio violentando as palavras, ameaço a serenidade com um olhar carente, confesso…Confesso que violo o sigilo do coração, furtando a inspiração da alma num puxão de sonho, confesso…Confesso, que difamo a verdade tratando-a como um sonho injuriando-a sem acentos, sem pontuação…Confesso que não tenho sido criminoso, apenas tenho gasto as palavras , varrendo-as em segredos, caminhos , sonhos que dispo como um livro desfolhado, de folhas amarrotadas de tanto ser aberto e fechado…Não tenham medo! Deixem essa curiosidade de o abrir! Enganem também o silêncio, tentem apenas com as palavras, escritas em gomos, sussurrar a verdade que se aloja na vontade de falar…Há muito que esqueci o rumor  desse significado, Mas!! Confesso… Já quis ser palavra , mas perdi o seu significado na rebelião das marés onde a corrente da dúvida despiu o horizonte da ansiedade, sigo na cegueira das noites em que o meu corpo se fez vosso na sombra ... Hoje é um dos dias em que as paredes, que se vão adensado desfocam a saída….Mas!! Sei que te amo de forma perfeita, que do meu coração, quero que saia  faíscas de amor , que o teu sorriso brilhe como brilha uma flor num novo amanhecer!  Sei que um dia serei teu de uma forma inteira, que o meu coração te saberá entender e amar e por ti acalmará, e será de amor único que as tuas lágrimas serão como água de uma ribeira, puras e límpidas, molharão as pedras do altar onde seremos uno por inteiro. Procurei-te a vida inteira, obrigado por me ajudares a encontrar te.



sexta-feira, 6 de maio de 2022

Hoje apenas precisava que me dessem as tábuas, essas pranchas  feitas de madeira firme com que muitos erguem barreiras e se constroem as casas e barcos, quero essas tábuas rijas do tempo, que isolam a alma tão pouco explorada…Prometo com elas construir e alicerçar vigorosamente o entrelaçar das nuvens que decoram os céus  e nele voar com as asas que a promessa da vida me concedeu para  navegar simplesmente , navegar ! Há este sentimento em mim, sinto-me um País que abriga uma gente, uma língua um sol, que me metamorfiza  a pele, a boca, as fendas da memória como se fosse uma ave de asas abertas. Escuto uma voz que habita em mim, como o som de uma harpa que entoa no meu olhar como a luz do hoje e reflexo do ontem. Instala-se o brilho de todo o sempre, dissipa ecos ,soltam-se sorrisos leves e mais que isso para quem entende! Mostra-me a diferença entre um lugar e o sol, e os seus efeitos na vida com os dias que se vencem na escuridão, com uma estrela de áurea possante que aviva memorias e faz perdurar a historia. Parece tão simples, pois basta amar por inteiro , basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. A vida tem destas coisas, não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, o seu principal objetivo deve ser o de amar… Deve sentir e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar da paz… deve ser também criança de vez em quando…Um amor que se comova  quando a chamar “meu amor…”. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Preciso de um amor para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, do cheiro da relva depois da chuva, de se deitar e olhar o céu cheio de estrelas… do mar revolto e do mar calmo…do mar à noite a embalar os sonhos… Preciso de um amor que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque existe  amor… Preciso de um amor que me bata no ombro, a sorrir ou a chorar, porque eu estou lá para ela e ela para mim… Que me chame de amor, para eu ter a consciência de que ainda vivo… Por isso, hoje,  preciso de TI... Sem obsessão e sem dependência... Preciso de ti, apenas porque, há pessoas que não precisam de muito tempo para deixar muito mais, que outras, porque sem elas, não existimos, sem elas perdemo-nos ... Contigo encontro-me de dia e de noite, contigo, expludo , cresço, sem ti retraio-me...Contigo, sonho o futuro , sem ti, perco o presente e o passado que demorei tanto tempo a escrever...

segunda-feira, 2 de maio de 2022

 Hoje , acreditem as minhas mãos parecem um lápis, um pincel, nelas nem cabe  este sonho, que se vai abrindo, estendendo-se como um véu ao luar , cobrindo-me onde descanso as horas que pesam nos meus ombros! Desenho pétalas nos sorrisos mesmo que o tempo acrescente mais uma ruga, cada grão semeado germinará o perfume dos jardins que iluminará a estrela da nossa Alma. É com estas mãos que te escrevo, que te sinto, que te pinto na tela do meu pensamento,  imortalizando-te no beiral da minha Alma, vejo-te nele,  como se fosses uma estrela ali plantada, que me vela, e afaga com ternura num embalar de sonho feito brisa que desliza no meu corpo beijando o olhar… Não foi difícil encontrar-te , na noite ao som da chuva, envolvido numa neblina, decorei-me com o teu olhar o mais doce, brilho que as estrelas conseguem projetar!  Fecho os olhos aos pouco e deixo me envolver por essa nuvem de amor que me abraça meigamente , fazendo a noite evoluir para a beleza do luar. Talvez fosses tu que brilhavas subtilmente em toda a minha caminhada, não sei… Talvez fosses tu que me acariciavas no meio dos olhares perdidos que as duvidas soltam nas indecisões… talvez fosses tu que me aquecias o coração na tristeza e na solidão…Estou aprendendo a sorrir com o teu brilho a cada passo que damos de mãos dadas, soltando calor de uma mão para a outra que se transforma em luz, tocando a melodia que chamo amor para no final escrever a musica que nota apos nota nos faça saltar degraus e voar para a eternidade. Vou assim, nesse voo até ao infinito nas asas duma estrela,  colocar o coração na frescura do sonho...


sábado, 30 de abril de 2022

   Hoje estou naqueles dias em que me apercebo que a vida tem crueldades, mas também delicadezas que se  estendem além da paixão, se manifestam em nós, como relâmpagos e trovões! Umas vezes trazem a  desejada permanência de  amizade, família, trabalho, amor, por isso eu digo-o que somos realidades que se chocam com as crueldades e delicadezas da vida! Por muito que tenhamos profetizado os nossos dias eles serão sempre um aprendizado que muitas vezes se manifesta em nós da pior forma... Umas vezes tiramos baixo aproveitamento outras vezes , passamos com distinção…Queremos sempre o milagre  perto mas este pode demorar uma eternidade a germinar em nós,  e o chão, vai-se afundado deixando o tapete que sempre deslizou nos nossos pés irregular, expondo-nos a um mundo que se mostra cada vez menos humano… Falta em muita gente o conceito de família, lar! lar é,  onde se partilha a mesa, é onde se sonha com o sono de criança, é onde se avista a luz acesa, é onde os ruídos nos embalam, é onde se discute a posição dos quadros, e os objetos  têm vida e nos contam historias… É disso que sinto falta …Hoje sinto-me resiliente, mas,  não sinto vergonha em chorar, todos choramos, uns choram para fora, outros preferem guardar, outros escondem, fingem num sorriso amargo que nada os atinge… 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

 Hoje nesta espécie de despertar que não lhe posso chamar acordar,  penso em ti, ou talvez tenha dormido a sonhar contigo, e viajei no teu amaciar de noite…. Acordei com esse teu rosto na minha memória a trazer-me saudades, como se a minha cama fosse enorme,  demasiado grande sem ti e os fios dos teus cabelos se não se sentissem sem a tua presença, mesmo tendo  tanta saudade. Os raios de sol que trespassam as brechas dos estores  enfurecem-me por não me deixarem continuar a sonhar mais uns momentos contigo. Nasce uma verdadeira luta, eu firmo as pálpebras tentando voltar a dormir e a claridade torna os seus raios mais firmes para me acordar. O dia vence! Eu desisto! Abrindo assim  as janelas para que o sol traga a brisa matinal para dentro e me inunde com o teu aroma doce, que vais deixando por onde passas…   Já não consigo sonhar contigo, mas posso pensar em ti e  imaginar-te a esta hora, linda ao acordar. Uma imagem do teu rosto surge-me ainda mais forte na minha mente eu tento rever-te melhor, saborear cada traço do teu rosto, mas quanto mais me esforço mais insuficiente parece a imagem que surge, até começo a sentir um odor doce e acre simultaneamente, provavelmente será recordação do teu perfume, ou melhor, a memória do intrínseco odor do teu corpo que o meu não quer esquecer. E não é a única coisa que não quer esquecer...  São estes longos e agridoces momentos que penso em ti, que me fazem perceber que tenho de deixar de o fazer, pelo menos por agora, o dia  deixa o rasto de mistura do calor dos raios de sol com a frescura da brisa que me invade o olhar e me  faz tombar na perplexidade do tempo que vai desenrolando o dia e o entardecer para mais tarde, fechar de novo a cortina de luz que se vai debruçar sobre a alma e certamente,  logo voltarei a sonhar contigo …Confesso que hoje aguardarei com ansiedade por esse momento, para novamente acordar a pensar em ti mais uma vez!  As cartas que aqui escrevo, são de um eterno, singular,  amor, que não tento explicar, porque há coisas que não se explicam, apenas se sentem. Desde o primeiro dia que abracei essa proximidade , que senti que não é feita só de ternura , mas, de muito mais que isso… Cada som que vem do fundo  do ser é um murmúrio de saudade que se espalha pelo infinito, não soa ao mar, ou tão pouco  ao respirar das ondas, parece sim,  um bocejar de entardecer que entoa na alma as palavras que vão dando cor ao amor que se funde com o pensamento. É preciso entendermos os gestos, nas palavras, nos silêncios onde quer que estejamos para que um de nós vá sempre procurar o outro.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Hoje a noite cobre  todas as sombras que se recolhem no seu ego disfrutando cada medo como vitórias, fazendo  tombar este escuro que recolhe as lágrimas, outrora tão rotineiras quanto as passadas dos manequins que deambulam tentando cativar um olhar mais atrevido ou um gesto que desbrave sentidos já tão contaminados pelos sentimentos soltos! Vamos retirar a âncora deste meu barco e deixar a alma ser a timoneira neste peregrinar! Talvez um Destino anunciado ...Navegar tocando aqui e ali o coração daqueles que se dizem mais altos no pensamento tão nosso ! Sobre o cintilar das estrelas hoje tombam  talvez, apenas aqueles que tenham faltado a verdadeira sinceridade! Só numa alma virgem sem artifícios nem luzes de ribalta, sobressai  a humildade e o reconhecimento de saber que somos todos pó  e em pó nos tornaremos também todos …Para quê? Remar apenas!! Se o olhar deste mar preso não só comtempla sombras paradas e consciências adormecidas num ontem que já nem faz parte da história, para quê? Reconduzi-las até ao ínfimo  pedaço onde as palavras são migalhas que alimentam a alma e o sonho ainda é aquele lago límpido onde a alma lava todas as feridas.  É tão bom, quando erguemos a ponte entre os que adormeceram em leitos de espinhos, facilitando os que carregam o ideal jamais derrubado por qualquer fanatismo ou pelos desentendimentos que vão aparecendo a cada esquina da vida! Mas!! Eu,  também sou um grão no meio deste pó todo! Limito-me  com estas mãos e com o papel  limar arestas rudes,  deixando em cada SER a razão deste permanecer! Podem até me chamar louco por desvendar silêncios que as palavras desnudam a cada olhar no fulgor a nu da lucidez, fazendo esquecer o ego para voar no mundo onde as palavras são a misticidade de cada amanhecer , porque as palavras amigos hoje, podem ser o vértice da alma.

terça-feira, 19 de abril de 2022

HOje tudo conta, até as fissuras  das certezas vão espreitando as incertezas com que por vezes pintamos essa tela que de azul só tem este céu onde as mãos tentam tocar no momento do sonho. Há tanto tempo que os raios do céu, me deixam preso no fogo que me transcende , fazendo-me viver na aridez do silêncio que perdeu a voz e o espanto dos sonhos depositados na alma. Deixei nascer esta raiva escondida,  que se prolongou pelas noites,  deixando-me nas mãos a loucura e a pena esmagada entre os nossos dedos que se acolheram. Que sabem os outros do que se intimida do olhar que anuncia a bênção dos céus, onde se deslingue  se a água é o vinho que se ergue desse maldito cálice que só transborda ódios, se o amor flui na brisa tal como a carícia de uma criança… Que sabem os outros das lágrimas que escorrem sobre o manto da fome, alimentando as veias doridas deste nada que se esconde e se renova,  ressuscitando a cada amanhecer? Será que há alguém desta solidão que se passeia sobre o dorso da noite gritando a morte branca, quando se deixa envolver nos suspiro, nos sufocos suspensos entre o partir e o ficar dos sentimentos jogados ao chão, apenas soletrados em todos os compassos deste mundo caído …Que sabeis do amor,  quando o nosso olhar se torna Outono inverno , roendo cada osso deixando transparecer esse vício onde tudo se corrompe para depois ser pó? Que sabes tu deste cadenciar que enlaça o corpo maduro e deixa nas mãos a única certeza que toca os sentidos e se esbate no pensamento libertando a pureza do amor esmagando pela luxuria,  um animal que vive dentro de cada um mas só alguns tem a coragem do alimentar? Que sabes tu dessa  batalha que deixaste regar  na boca o sabor amargo de quem nunca mordeu esse pedaço de carne com que se saciam os uivos de tantos lobos? Qual será a cor que mais  traduz e espalha  terror  vingança? Que sabeis deste espírito que  vagueia entre o ser e toda a misticidade que envolve o olhar que se deixa levar pela hora do perdão, que se ajoelha de todas as dores para  amanhã  erguer da verdade a sua plenitude ? Nada sabeis certamente e eu também não!

 


sábado, 9 de abril de 2022

 Hoje consigo ver sem sonhar,, desistindo do sonho...Vou fechar os olhos e atravessar a neblina que caiu aqui , como um manto que me faz esquecer sem nunca ter esquecido, porque nisso sim, eu sou abençoado , é  a estrada que ne está destinada. Já fiz Perguntas, reticências, já tentei dar sentido a esta falta de sentido, mas a desobediência da vontade esconde a luz, não  mostra o seu brilho e me ofusca o olhar… Eu remexo a razão quando a verdade me diz não , eu , olho as marcas sem vontade , eu visto-me de noite para esconder as tempestades, mas nunca me escondo de mim, não me envergonho, mesmo que as lágrimas deslizem em desalinho num compasso sem retorno marcado, as  páginas deste pergaminho escondem-se neste céu . Como posso ver sem sonhar, escrevendo silêncios ou trancando-os no ar ? Fechando estradas, abrindo fronteiras?  Hoje despi-me dos preconceitos na limpidez de um sonho,  procurando apenas a magia no espelho da realidade. sonho, mas!! Tristemente fiquei encurralado na limitação, da expressão, que me levou adormecer…Volto assim ao sonho profundo onde a magia acontece e rasga o horizonte , mostrando a montanha perfeita onde a nascente de água se vai deixando cair,  límpida e transparente no meu rosto cansado . Vagueando nas ruas da alma,  vejo portas mal fechadas , espaços vazios, fechaduras forçadas , olhos turvos, que no silêncio acutilante vertem lágrimas  por tanta pergunta amontoada, num canto sem respostas…Deixo-me cair por apenas ter a certeza que perdi as cores com as quais um dia me pintei…

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Hoje deixei o  céu tombar o macio branco que se deixou enroscar neste sol envergonhado, fecho  o seu pestanejar sobre o rosto macerado do tempo onde as flores foram violentamente  colhidas com as gotículas humedecidas deste estupido olhar que me deixei fixar… Não consigo soltar o perfume dos afetos na transparência e honestidade que supostamente deveria pulsar na pele cedida ao arrepio breve inóculo, desmaiado, leviano do desejo egoísta premeditado… Tecem-se mentiras, em lagrimas que quebram de vez o nó que chegava a asfixar os sentidos , mesmo neste corpo adormecido  que perdeu a alma sem nada pedir em troca! Não era assim que me revia no fio condutor desta vida, mas seja assim feita a noite, que ela caia sem regresso…Vou ficar ali no meu canto, sentar-me na minha praia a escutar o marulhar deste mar na lentidão do tempo nas trevas da memoria . É tão triste quando as palavras vibram como feridas, porque será que mereço este mar, que bate no meu corpo enchendo-me de marés de silêncio quando a frescura do areal apenas aguça o eco da saudade nos meus lábios! Sinceramente já nada sei mesmo desta vida , eu que já tão pouco sabia, fecho os olhos carregados de sal nas dunas de um sonho que se espuma nas minhas mãos , quando o que mais queria era retê-lo em mim,  vivendo dele gota a gota, mas!! A água cansou-se, paralisou-se no meu olhar que parou.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...