quarta-feira, 1 de junho de 2016
Sabem pior ainda que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase!!! É o quase que incomoda, que me nos entristece, que nos mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi... Que nos faz conjecturar sem certezas mas com convicções!! Na vida quem ousou quase ganhar ainda vai jogando, quem quase passou ainda vai estudando, quem quase morreu ainda vai vivendo, quem quase amor!!! Meu Deus!! Nunca amou...Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto! A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na incoerência dos abraços, na indiferença dos olás!! Quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo esse trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são...Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados sem cor e o arco-íris em tons de cinza....O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Para os erros ainda vai havendo perdão para os fracassos, uma hipótese ; para amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma pois embora quem quase morra esteja vivo , quem quase vive , já morreu...
As minhas noites são danças entre lágrimas, elas tecem caminhos, descem pela minha face em grupo para me morrerem nos cantos da boca, bailam ao som dos soluços e dos gritos silenciosos da minha alma. Movem-se baixinho para que ninguém ouça os seus movimentos, de vez em quando ainda se deixam pausar nos cantos dos olhos, ficam ali alguns minutos para depois caírem rapidamente rosto abaixo e já nem os soluços lhes servem de ritmo, nessa hora só querem cair com o corpo que fraco se estende neste chão de injustiças. Dançam ao bater acelerado do coração, mesmo ao anestesiante bombear do sangue nas veias, são fruto de muitas danças interiores, bailes inteiros de sentimentos que se misturam e coabitam . As vezes a mão não as deixa dançar à vontade e tem necessidade de as limpar antes que cheguem aos cantos da minha boca, faz parte da dor, faz parte do sofrimento ter esta mão no rosto a limpar as lágrimas, um gesto prodigioso. Ver depois as lágrimas secarem aos poucos na mão que as esmagou, ver depois o sol secar as lágrimas que não acompanharam a dança até ao fim e ainda me ficaram na face. Dançam as lágrimas, em mim!!! Sei que tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espectáculo que posso. Assim me construo, em salas supostas, palcos falsos, cenário antigos, sonhos criados entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis de expectativas ofuscadas pelo desentendimento humano…
Hoje via-te com a pele. tocava-te com o pensamento. Beijava-te com todo o corpo, e o resto do mundo deixava de respirar. Reduzindo a "nós" todo um universo. Com flores e mares e luas repletos de cor e luz. De sentimentos bem amados sem sentidos. Por caminhos sem estrada. Todas as encruzilhadas deixavam de ter placas. Nada nos faria perder. Esvoaçávamos por entre nuvens de água, que deixavam cair gotas de alegria, na planície ávida de tudo. E tudo éramos nós… Sem saber de ser, sem ter que sentir, sem morar nos sentimentos perversos, humanos. Largados por entre o nada seriamos tudo. Tudo seriamos nós… Mas!! Não te tenho!! A idade fornece-nos a sabedoria, e como já pouca coisa importa, dá-nos a hipótese de dizer-mos sem medo tudo o que nos vai na alma. Em suma….. A partir de certa idade podemos beber pela garrafa tenho a aqui mas não tenho com quem partilhar…
Ainda não senti nada igual!!! Nunca me foi dado tanto "prazer", como o "ejacular", das palavras por dizer...Um misto de sabores num verdadeiro acto de amor, feito..nunca me excitei, alguma vez assim e em êxtase me"vim" no ato de derramar sentimentos silenciados ..Como nas palavras, que me saem pelos dedos, violentas e febris, como qualquer tempestade de satisfação. Acreditem, que não. É puro prazer, o que produzo com a mão e desvirgina no papel em sublimação de um olhar que me prende na arrogância de uma sede morta que não sacio ...Escrever é esvaziar-me , é sentir e depois dispensar é como sexo puro que desprezamos quando não querermos mais corpo!!! Escrever é um ato solitário onde não há livros de reclamações , facturas , ou devoluções , é sim uma dependência de criar um posto de socorro!!! Há sim dependências do corpo que as palavras escondem nos silêncios , podem vocês perguntar e qual é o silêncio que esconde o maior de todos os desejos. Eu responderei que é o silêncio do desejo de ser compreendido, pois acredito que desejamos tanto que alguém nos compreenda que nos tornamos egoístas , cegos aos desejos do próximo também ser compreendido!
Vou fazer-vos uma confidência!! aprendi o ofício dos sonhos em pequenos versos , que se colam ao corpo, no fascínio ardente de olhos teimosos que lambem as feridas do desconhecido... Há um espaço meu, dentro de cada palavra, um espaço verde e cheio de areia, um lugar de mudez, agasalhado de incertezas , onde eu aprendo a voar em linhas, indecisas no azul das canetas. Serei louco por ter aprendido i a decifrar enganos, nomes invernosos e pesados, por ter desfigurado névoas futuristas, por ter dedilhado a medo o roçar das pedras na rebentação das maré!!!. Parei no frio de uma manhã descobri as coordenadas dos meus sonhos: perto, perto como umas mãos nas minhas!!! Vou fazer-vos uma confidência: Uma presença em nós é o tempo que volta, é sinfonia que se cola ao corpo, no fascínio ardente de olhos teimosos mas abertos... Há um espaço meu dentro de mim onde queria encontrar as coordenadas do amor...
Sinto que já morri faz muito tempo, apunhalei-me quando o tempo era escasso e o que havia entre o tempo e o espaço era o de sempre, o escuro e os desertos que me acompanham!! Cortei-me e não há palavras que consigam estancar este sangue que vou tecendo na ausência deste corpo que me é necessário nos cortes que a gillete faz aos meus sonhos!! Ainda assim tento, deixando as mãos correr sobre o papel tentando captar os ecos de uma palavra , um sinal, de quem em alguma parte Cintila , e confia ao vento o seu segredo á minha precária eternidade !!!Estou sem respostas o silêncio saiu ruidosamente dos seus livros…Sentou-se entre nós. trucidou a minha confiança. Despedaçou cigarros para fora da minha boca, fez-me trocar palavras cegas, e chorei, implorei, mas a escuridão encheu os meus ouvidos, a escuridão atacou o meu coração, e algo que tinha sido bom, uma espécie de oxigénio bondoso, transformou-se em monóxido , e por onde quer que vá espalharei silêncios que não sei como apagar e sem o teu amor passarei a ser saudade escrita nas paredes…
Tenho muitos sonhos e desejos mas nesta quadra apenas desejo que minha árvore seja feita de silêncios. Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros. Nesta quadra não enviarei cartões a ninguém... Tenho medo de frases prontas!! Elas representam obrigação sendo apenas cumprida. Prefiro a gratuitidade do gesto, o improviso num pequeno texto onde o erro de grafia e o acerto dos sentimento sejam uma constante... Neste Natal quero descansar de meus inúmeros planos, vou optar pela simplicidade que esta me faça voltar às minhas origens…Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do meu olhar e nele me focar para não parar por ninguém e não me perder…Desejo a todos aqueles que como eu seguem a sua estrada que , descubram a beleza que as simples dispersões deste tempo nos insistem em esconder . deixem as vossas chaminés do olhar abertas pois valerá sempre a pena entrar pelas portas da frente mesmo que estas teimosamente estejam fechadas tentem sempre bater nela pois um dia ela certamente se abrirá …Sejam felizes em 2015 e tenham um santo Natal.
Hoje dissipam-se as vestes da noite, que por tantos dias me revesti!!! Restam as sombras que num açoite trémulo deixam a nu as penas com que me cobri..Quebro os muros na minha orla e em pequenos Rasgos de luz risco o infinito no olhar , adormeço a lua, que sem demora me eleva o silêncio ao som do meu grito...Há sem duvida dor que dói, sem que se a veja resta-nos divagar entre a lucidez e a ilusão , tecendo na alma um entrelaço de saber, apagando os porquês de cada questão que outrora nos fez parar!!!Tanta palavra borbulha em mim na espuma lavrada num mar de silêncio onde guardo e desprendo pedaços meus…Escorrem como lava ardente abrasando as mãos vazias que vão incendiando estas folhas em branco… Talvez não passe de ousadia, refúgio, reflexo do que me habita dependência exagerada sede doentia…Luz poisando sobre mim mas!! Quando as palavras se instalam no papel é como se tocasse no céu que de cinza se pintou , retoco os silêncios e num arrepio faço gotas de neve cair inundando os espaços vazios cingindo o meu tudo num doce convergir como um lindo carrossel de sentimentos...
Antes que me apedrejem e joguem meu nome na lama, vou esclarecer que não faço apologia aos textos que escrevo, apenas empresto as minha dores ao mundo…partilho tristezas para devolvê-las nítidas e intensas às palavras. Vendo socorros onde não há salvação...Por vezes doí, mas se doí que doa para levar aos outros olhos o desmedido alívio. Antevejo amores e suspiros que precedem encontros que descrevo em tragédias e dúvidas que antecedem o existir.Como um mero escritor, adoço o real ainda que testemunhe amargos. Colecciono horizontes a enfeitar as ruas sem saídas onde moro. Visto apenas o meu tamanho não uso as dimensões das grandezas.Sou sincero às mentiras que me contam e me encantam, mas sou amparo sobre os sonhos duma semente, pecados angelicais de flores naufragas de céu azul. Ainda,assim sou porta-voz das sublimes verdades que nunca alcancei, faço dos seus silêncios a autêntica afirmação da vida. Escrevo no concreto, o abstracto. Vou esculpindo no coração alheio e no meu próprio peito as letras tatuadas de desculpas que ignoro de muitos e escrevo para milhares!!! A tristeza traz suas lágrimas, a saudade seus suspiros, a felicidade sua plenitude...já o amor não precisa nem de palavra, vive de qualquer silêncio até qualquer infinito. Ninguém fala sobre o amor nem escreve apenas o vive , quem escreve como eu não o vive…
Hoje trago nas mãos gotas de poesia liberto-as dum lago que em mim se extravasa em gotas que reparto com a folhas vazias que vou enchendo na medida que a minha alma vaza... Correm nestas linhas salpicando segredos que por prudência preferi guardar mas!!! Fluem pelas pontas dos meus dedos ,são uma extensão deste lago por partilhar, desisto de obstruir a sua passagem que se alastra para lá de cada margem enchendo o vazio das minhas mãos que se agitam poisando nas palavras que outrora escondia como gaivotas dançando no silêncio das brisas...e calo-me , mas escrevo... E quando escrevo, agrafo os meus silêncios às palavras... E lavo-as numa corrente de ondas batidas nesta força neste caudal que engrossa levando para longe todas as mágoas. Assolo as minhas margens, reinvento-as. E neste rio de breves margens pernoito, vagueio no tempo sem cansaço, risco traços de luz nas águas cristalinas que me alucinam o sentido, gravando no papel cada gemido que não consigo sequer sussurrar..
Hoje o mar não dança nos seus brandos sapatinhos de espuma…Contorce-se por entre novelos cinzentos num rugido de gemidos trazidos como lamentos… Cheira a sal, a maresia…E para lá do horizonte da minha janela O mundo passa veloz. Correm e choram as nuvens vergam-se os galhos, na rendição á dimensão que me silencia a voz…Serei lembrança fugaz e espaçada, flutuando na memória do tempo, uma obra escondida que de tão acovardada ancorou no cansaço que agora invento, sou a letra que encravou pondo fim ao toque ousado dos meus dedos nas prosas e rimas que Deus me segredou e que sucumbiram à força da mordaça e do medo…Sei que um dia deixarei de ser um verso batendo no charco ou a folha em branco onde me demarco em inquietantes silêncios do meu ser!! Serei então ponto final uma última linha de um livro que se fecha, de uma vida de pontos e vírgulas que o mundo esqueceu…Quando calo escrevo quando escrevo agrafo os meus silêncios ás palavras neste rio sem margens onde vagueio e rabisco traços de luz nas águas cristalinas onde lavo cada gemido meu sem sequer sussurrar…
Procuro-te nas cinzas do meu fogo que se extingue, mas numa réstia de esperança que me corre nas veias, grito na solidão que ninguém ouve nas minhas estradas onde se passeiam!!! Procuro-te…Nos restos perdidos da noite fria, lenta, de palavras abafadas que não me disseram ...É no fundo da minha alma cinzenta que solto a escrita que jamais leram, porque , procuro-te neste porão onde encovo as minhas lembranças, onde, desperdícios de goradas tentativas, vislumbram infundadas teorias de exercícios, de buscas a que me obrigas amor tardio ... Procurei-te em toda a parte em qualquer lugar… Se te algum dia encontrei foi num tom desajeitado de fazer de amar. Nas minhas juras despejadas com fulgor e nos gestos espontâneos que não me prenderam Até que um dia… O vento seque o sal da minha dor e disperse as sementes que de secura, permanecem em mim!!!Não me arrombem a entrada nem me tranquem a saída , sou como terra lavrada pelo arado da vida...
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