sábado, 14 de outubro de 2023

Hoje o tempo transforma-se como uma fortaleza de papel, onde todos os passos se resolvem em caminhos esquecidos, por horizontes que se erguem como livros arremessados! Antevi tudo o que me cerca, como se tivesse que esconjurar silêncios, que guardei do mundo quando estes me traçaram a órbita. Tenho nas minhas noites e nos meus dias os amores das estações, mapeadas em latitudes e as longitudes...Guardei tudo aqui, os pontos fundamentais que me marcaram o norte e o sul e o perplexo...Hoje vou dar-me a esta ilusão de uma noite lucida e depois parto pelos dias dentro, interiormente, como uma maré de um sentimento. Tenho na pele a nostalgia de um lugar perdido onde emergem grandes navios adormecidos no horizonte azul ferido. A morte dançam-me no olhar pensativo silênciado. Esta coreografia de lágrimas finda, escondendo na imobilidade dramática das palavras mentidas o diário da falta de senso que se transformaram em arranhões no ferro que fundiu as linhas do meu Mundo no fim do amor que nunca brilhou a recompensa de um destino.Ah! Enquanto eu desejava essa recompensa outros se escondiam em massagens divergentes, ficticias, mas eu lutava no labirinto dos efeitos e das causas pela diversidade das franjas que apelavam honestidade ... Hoje sinto tudo ao meu redor, o ar, o som, o espaço, o vazio, até mesmo a gravidade, sinto pulsar em mim, quando oiço o sangue dentro de mim a circular nas artérias, tudo me impele os sentidos, sinto-os como se sentisse do meu passado a dor do crescimento dos meus ossos, hoje vejo tudo de forma diferente, a dor não nos deixa ter os sentidos apurados, e quando percebemos o calor das inquietações, acenamos envolver os mistérios, jogá-los ao céu com o intuito de desembaraçá-los. Porque há mentiras que não nos esquecemos, sabíamos da sua verdade, o comum mortal tenta aguçar o olhar, e ao fazemo-lo os erros ficam salientes como colinas no nosso olhar, já não os conseguem esconder... perdemos os sentidos, o desejo, o medo, nada existe em nós apenas a mudança de olhar, um virar de olhos, um passo à frente e qualquer gesto muda tudo ao nosso redor. Como se a atitude principia-se a alternância do mundo, qualquer palavra se tornasse órfã diante dos nossos demônios... Queria tanto guiar o bom senso mas, diante de tantas reflexões, caímos dentro da realidade, sinto que o mundo não precisa de um alinhamento, quem precisa somos todos nós, tudo aquilo que nos torna humanos são delitos interiores, que decididamente me desorienta e acomoda. Não dá para ficar à parte. As maiores mazelas moram dentro de nós, a doença adoece o mundo. nosso olhar fatigado anui o câncer que vive à custa de nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significativas de apatia? talvez , não sei, ao menos se a luta fosse abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se curar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes, esta mudança ornamenta os caminhos com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura ao redor. Chega uma hora em que precisamos ficar de mãos dadas, e firmes para suportar tempestades e atribulações naturais rumo à felicidade, percebemos finalmente que cada pessoa depende da outra para sobreviver, e que a união é necessária em muitas ocasiões. Abrimos os olhos e então finalmente não há mais diferença social, nem cor de pele, nem preconceitos tolos e ridículos. O que nos ajuda a perceber que na busca pela harmonia, pela paz e pela felicidade, faz-nos descobrir ferramentas capazes de encontrar isso com facilidade, e tesouros dentro de outros seres humanos. Aprendemos que o nosso melhor poder é a partilha da alma, justamente o de se doar aos outros, assim como os outros se doam para nós, numa infinita troca solidária de emoções, numa saudável interatividade e socialização entre almas, que no fim, buscam as mesmas respostas. Hoje chuva, fraca, respinga morna em meu rosto magro, de semblante abatido. Deixando este calor embriagar-se até o coração. Percorri a penumbra de uma rua assaltada pelo pavor da madrugada. Foi uma noite fragilizada pelas badaladas de horas vagarosas e impertinentes as gotas pareces pesadas rastejam aos meus pés sem rumo, sem direção, carregando em suas mãos a culpa pelo ato desvairado e descomedido que me assolou…O coração palpita quase sonolento, sofrido pela tensão suscitada, treme do frio que preenche o íntimo. As nuvens recolhem-se como uma cortina fechando o espetáculo e a conclusão é épica, mas trágica, um desfecho como o fim de uma leitura, onde o fim não agrada, como uma trovoada, Que fecha um ciclo. Abrupto. Revelador. Assustador, deixando os meus dedos convalescer diante do que restou, sem alento, sem cor… Basta um deslize e escorregamos, tombamos da tênue corda onde nossa diminuta alma caminha. A cada choque com o chão, estilhaços de nós saem como fugitivos amedrontados. Diante de tantas testemunhas, o impacto no solo não é só doloroso, mas vergonhoso...Caimos sozinhos, e só conseguimos algum retorno com treino adequado e intenso. Apenas com muita disciplina encontramos o ritmo e a sintonia do equilíbrio.A vida não abranda,o espetáculo segue ininterrupto e a plateia não suporta pausas, a programação não se altera e nada se adequa às nossas limitações, tampouco há reestruturação na estrutura do palco, este mantem-se velho e usado! Algumas dores ecoam muito a fundo, atingem tecidos internos da alma, a engenharia íntima dos nossos sonhos sofrem fissuras, em efeito à realidade da superfície tão dura. O caminho para a tranquila passagem sobre os fios poéticos da vida é antecedido por muita reflexão, por embates que põe nossa consciência diante dela mesma, os limites espelham-se, caimos com o choro cristalino do descernimento e nunca aprendemos a olhar apenas por dentro porque era apenas extrair dos olhos o proprio alcance, por mais que certas condições frustrem e nos coloque solitários diante dos desafios e do mundo, apenas nos tornamos humanos ao persistir, nessa tensão que é estar sobre a corda laça em que a vida tanto nos põe. Culpo dezenas de sonhos desenhados a carvão, culpo os espaços entre a luz, culpo os sons que desafiam o silêncio de uma casa vazia, culpo o que evelhece mais pela desilusão que pelo tempo, culpo a noite que me levou para longe!

sábado, 7 de outubro de 2023

Hoje é daqueles dias que, ao abrir os olhos me sinto num mundo diferente. O dia irrompeu com um especto incomum, pouco familiar, suprimindo aquele bem-estar tão característico das manhãs. Nem o cheiro da rotina é capaz de despertar o fresco das memórias, aquela intimidade estabelecida com o que me cerca. Diante do espelho, nem me conheci. A imagem é meio embaraçada, até a procura de respostas é irrefletida, demasiadamente vã. Não há um impulso apenas a intuição entoando os cantos da alma. Não há nada, de fato. Entrei num estado quase mudo, numa imagem furtiva que acalenta a alma. Ante o desconhecimento, da imprevisibilidade o silêncio faz-se mãe de todas as ações, superfície que apazigua brandamente esta aflição. É um estado erradio, em que o corpo nem sempre responde direito aos sinais externos, como em um ato de fuga, em que tudo responde apenas ao ato desesperador… Tudo promove o prolongar, na evidencia do qual nos viramos reféns. A vida transfigurada impõem-se dia apos dia, o mundo apresenta-se como se fosse a primeira vez, igual dia em que abrimos os olhos, logo ao nascer. Somos confrontados e apresentados a este ciclo que gira interminavelmente, período após período, só que o corpo sente a transição, e fica deslocado, simplesmente perdido. Ninguém nos compreende, tudo é abrupto nem tempo poderemos ter de despedir de quem mais gostamos. É tudo muito fugaz. Somos apenas um sopro que se aparta nas texturas de ontem. Nem tempo houve para me desligar das nuances de outrora, da simetria enternecida das memórias, que davam formas à vida que tinha…As nossas sementes são regadas todos os dias, as quedas e experiências que moldam a alma, o corpo, mente, tornam-se professoras de diversos aprendizados... Todos os dias nos despedimos de partes que já nos representaram. Mudar é sempre entrar em um estado diferente como um espetáculo solitário, por ninguém apreciado nem mesmo por nós mesmos…Somos senhores de nossas reclusões, cegos desnorteados, de sensações impares, reféns dos delitos cometidos pela inconsciência, dos pecados vividos na mania de sentir e deliberar tudo o que se distingue pelo território que nos circunda. O tremor inconstante do imprevisível pousa dilacerante, estremecendo as bases do nosso peito. Somos frágeis na força, fortes na fraqueza, impávidos no amor, somos humanos apenas…Obrigado a todos os que por aqui estiveram… Uns de mim, dirão coisas imaginárias, outros, nem por isso, talvez porque não me sinta uma unidade de instantes mínimos, seja feito de vésperas e dias seguintes, sempre ciente da expectativa que a véspera me trás e da realização que o dia seguinte me pode trazer...

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Hoje o cerco se fecha diante dos meus olhos, por muito que tente conduzir a minha vida pelos mais fidedignos caminhos, os corredores esttreitam-se, há momentos em que apenas viramos elos fugidios de uma arquitetura muito além da nossa compreensão de humanos, tudo  desalinha ao sussurro humano, e proporciona calor à frieza dos dias vazios. Debatemos-nos no meio de meandros pelas quais somos aniquilados, salientando sonhos, costurando emoções e desvencilhando as vestes esquecidas pela sombra da dúvida. Nem sempre fica tudo explícito nas nossas vidas, rodamos o rosto e não conseguimos ver a nitidez de um mundo que adoece, investigamos rostos difusos, paisagens abstratas, elementos carentes, que são apenas mais uma das situações que nos caem ao colo, mostrando que há ainda encantos, porém, por escombros pouco aparentes. São raros os momentos em que não nos sentimos distantes, desconectados dessa trilha em que a vida, calidamente, nos coloca. Os passos anseiam terra firme, clareza, emoções de alma, um encaixe perfeito de abraços indulgentes e apelos francos...Os olhos caminham vazios, em uma vã tentativa de esmiuçar sentimentos concretos, de desentrelaçar os nós que surgem enquanto perdidos, estamos... Falta consistência, todos os elementos nao expelham a realidade, apenas conduzem energia à nossa ‘fiação’ interna. Não há consonância. Trilhamos os dias à espreita, como vítimas que se desligam do essencial e se atiram em paralelo às curvas do mundo. Mal distinguimos um passo à frente, tudo anda muito desfocado e fora do lugar, com cores que desbotaram as melodias dos sonhos... Hoje padecemos em esporádicas alegrias, denotando a fraqueza de tanto vestir a mascara da alegria, sinto-me cansado. Perdi os mecanismos vitais, tudo se desuniu em mim. É esta sensação que preenche o íntimo, que me isola em profunda sonolência, apatica, como se quase tudo tivesse perdido a vivacidade e o brilho. Não há emoção em sorrir. Porque as calçadas andam vazias por demais os corações repletos de ar, multidões que não se encontram por estarem tão desligadas de si...hoje enxugarei os meus olhos e o olhar apenas contra o espelho onde eu me reflir, não queria sentir-me tão fraco, olhando apenas para a cabeceira, sou um ser de um elo de almas e pensamentos, que se funde numa troca de olhares e sentidos...Sempre seguirei enquanto aqui estiver o meu proposito de difundir apenas sentimentos puros da mais leve e verdadeira maneira, sentido!

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Hoje tenho o silêncio a ecoar pelos cantos, como se fossem gritos mudos, apenas audíveis pelo meu coração sedento, por algum misterioso sinal, desta vida. Olho para as estrelas, numa tentativa inocente de me sentir menos só, é tão fácil nos sentirmos sós! É um gesto de concordância com a vida que vestimos sem rumo, onde as palavras se vão expressando. Lanço-me em buscas que desafiam meu raciocínio, que me colocam frente ao obscuro dos dias, de um mundo longínquo pelo qual me atrevi a trilhar.Lentamente torno-me passageiro desse sopro, dessa carícia que ainda me extrai o senso de humanidade … Adormeço e me encaminho, palpitando roteiros para uma nova viagem, por alegrias, contentamentos que amenizem os avessos do meu sentir. Entre buscas e tentativas, padeço meu olhar franco e resoluto… É a consistência de dias legítimos que eu busco, feito o sossego que se vivencia na beira do mar. Como ele, sou feito de uma textura que ainda desconheço, mas desenha em meu semblante uma determinação irrepreensível. Mesmo que, por vezes , diga, muitas vezes que, surgem momentos que cansam meus passos, minhas entregas frente a sonhos tão intangíveis e distantes. Sou feito de tentativas, e são delas que me atrevo a ir além do que sou, do que vislumbro e experimento ao redor. Sou refém de uma prova dura, da qual sou incapaz de abandonar…Cada experiência tem um limite, não é um teste que me prepara e me condiciona a suportar as quedas que o caminho me oferece…Não procuro uma vitoria, nem tão pouco troféus da vida , já que estes são apenas o que conseguimos alojar no nosso coração, não há nenhum prémio que qualifique a vida! Há etapas singulares , afetos saudáveis, que geram o amor que nos enobrece e nos faz suplicar um tão abraço cálido e desejoso. São poucos os que nos conseguiram tocar na epiderme dos sonhos, na penumbra do caminho desbravado, sempre tive um empenho árduo que me agraciou a alma, me empolou as espectativas, retirando o discernimento do coração. Hoje digo que talvez não seja tão importante encontrar o que se busca, afinal eu sei que encontrei Aquilo que tanto buscava, quanto a isso sinto-me totalmente preenchido. Toda a busca pode ser incessante, mesmo que acumulemos apenas tentativas , em algum momento toda essa busca , valerá apena…Sem dúvida, após muito trilhar, viveremos, tornaremos real e próximo o que nos impulsionava. Cresce-se ao vivenciar, ao sentir o sabor de uma vitória,isso eu sei...Podemos nunca a conquistar, mas podemos com muito esforço e entrega, realizar um sonho, que pincele não somente sorrisos no rosto e na alma, mas a certeza de que nada está tão distante que não esteja ao nosso alcance!

domingo, 1 de outubro de 2023

Hoje os olhos alcançam mais que as mãos, acenam em distâncias o que nenhum gesto de corpo é capaz! Mesmo assim continua longe de se ver o além por trás da linha do horizonte neste quadro da vida ao redor, que nos classifica e nos limita, impõe-nos a paralisia como se fossemos uma estátua com espaços para poucas lapidações. Mas da mesma forma como as paisagens são mutáveis com o tempo, a nossa alma se transforma ao mínimo movimento, e nos olhares, pode mirar o versos no horizonte, com o aprendizado nos tornamos capazes de alcançar os sonhos escondidos por trás do tecido celeste das margens dos rios e das nascentes que ao longo do caminho, fomos adormecendo na incógnita indefinição das horas… É possível atravessar fronteiras, exceder os limites da nossa capacidade para concretizar os desejos mais íntimos, passar por cima da nossa capacidade e ser, não o faço, mas viver é uma constante surpresa quando nos condicionamos a galgar os degraus com afinco e determinação, quando cada dia é vivido na totalidade, pelo anseio de ser feliz, em alcançar as realizações que aprimoram, com sorrisos e orgulho, do ser dentro de nós que alguns vulgarizaram na esquina das suas ações… Não sabemos o que nos aguarda, porém podemos lutar para nos tornarmos a realizar, no que queremos. Há possibilidades, chances de superarmos os desvios e obstáculos para alcançar os prêmios por se viver, e isto é uma passagem tão pequena. O horizonte se expande na medida em que seguimos adiante e só então, no seu devido tempo, os sonhos se descobrirão, estando ao alcance de nossas capacidades. Quando o dia nasce, e o sol desponta em nossas vidas, atestando a beleza de nossos sonhos, percebemos como cada vitória é um alento e nenhum sonho existe em vão, todos seguem uma razão para nos orientar. Porque nos permitem viver. São paisagens muito além do alcance dos olhos, mas aprendemos que é possível de ser avistado, sobretudo, vivido por um ser que nos reflita também… Hoje posso até ser poesia sem ser, há quem o diz que sou, mas nem me atrevo a tentar sê-lo , só sinto a minha fala por desconhecê-la, sou humano por continuar a buscá-la e corajosamente a escreve-la ...Mesmo que nem eu mesmo a saiba definir , sou apenas mais uma alma que nas letras se alivia ! Às vezes um pensamento, por mais reflexivo que seja não nos apetece, não estimula nosso coração. Diante de tanto caos, há vezes que não desejamos pensar muito. Queremos somente um pouco de paz, fazer uma viagem silenciosa por palavras que abracem sem códigos, sem descrições enfeitadas ou imbuídas com significados.Posso ter a pele estilhaçando, mas as minhas palavras ainda são de aço, não derrapam assim tão facilmente, é nestes dias de reclusio que preciso me redescobrir nos meus dons, enquanto outros bailam á beira mar vivendo de fachada... A mente, por vezes, quer ser livre, somente. Para sonhar com alegria, sem cortinas que se as abrirmos veremos aquilo que nunca haveríamos acreditado… Hoje precisava mesmo de um poema de amor, para quem sabe rerescar a alma e o coração , que amaciasse o afeto e a delicadeza de cada um de nós, mas não consigo fazê-lo, sinto-me meio perdido nestas linhas tortas da vida...

sábado, 30 de setembro de 2023

Hoje, mesmo que o meu reflexo vire páginas de palavras ou melodias sem forma eu vou seguir em frente como sempre fui fazendo dentro dos meus timings, porque é por ai que não há sentenças soltas e silabas atadas, o mundo andes do ser, la longe no vácuo que se dissipa, já tinha vocação e significados para as atitudes …Eu não vou ficar quieto ao relento, porque não sei catar o vento, ele é indivisível e nada me rende… Hoje sinto este aperto no coração, ele sente mas não é capaz de seguir, as palavras nascem escuras sem cor, tento escrever o que o meu coração sente, mas não sou capaz. As palavras nascem escuras, sem as cores que tanto davas aos nossos dias, fazes-me falta, sempre fizeste com um olhar cristalino de teus olhos, não quero pintar minha saudade com a escuridão da noite, nem com o negro da dor. Quero que elas tenham teu sorriso, tuas palavras e toda a tua alegria, que dedicaste em nossa vida, durante os teus anos de vida, por isso, hoje deixo a saudade correr nas minhas veias e encher a alma daquilo que sempre nos deste… amor! Não tenho o direito de sentir saudades de mais nada na minha vida a não ser tuas…Continuas vivo em mim… No coração e nos pensamentos de todos os que te amamos. Deixo um beijo e uma lágrima em cada estrela para que te sejam entregues querido Pai, sinto tanto tua falta… Os campos da minha alma estão completamente vazios, tristes , nem o Outono os consegue pintar com a sua melancolia, ou nem a primavera ousa entrar, pois a tua imagem faz nascer papoilas nos sonhos do Inverno… Como uma flor, soltaste no tempo o aroma de uma flor em maresia, semeaste o sol nas nuvens que teimam em não chorar a chuva, iluminaste as estrela em noites serenas, fizeste o amanhecer numa aurora de esperança que acaba por morrer na solidão do vazio que se adensou … Ainda assim , mesmo ausente estes anos todos , pintas cada dia como uma pagina de um livro cheio de cores que os pinceis do coração desenharam como um arco-íris na papoila que me deste…Hoje gritei o teu nome na voz silenciosa da noite que tanto procurou a tua presença nas estrelas ocultas…Sinto que te perdi na indiferença de uma lua oculta, mas vives em mim enquanto o meu coração conseguir Pulsar, porque os teus sentidos , emoções que me ensinaste escondem-se na noite que hoje volta a ser oca de sonhos…Sinto a tua falta, não sei quando te voltarei a ver, mas sabes uma coisa Pai, já não me importo porque sempre soube que ia ser assim, guardei-te no meu coração antes de partires, e deixei-te pulsar nele, para agora me guiares de novo neste fio invisível que é a vida até ti…sinto falta de muita gente e te ti também…Hoje farias 78 anos, beijo daqui até ai no teu coração...

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Hoje gostava de conseguir encorajar alguém que como eu, pensa em desistir, alguém como eu que suplicou durante anos para as coisas mudarem, sim , mudarem, porque todos merecemos o nosso céu ou pedaço que seja dele! Sinto-me dobrando, desmantelando, desmoronando, já me ajoelhei perante a vida dentro de uma tempestade que nada fiz para ela me assolar, sinto-me fraco, como se este momento esteja a ser o fim da linha...Tenho duas opções, desistir, ou tentar enfrentar o tumulto que entrou dentro de mim, ouço vozes que me chamam e me tentam elevar e me tentam reerguer , mas, não consigo manter-me firme , sou humano, imperfeito, nunca tentei ser perfeito, nem pedi a ninguém para o ser...Estou a dar um passo de cada vez mas é insuficiente para acompanhar a energia que a vida me colocou na frente do caminho. É difícil, eu sei, pergunto se vale apena, lutar contra algo que sei de antemão que me vai vencer, acreditar valerá apena, lutar vai valer apena?! Temo que não...Assumo que estou assustado, exausto até, já me reuni comigo mesmo , voltei atrás, à minha infância, em vez de a questionar, fui implacavelmente questionado! Amei o sol, mas as coisas não crescem por causa do sol, temos de ter a chuva também...Eu sei que tenho de deixar de olhar para a chuva como algo ruim na minha vida, os meus melhores momentos não vieram nos bons momentos da vida, eles vieram das minhas maiores derrotas! Foi durante as minhas derrotas, que eu tive de encontrar uma forma de me erguer de novo, não houve um minuto que eu não pensasse que fui derrotado, porque há coisas que não podemos lutar contra...Não sou fácil de dobrar, mas sou facilmente, fácil, de quebrar, não quero desistir...Quero viver, posso não conseguir, mas não me vou render, pelos anjos que amo , elas merecem que lute até sucumbir, que ao menos tenham orgulho em mim nisso... Vou manter a cabeça erguida, colocar uma máscara e fingir que está tudo bem, se fazer é fácil, não, não é.... Se fosse não veríamos milhares a tombar .... Não vou dizer a ninguém que vou ter um dia mau, vou antes dizer que o meu final de vida não foi tão bom como acho que merecia! Não vou olhar para a noite como a escuridão, vou olhá-la como um abrigo, porque as horas não passam, e o relógio parece que parou! São longas as horas e os dias, as paredes de casa guardam sombras, e os ingênuos raios da lua, que replicam as minhas memórias...Sinto o sangue acesso, as sensações da vida não estancam ... Provo o doce e o amargo nesta vida, levo os sabores todos comigo, que ainda perfumam o meu cabelo, nesta sensação de sombras, sonhos, deixei de ver as janelas do meu peito, a neblina adensou-se engolindo o cosmos! Nunca me senti tão pequeno, insignificante até, como uma pequena gota de água que o vento secou...Eu era apenas uma gota, quando havia tanta água, não é um mistério para mim, nunca foi, vejo este momento como toda a minha pequenez quando o momento só a mim me pertence, o tempo não me chegou para decifrar todos os momentos da vida, agora também acho que já não tem muita importância .... vida até podia ser tão simples, dando prioridade para quem nos prioriza e o resto apenas resto mesmo , seria o cometa de sonhos do dia a dia, onde se alimentaria o itinerário e as andanças com luzes e alegria que vestiam a fantasia mesmo na ponta das lanças! Não sou eterno, sou mesmo muito pouco, gastei a vida em sonhos, até hoje fiquei apenas com o troco…Sou simplesmente o intervalo entre o que desejava ser e o que os outros me fizeram ser…

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Hoje os olhos vendados são o limite das palavras, padecem na levitação do corpo onde nem a musica dos dedos no teclado fazem o silencio na heresia do pensamento. Tudo o que passa fica nos acordes íntimos da pele, que vai contendo a explosão que nos trará a leveza… Há palavras que não deviam ser proferidas, são insanas , inverdades e contrariam o que se sente na realidade… São palavras que tem vida própria, saem desmedidas como símbolos gramaticais para nos magoar, não são a nossa ordem de mundo, e não nos revemos nelas…As palavras são soberanas, magoam-nos assim como nós sabemos que ao proferi-las magoamos os outros, elas não foram lapidadas nas roxas , não são a nossa cor nem o nosso peso, são arremessos insanos que desmedidamente arremessamos na incúria dos nossos corações! Somos todos, sem exceção, muito pequenos quando nos erguemos e levantamos a mão para falar de amor, perdemos-nos tanto nesse sentimento, mesmo ele sendo capaz de nos fazer VIVER SONHOS REAIS, as promessas que se cumprem de todos os desejos que temos …São nesses pequenos instantes que eu, e falo por mim, vejo onde pertenço! É nos abraços apertados de quem nos busca para os imortalizar, que ficamos de corpo e alma, só quando estamos a mais é que nos recusamos ai a pernoitar…Somos mesmo pequenos, estúpidos, insanos, porque quando falamos desse sentimento, não nos podemos aliar de cuidar dele também, proteger o nosso coração, fazer com que o destino de todas as conversas, sejamos só um e não viver num circulo onde terceiros opinam e fazem das nossas dores um suporte para a queda deles mesmos…Seja como for, hoje sinto-me mais humano, sem duvida, grato por muita coisa...Grato pelas ondas que fazem som na minha alma, nesta simbiose de corpo com, água e sal, nesta ilha que desenhei, que me esmaga, me abraça, me conforta, e angustia, num misto de solidão e paz, de luz e de negro, onde sempre me acho na quietude do consolo deste espelhado infinitivamente azul. Olho o céu mais uma vez nesse ponto onde um dia, o sol se pôs , entre duas almas, que tão longe, hoje se colocam num ponto inalcançável, de palavras imprevistas , inteiras, insensatas, transgressoras até! Peço à voz que não soa, que me roube no coração,as palavras que escrevo…os sonhos que sonhei…o respirar que inalei… Podem fazer-me parecer noturno , imperfeito , mas !! Olhem-me de novo, sou a água que escapa do rio, delizando apenas, sem tocar as margens, com menos nas mãos mas mais atento...

sábado, 23 de setembro de 2023

Hoje tive de ligar para a minha infância. Liguei-me, sem telefone, imaginem! Dentro de um sonho do tamanho das minhas mãos, bem diferente dos que já vivi ... Quando a minha infância atendeu, não queria acreditar que lhe estivesse a ligar! Não achou que era possível, nem eu...Achou que devia estar a ligar de um futuro muito longínquo, aliás, por momentos, até pensou que eu lhe pudesse estar a ligar de outro planeta... Logo tentei explicar que não, que se acalmasse , pois estava , vejam, a ligar apenas 40 anos mais tarde. A agitação instalou-se , uma vez que na minha infância queria saber tudo, desse trajeto , como se isso fosse possível de um impulso só. Quis saber se era como imaginávamos, idealizamos em pequenos, já que a única preocupação era saber que personagem nos tornamos 40 anos depois...Como se num instante, fosse possível pensar e fazer acontecer! Como hoje, tentei explicar que podíamos sonhar e começamos, logo, ali a flutuar, mas isso era apenas um passo até viver, e nem sempre o que sonhamos , conseguimos viver... Insatisfeita a minha infância, fingiu não ouvir e passou à frente, perguntando, quantos países visitei, e eu, ali retido, neste ponto da vida, tive de dizer que muito poucos , que se contavam pelos dedos de uma mão, porque a vida não me proporcionou, até agora uma estrada para conhecer mais...Mais uma vez, insatisfeita, a minha infância, voltou a fazer uma nova pergunta, quanto ao amor, o que consegui ostentar até essa idade...Bem , fiquei sem uma resposta pronta, pois essa sabedoria não tem idade. Pela experiência que vamos adquirindo vamos aprendendo com as derrotas, pelo preenchimento que nos chega com um sorriso e pela aprendizagem que fica de uma lágrima vertida. Essa experiência , a da vida, por vezes, faz-nos achar que já temos o conhecimento necessário ou, no mínimo, o conhecimento básico sobre quase todos os assuntos do amor. Achamos sempre que já experienciamos quase tudo e que isso é o suficiente para nos dar a bagagem necessária para não voltarmos a errar da próxima vez., mas há sempre qualquer coisa que nos deita tudo isso por terra. Que nos muda as perguntas e que nos baralha as respostas. As relações humanas hão de ser sempre um dos maiores mistérios da humanidade. Desengane-se quem pensa que é sábio em relação a esse tema. Quem pensa que tudo sabe, arrisca-se, seriamente, a viver para sempre na ignorância. Temos que ser humildes e sábios perante as adversidades , não sou diferente. Também eu acho que já adquiri toda a teoria , porque é que na prática é sempre tudo tão diferente …A minha infância ficou incrédula, era eu do futuro a fazer uma pergunta agora ! A minha infância retorquiu logo que ia ter um relacionamento perfeito e acabaria por ser muito feliz , porque não iria dar tudo de uma vez só ... Petrifiquei! Juro que o meu coração bombeou duas vezes mais rápido naquele momento; juro que o ouvi pulsar mais depressa e juro que aquelas palavras saíram da minha infância para virem bater de frente comigo tal e qual uma colisão frontal. Perguntei então eu , como não dês tudo de ti? Como assim? Como é que passamos metade da vida a formatarmo-nos para encontrar alguém que saiba apreciar, verdadeiramente, tudo o que temos guardado dentro de nós para, agora, nos virem dizer que o segredo é não dar tudo? Fiquei em choque. Afinal o eu também posso dizer que só "sei que nada sei" tinha acabado de ter efeito prático. Aos poucos fui recuperando a respiração e as cores também certamente... devem-me ter voltado a face. Aos poucos, foi como se este choque frontal tivesse servido para um acordar letárgico em que me encontrava talvez desde sempre. Fui compreendendo as palavras as palavras que a minha infância enfatizou…desmistifiquei, há pessoas que gostam de sentir que nos conquistam diariamente, como quem ganha um jogo mas tem o campeonato para ganhar, já outros, apenas dão por adquirida a conquista...Eu hoje tenho 40 anos à frente da minha infância, sempre gostei de me sentir especial na vida de alguém, e de fazer a pessoa sentir-se especial na minha vida, talvez demonstrar tudo , seja um erro, não sei, não consegui aprender, porque ninguém consegue sobreviver , recebendo uma mão cheia de desinteresse ...Não somos mesmo todos iguais, nem mesmo somos iguais na infância ou no futuro, eu continuo a preferir não perder um traço da minha personalidade , dou-me aos outros porque acho que só assim as relações humanas podem vigorar de forma saudável, mesmo que a minha infância me tenha feito esvaziar de mim mesmo , recuso-me a conseguir uma vida cheia de nada, porque eu também sonhei em pequeno, e é o que sonhámos em pequenos que nos fará grandes no futuro que ainda está por vir …

quarta-feira, 20 de setembro de 2023



Hoje, perguntaram-me, porque escrevo ? Discretamente esbocei um sorriso, mas acho que vos devo a resposta. A vós, que também se vestem das palavras , as minhas , tantas vezes vossas. Escrevo desde que comecei a não perceber as pessoas, e a mim mesmo,  com isto, espero que saibam que os guardanapos, também contam aqueles guardanapos de café e os cantos das toalhas de papel dos restaurantes, não contam? Claro que contam! Numa primeira análise eu sou igual a todos vocês, porque todos escrevemos para nós. Escrevemos para fora o que sentimos cá dentro. Escrevemos, essencialmente, para nos conhecermos, a nós. Nós que vivemos connosco, todos os dias, não nos conhecemos desde logo  e desconfio que uma grande parte das pessoas nunca se chegam, realmente, a conhecer. Nem mesmo dentro das relações... É quando te conheces a ti que começas a conhecer, verdadeiramente, o mundo e a tudo o que fizeste por causa de outros… E é, aí, que começa a grande viagem. É aí que começas a fazer as pazes contigo mesmo, porque acredito que todos tenhamos pazes a fazer connosco. Escrever permitiu-me isso e ainda me permite…. Hoje mais que nunca…Por as coisas no sitio certo, sim porque muitas vezes dizemos barbaridades que não sentimos, assim como outros nos dizem, e se refletirem, não o sentem!  Guardar o tem de ser guardado, deixar o que tem de ser deixado e consolidar o que tem de ser consolidado. Depois, bem, depois vem esta inquietude da alma. Esta insatisfação natural que nos obriga a expressar, seja de que forma for. Acontece a todos aqueles a quem não lhes chega só ser parte de algo ou estar literalmente no canto da vida de outro alguém…Escrevo,  quando o sentir é subcutâneo, quando me  transborda, e não tenho a pessoa certa para comunicar,  quando não cabe mais no peito, o que sentimos e temos de o deixar sair de alguma forma… Gosto de vestir as palavras, mas já me vesti de pessoas dando-lhes cor, levando-as as tornar-se leves ou de lhes conferir os sorrisos da vida…Gosto desta sensação de sentir que são elas que me guiam, sim porque já me guiei por pessoas, e meus amigos, perdi-me totalmente, assumo, estou hoje a pagar por isso, de uma forma amargurante,  mesmo que continue convencido que sou eu que as encaminho uma a uma formando o meu pensamento… Por fim vem a mensagem, porque tudo o que escrevo tem uma, poucos ou ninguém me conhece ao ponto de o saber,  de a extrair, é ai que vem o ensinamento, eu extraio-a de mim … Encontramo-nos com as respostas que nem sabíamos que lá estavam, encontramos aquilo que sabíamos que estava lá mascarado, o essencial  é dizer o que esta latente em nós,  no seu estado mais puro, que é saber que escrever deixa de ser um ato de solidão a partir do momento em que te apercebes que, afinal, escreves pelas mãos de tantos como tu…O silêncio faz ruido em nós, as palavras, não, elas imortalizam a razão, num golpe de alma em que a inquietude nos fere o coração…

terça-feira, 19 de setembro de 2023


Hoje vou escrever a saudade que desfia-se no passado, como quem tece a eternidade, porque há os que amam loucamente mas não sabem amar, outros que amam até só um pouco mas sabem amar. Mas também há os que não amam e sabem amar, os que sabem de amor mas não sabem amar , os sabem amar mas não sabem de amor, estes, fazem-nos acreditar que somos amados … Por fim os que não amam , não sabem de amor , não sabem amar, são o copo cheio de nada…É por isto tudo que começa as confusões nas relações e na vida amorosa, a serio! Seria tudo são simples se  tudo se resumisse a um amo-te e a uma pergunta se o outro nos ama… Seria de fato um felizes para sempre! Quando este diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam, dúvida e a confusão não terminam. Começam! Porque o digo, porque não está disposto na lei da vida nem em lado nenhum que duas pessoas que se amam, sabem amar, ou até, que uma delas ignore que algumas circunstancias fazem a relação entrar em declínio, o normal não é uma delas não se aperceber, é as duas não se aperceberem...podem até dizer, que  a maturidade das decisões não tem de interferir na intensidade. Não posso deixar de discordar, mais...O habitual é uma delas aguentar o resvalar dos dois, mas há um dia que até essa pessoa, deixa de ser assertiva nas ações… Amar atrapalha a sabedoria do amor, porque amar é um sentimento de necessidade, nem sempre entendida, ou compensada pela doação…Talvez amar , seja intenso demais para coabitar com a sabedoria do amor…Tanta gente prefere viver com outro alguém que sabe amar, mesmo que não o ame! Poderá dai brotar amor? É que quem sabe amar outro alguém até pode realizar o milagre de acabar recebendo amor de quem não o ama, ou ama e não sabe, porque quem sabe amar, la no fundo conhece bem a linguagem adormecida no outro… Meus amigos, sabe amar quem sabe do outro sem ser obrigado a ser quem é… Saber amar hoje sei, que é uma forma de arte, o amor é apenas um sentimento…Saber amar é uma criação estética do amor, porque nada é relevante nele, ama-se e pronto , tudo o que ele cria e gera…Não confundam nem deturpem o que digo, saber amar alguém não é de todo a aceitação passiva do outro, é uma existência ativa de ambos no mesmo mundo onde o real não é refutável e não precisa de ser jamais substituído… Saber amar, é conhecer as virtudes e os defeitos, é esperar, deixar fluir, não abafar até ao ponto que a outra parte não se anule e se envolva de angustia e dor…Quem ama, pode ter de desamar porque há uma medida exata dos orgulhos que valorizam o amor, não devemos vulgariza-los! Quem ama tolera ser maltratado, quem sabe amar ,jamais…Hoje quem respira aqui dentro , já nem sei se é a solidão ou eu mesmo, sinto que comecei uma caminhada onde terminei descalço dentro do meu coração…

sexta-feira, 15 de setembro de 2023


Hoje é inconscientemente, mas sinto a vida a fugir-me entre os dedos...Sinto que estou em depressão, assumo!! É ela que me domina tanto, controladora, e até castradora...Ela impede-nos de viver, puxa-nos para o fundo! Ela mantém-nos reféns, acorrentados, a um passo daquilo que nos destruiu ...Não nos deixa levantar! Ela sim não nos solta as amarras, mantém-nos ancorados...a uma baía sem vida, sombria...vazia...triste!...ela sim, mantém-nos num cativeiro...De inseguranças,  desorientações...oscilações, como se de um mar revolto se tratasse....tão depressa estamos na crista da onda, a desfrutar de um sol dourado maravilhoso...como, no instante seguinte, estamos no vale da onda (bem cá no fundo)...quase a ser engolidos pela imensidão de tanto mar ...E quando o mar não está revolto...deixa-nos à deriva...numa frágil jangada...num infindável espelho de água...sem terra à vista...sem porto seguro...sem um astrolábio...para nos orientar.... 
...no entanto...mostramos-nos, perante os outros, como se tivéssemos conseguido continuar...como se tivéssemos conseguido encontrar outro caminho, o nosso caminho..."Escondemos"...as noites de sonos e sonhos que deixámos de ter...Passamos a viver  ou (deambular) com uma máscara que "vestimos" todas as manhãs...de falsos sorrisos, falsas vitórias, falsa felicidade, falsas certezas...Pendurada no cabide do quarto... quando a noite chega,...como se de um acessório de roupa se tratasse...que só tiramos quando nos deparamos sós... ...Deixamos de ser fortes o suficiente...para deixar sair tudo  deixar tudo ir embora.... e, deixamos de ser fortes o suficiente...para deixá-la "entrar".... Passamos a maior parte do tempo a levitar....pois a força gravitacional tornou-se quase nula...vamos para onde o vento nos leva...sem rumo certo...e, às vezes, são rajadas tão fortes....para além de nos "enxovalhar"...leva-nos para "longe"...e, quando conseguimos, desamarrotar-nos, nem sabemos onde estamos!...Também pouco importa...Estamos algures...sem "estar" em lado nenhum!...Houve um tempo...não muito distante...em que, algumas vezes,  "senti" os meus pés tocarem ao de leve no chão...Dava-me alguma orientação, serenidade, autoconfiança...conseguia ser eu a dirigir o caminho a seguir!...Mas depois....veio uma "rabanada" de vento...,de novo, e me levou...para o incerto!...A minha voz já não ressoa...Danço com o vento, e como danço mal! Cai a noite....Mas depois...vem a dor ...uma e outra vez...como um raio que me atinge...Hoje estou assim, não direi porquê...Há dias que, apesar da presença do sol, não são luminosos ...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...