Hoje a voz que passeia no meu sorriso, deixa mais brilhante a areia que eu piso…Vai comigo ás dunas mais distantes e dá-me a ternura que me falta, lê-me puro e inteiro, faz de mim marinheiro navegante até á luminosidade da lua. Essa voz inunda-me como uma maré que entra em mim e me despe das piores dores, envolvendo-me pela cor púrpura do abraço permanente que me faz viver o presente porque sinto plenamente a força dum futuro. Há muita coisa nesta vida que não consigo entender,.. O meu pensamento acaba por se basear no fundamental que nem sempre entendo, o ser humano é cada vez mais egoísta e a conjuntura mundial agudiza as diferenças, mas, hoje sinto que tenho mais bagagem somada aos meus conhecimentos, mas também sou mais exigente nas respostas…E sei ver, mas infelizmente há coisas que vão evoluindo ou regredindo no mundo, que não consigo entender! Acho que é por isso que muitas vezes ouso escrever, porque as palavras usadas servem-nos de mãos de mil dedos invisíveis que enredam os sentimentos e de alguma forma ou modo as conseguem consubstanciar num mundo só, e ai, parece que renascemos… Escrever é ter a companhia do outro ser de nós mesmos, uma dialética entre dois rivais , que estão unidos para sempre…Acreditem eu sinto que tenho um livro dentro de mim, aliás acho que todos nós temos! Hoje esvaio-me nesta opressão sem limites mordendo a orla do sonho, tenho sede, sinto-a a, profanar-se na dádiva da palavra não dita , sim essa, que é feita de vida e prosa porque eu sinto-me um verso…Muitos voam mas eu prefiro apanhar as nuvens com as palavras fechadas, porque pertenço-te, só a ti me dou, só a ti entrego o meu ser, sinto a paz quando te abraço, és a âncora que me segura neste lugar onde o meu destino desagua… Fazes-me sentir por uma rota diferente, onde sou feito de versos e transformo o sal das lágrimas em sorrisos, hoje tenho asas para voar em sonhos, percorrendo o teu mundo e em silencio toco-te perdendo-me na sombra da tua magia que entrou em mim, é nesse silencio que te vejo e escrevo nos teus espaços um novo alfabeto,
quarta-feira, 19 de outubro de 2022
domingo, 9 de outubro de 2022
Hoje as minhas mãos falam, sem dizer nas tuas mãos, a vida transmitida que generosamente vão tecendo sonhos em letras que a alma vai deixando em flor á espera da próxima primavera! As mãos são as mensageiras da alma, iluminam o amor em versos no espelho do coração fazendo-nos, voar pelos campos em flor, baloiçando na árvore eterna onde a luz dos nossos corações se transforma numa estranha paz jamais vivida… Hoje Universo é inundado com o olhar para o infinito, e as palavras são indomáveis, não consigo nem posso retê-las num texto, elas viajam pelo silêncio e só somos livres se conseguirmos amar o instante que a vida nos coloca nas mãos… Hoje tento romper esta barreira das palavras que em mim pulsam exigindo nascer seja com dor ou com prazer, é-me impossível sentir sem escrever e por muito económico que tente ser, não posso viver as pausas das palavras como se isso fosse tudo ou quase tudo, pois há dias em que as paredes estão vazias, mesmo que, repletas de fissuras , imagens, sussurros e pregos curvados pelas sombras…Hoje não escuto a tua voz nem sinto o bocejar da noite, apenas oiço estas linhas que escrevo sobre o papel da minha alma, onde as letras miudinhas se confundem com o silêncio do ruído que chegou com o ranger das portas que para ti se abrem…. Hoje adormeço sem te ter visto e se soubesses como te procuro dentro do meu olhar, quando o silencio se pronuncia em mim…Daria tudo para os meus olhos te encontrarem e o meu olhar te arrancasse um sorriso cheio de emoções embrulhadas no nosso abraço cristalino como um laço de amor não consegue explicar mas sente-se mutuamente a cada segundo que os corpos se unem …Às vezes sinto tantas saudades que toda a energia dentro de mim se apaga, mas eu nasci um homem romântico sei que sofro dessa patologia incurável que ninguém entende a sua beleza , tal como as palavras , viverá em mim sempre nos mil gestos dos meus dedos…Amo-te
quarta-feira, 5 de outubro de 2022
Hoje é neste labirinto do ser que persistem as marcas das pegadas em falso, é neste arrepiar de pensamentos que suplico á eternidade palavras para escrever cada sentir, e nelas resgatar a luz de cada entardecer pois é ai que tudo ganhei e tudo perdi! Não há poeira de sonhos repetidos a pairar dentro de mim, não á lendas na noite, nem fadas do amor, de asas coloridas e vibrantes a esvoaçar na minha Alma… O meu coração bate como os vossos, carrega nas “mãos” a saudade de boca seca na dádiva de dar e receber palavras, que sejam digerida de um trago só como o vinho amadurecido pela alma embriagada de amor no abraço que me aperta onde não estou! Hoje caminhas de mãos dadas comigo neste rio que se forma no diluvio que regou o esplendor do mundo no meu olhar, nos meus olhos desfilam imagens de medo, só assim consigo vencer o cansaço dos dias azuis com as nuvens dentro do sol …Olhos fechados num voo só, onde o universo não tem barreiras, ai, volto á realidade nas margens do rio, onde a corrente leva os sonhos do olhar nessa brisa marginal que acaricia a face seduzindo todos os sentidos que todas noites sonho! O destino é clandestino, germina flores sem nome, e se vestíssemos o rosto de lembranças distantes no vazio abandonado, rasgaríamos a paz do usufruto, seriamos a sensatez derrotada, porque sinto-me o escultor da arte que propagas em mim!
domingo, 2 de outubro de 2022
Hoje assisto á diversidade entre o ser e o pensar, esta convivência entre duas pessoas, implica o termos que aceitar a pluralidade...Estabelecer as pondes de comunicação onde o diálogo é a estrutura dessa ponte…Há muitos aspetos do nosso carácter e personalidade que podem ser um obstáculo ou mesmo um impedimento às relações humanas. Para existir a convivência temos entender o outro, compreendê-lo e ver a perspetiva, pois o amor é um ato constante de dar e receber, amor não é atração, amor é estabelecer múltiplas pontes de afinidade, procurar e incentivar interesses comuns e proporcionar a conexão do entendimento e compreensão mútua..... O amor deverá, portanto, apoiar-se em valores...... valores que implicam generosidade, paciência, tolerância, simplicidade, sinceridade e bondade....Cada dia que passa, aprendo, e no amor também se aprende muito, amor é.... darmos tempo para melhorarmos....Amor é uma chama imensa, que necessita de ser continuamente avivada.....Amor é .... não ignorar que existem crises de convivência a dois.....Amor é.... encontrar múltiplos pontos de apoio na interação e intercomunicação entre duas pessoas....Amar é... aprender....Amor... é querer o melhor para o outro....Amor é... acreditarmos no outro......Mas amar não é aceitar tudo, até porque, acho que onde tudo é aceite , desconfio que há falta de amor…Hoje estou assim, meço as palavras e tento perceber a força que elas tem na boca dos outros, quando saem dos seus lábios, como quem traça linhas no tempo debruçado no parapeito da vida esperando que o tempo traga a vida aos olhos e que a água que ver-te deles regue a semente do amor e o faça simplesmente florir…Por isso espero! Mas hoje acordei diferente, meio ausente, como se o meu corpo não me pertencesse , ou será que a minha alma adoeceu? Eu sei que esta muda silenciosamente com os anos, mas há algo diferente que não consigo descrever, sinceramente não sei o que é , se será coisas dos astros, da lua ou apenas a personalidade a derramar os seus traços…A verdade é que hoje não me acho no meu corpo, sinto-me mais que este pequeno espaço que ocupo e nada me basta , quero tudo e mais um pouco …Sinto-me nu de coisas passadas e vazias , mas não consigo calar o corpo nem a alma , quanto mais condena-la á agonia por isso decido ouvi-la sem nada ter a dizer-lhe! Eu tenho é fome de ternura, de dar e receber o afeto e deixar-me embriagar pelo mimo que dele perdura e nos faz querer algo concreto, hoje simplesmente te quero por fim longe de mim.
sexta-feira, 30 de setembro de 2022
Hoje sei que mesmo que haja um oceano entre pessoas, elas vivem amarradas em nós em todos os segundos que o tempo subtrai na ampulheta da vida...Isto porque, há pessoas, que apenas passam por nós, mas outras passam e ficam para sempre! Há tanta coisa vivida, tanta coisa perdida, que os sonhos que desvaneceram renascem sempre com um perfume inebriante, do aconchego da lua cheia que ilumina a Alma. Acredito nas palavras que não precisam ser ditas e nos silenciam...Que gritam...Que sussurram...Ainda que duma forma multifacetada, escondendo , revelando, poemas que vivemos, nas sobras que em nós residem, de cacos, palavras, olhares, gestos, toques que nos fazem acreditar que há alguém do outro lado do espelho que nos reflete. Todos temos memórias, na arca das lembranças e quando a saudade aperta , só a sufocamos com a razão, porque ela também nos abraça, preenchendo-nos de cores, retirando-nos a cortina do luar, que a mim me faz suspirar diante desta lua cheia que parece trazer o teu perfume enfeitiçando-me com o seu mistério que o tempo na ampulheta do destino faz deslizar. Hoje escrevemos a nossa história, que escolhemos do lado dos sonhos, e eu , sinto falta do teu olhar, da tua voz que desaparece nas sombras do amanhecer…Escorrem-me do olhar a gotas de luz que reluzem do teu sorriso, e a vida é demasiado sabia para mim! Mas há que tentar viver para não sucumbir na apatia, por isso corremos riscos, perdemo-nos de nós mesmos, e por impulso o precipício fica-nos de frente… o mundo Roda e a sua rotação parece ser fictícia , estamos no mesmo lugar … A acomodação e letargia suplanta-nos, os sonhos caem , e acabamos por aceitar viver no desamor dos dias… Recuso-me a abrir os olhos se estes se embaçarem pelas lagrimas, quero reconstruir, entrar na metamorfose que reconverter os cacos em mosaicos , sólidos, porque tudo tem o seu tempo e eu recuso-me a caminhar descalço sobre aridez dos cacos devolutos que os caminhos espalharam pelas ruelas… As palavras tropeçam segundos dentro das horas, engolindo os minutos, o calendário do tempo escreve a saudade nas nuvens do olhar…Há dias assim, a madrugada acorda-nos de um sonho , os olhos apalpam a escuridão, as mãos desenham vazios, na noite que já vai nua com os olhos posto na lua que se reflete na sede dos versos…Hoje carrego-te na palma das minhas mãos , chamo-te eternidade que carregarei sempre com o teu nome no meu olhar.
sábado, 24 de setembro de 2022
Hoje recolhi as pálpebras lentamente no intervalo das estações que vejo a mudar, num sono inquieto e puro, deslizando no caminho que se distancia do sonho escrito. As silabas estão todas ordenadas e inventadas , elas sabem o seu destino nas palavras , mais vale deixarem-se espalhar pela sede do mel, no absinto dos lábios que cortam o rasto de fumo nesta incógnita leitura de ler o tempo quando os relógios não param! É-me impossível explicar as palavras, elas são a água da minha sede, elas nascem em mim como uma fonte, mas não consigo controlar o seu caudal, esse fio de água derrama-se, regando a saudade... Tenho Saudades do foco da lua que nos guiava nas noites de verão, onde os nossos sonhos crepitavam unidos em ruelas de amor, nesse jeito com que nos pertencemos…Gostava de escrever tão bem como as letras do destino, escreveram a nossa pagina na minha vida, que me fez querer aumentar a noite para me conseguir encher de Ti! Hoje dividi o silêncio em dois, mas permaneço aqui até o seu “som” se esgotar , até o som dos teus passos terminar e a luz da tua sombra se apagar junto á minha…Se algum dia alguém olhos nos olhos me perguntar , mas o que viste nesse ser…Eu direi o que me faltava a mim mesmo! Amo-te
terça-feira, 20 de setembro de 2022
Hoje quero doar-te as ultimas gotas da minha claridade, o dia está a ser longo, mas em mim soletra-se o abecedário até ás letras do teu nome, viajei a vida inteira para te encontrar, enraizar-me em alguém que me habite e me deixe habitar o espaço que sempre guardei no coração. Esperei por ti até nas caricias por partilhar, tantas que ainda nem sei o nome que lhes dar, nunca as dei a ninguém…Há tantos momentos nas nossas vidas em que caminhamos literalmente sós , por entre vales, neblinas, sentimo-nos uma fronteira e apenas tocamos o invisível…Mas!! Há tantos como nós , que percorrem de mãos dadas com o desencontro mas vão semeando as mesmas paisagens com o olhar, sim essas mesmo, as paisagens que nos alegra e proporciona o sonho! Eu sou assim , como tantos outros , uma porta para entrares em mim, porque quando esvazio os olhos, a luz dos teus, pode então percorrer a minha Alma. É nos meus olhos que moram as fasquias dos sonhos, muitos o tempo vai devorando, talvez um dia atá já não restem mais…Mas, tentarei que todos eles partam de mim , de uma forma silenciosa, carregando na eternidade os braços que os nossos abraços dão, perseguindo cada estrela cadente que cruza os nossos céus…Hoje é o presente e eu sei o quanto te amo, sei como me confundo com o teu corpo, nessa mistura não de massa e formas, mas sim quando na tua alma eu me introduzo , até sinto o meu sangue correr em ti ! Parece que o meu corpo se alongou de mim e passou para ti, apenas peço que me completes também, resgata-me nessa linha de horizonte onde a minha luz se faz cor em ti.
sábado, 17 de setembro de 2022
Hoje peço que me olhes mesmo que seja lá de longe, desse longe, tão longe onde estás, pois sei muito bem que me entendes e que consegues ver muito para além dos meus olhos, porque é dentro deles que habito e me debruço sobre o mundo, mesmo quando os sonhos vêm se sentar em cima das minhas pálpebras . Olha-me com atenção! Sente! É tão bonito o amor...É como se o verão se alonga-se dentro de nós, e nessa redoma nos fechássemos para o amor não fugir de nós…Eu sei que ele não se vai embora, ele é um navio que ás vezes anda á deriva no horizonte longínquo a baloiçar-se na luz de todos os poentes e é neles que ele se fixa e oculta! Hoje vejo os raios de sol mostrarem-se na timidez do azul da vida, que ela mesmo prende e solta no ponteiro dourado dos segundos como se fossemos parte da equação do tempo, e o amor, esse cresce, porque precisamos viver, mas não há que nos devolva a estrada e ela é tão longa! Adoro sonhar-te , na vida que me tens, naquilo que és, como uma gota de orvalho numa teia de luz que o tempo me concedeu, inaugurado num tempo que é só nosso. Ficas em tudo o que faço, na palavra, no gesto, no pisar, na água , no vinho que faço no pão que irei comer e no sonho que é meu. Deixa-me sonhar-te mesmo de corpo imóvel , deixa-me sentir a tua respiração ao desenhar o teu rosto com as minhas mãos que penetram no teu sonho, mas!!! Deixa as memorias em branco, onde se escuta as melodias do coração, deixa, as alvoradas do teu peito ser o pão das ideias , o sopro de um piano, o som vago dos violinos seduzidos que se formam na tua voz, que, neste livro aberto onde rasuro sem jamais o querer fechar, porque , os dias sem ti são como um dicionário com a folha mais importante arrancada...
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
sábado, 10 de setembro de 2022
Hoje tentei adormecer o mais longe possível para não ter de sonhar, sonhar é tão bom mas faz-nos sentir por vezes débeis ao tentar acompanhar o sonho, por isso ainda acordei mais longe do local onde adormeci para ver se não me achava a mim também…Podemos tentar fugir, mastigar o silencio, num abraço tardio que o suco amargo do desassossego vai sempre timbrar em decibéis que o coração não escuta …Eu sei muito bem que a noite não tem braços que segurem o perfume do amor nas sombras dos sonhos, mas sei também em que quadrante do vento te invento e nem as cinzas do tempo te irão levar de mim. A estrada é muito longa, olhamo-la e não vemos o fim, encurtam-se distancias sem perdão, perco o tempo que resta de mim, esgoto a luz das manhas nas ruas que corro só, fico de mãos vazias mas cheio de ti. Hoje beijo-te neste sopro de vida como um navio que abraça um porto, carrego o infinito nas palmas das mãos, e a eternidade nos braços dos nossos abraços em que me fazes anjo, carregando o teu nome nos lábios . Hoje nomeei-te meu sonho, troco o escuro da noite pelo teu abraço, o azul do dia pelo teu olhar, o meu tremulo chão pelo teu amor , sabes porque ? Porque sinto tudo de ti , o corpo a alma a mente, o mundo inteiro que te veste, nessa redoma onde me fechei contigo e me liberto dos desertos que faziam a minha estrada, onde bebo os teus lábios como palavras e sigo-os de olhos fechados silenciado pelas algemas do amor entrelaçado na alma que nos lava e queima nas cinzas da paixão ! todos os segundos penso no teu abraço, e desejo-o por isso peço ao sono que me salve, e me leve nesse sonho a sobrevoar-te como um cometa que te ilumina de luz . Sinto o meu peito escancarado cheio de frestas, sinto a brisa do sado trespassar-me …Amo-te
quinta-feira, 8 de setembro de 2022
Hoje penso neste amor que me avistou através das vidraças da vida, e sem nada fazer prever, entrou como um sopro do vento pelas fissuras de mim e da janela que há muito estava entreaberta! O destino estava traçado, mas essa brisa desarrumou tudo, misturou tudo, remontou tudo , arrancando-me os velhos quadros das paredes do peito, que eu involuntariamente guardei no canto dos tempos…Esta brisa levantou todas as poeiras do chão que os tempos passados deixaram cair pelos passos da minha vida, um amontoado de sentidos que a alma teimava em repelir , ocupando os espaços de forma clandestina! Hoje deixei a janela escancarada, agradeci aos ventos que entraram e varreram a dor derramada, ergui os meus braços para os céus e num breve suspiro abri as mãos pelas catedrais dos céus dos deuses onde as águas do teu corpo mergulham no meu! Somos feitos de fogo e mar , somos água que corre no relógio do tempo que pinga os minutos gastos , tantas vezes palavras sem cor , outras contrapondo com a apoteose dos dias onde me derramo, renasço, recomeço nos aros das palavras que se aprisionam á alma fazendo-nos escravos do sonho que a cada dia floresce nas dobras da nossa vida. Guardo-te como quem guarda uma pétala num livro, com cuidado, com a doçura que os veios da água esculpem na terra seca os caminhos que nos fazem evocar o mar dos nossos sentidos guardados. Guardo o teu olhar , os teus passos as tuas mãos na clausura dos dias que os corredores do silêncio tecem nos sonhos, como avenidas, dilato as veias que me percorrem como caravelas , nesse descobrimento que o luar de setembro trespassou na noite que se afunda pelo sol da manha. Tu és o mar , onde a minha onda se desenvolve em maresia , libertando a nevoa das manhas na esperança de uma vaga que te trará até mim… Hoje devolvo a paixão ás palavras , deixo que elas se ocupem de juntar as letras que brotam dos meus dedos escamados que nem a felicidade consegue hidratar , por isso, guardo-te em mim, escrevendo o teu nome na areia do mar e volto a insistir que a arquitetura da maré cheia, deixe ficar gravadas as letras do teu nome, que replicarei em todos os meus sonhos e no amor que por ti permanecera eternamente vivo.
domingo, 4 de setembro de 2022
Hoje, o que precisava mesmo era limpar estas palavras, recolhidas pelo tempo, em muitos locais, proferidas por tantas pessoas ! Parecem palavras em flor, tento trata-las durante o dia enquanto sonho de olhos bem abertos, e tanta gente vejo mas sinto esta solidão estranha que chamo acompanhada…Ela faz-me companhia, envolta em muitas palavras que precisam de ser limpas, acariciadas, proferidas! Já tentei retirar-lhes a sujidade, do seu mau uso, algumas parecem pálidas, frias, gastas, cansadas, perdidas e até de costas voltadas para este mundo que cavamos. Há palavras que já dissemos que já não dizemos, palavras que nos cegam como a luz do sol, palavras que sopramos para nós, mas!! O vento as leva de volta á sua origem, palavras que faziam as madrugadas lentas no meio de promessas imperfeitas, murmuradas, entre beijos. Tenho saudade, das palavras que focam as estrelas, e fazem o silencio da noite assomar-se ao nosso ouvido, palavras que pouco dizem, palavras que chegavam a ser só minhas e hoje ainda persistem na memoria que se arrasta pelas ruas. Quantas vezes me perguntei a mim mesmo, onde posso assentar os meus pés sem que a estrada sigo me arraste pelo chão?! Cada palavra que consegui na minha vida limpar , transformou-se num grito, deixou de ser um murmúrio, para se fazer escutar , como um grito que o peito e a boca jamais quer conter… Fiz-me hoje de transporte humano, que se interroga que escuta e se veste de ternura ! Que mais poderei eu dizer das minhas palavras, elas falam de muita coisa em pormenor, digo muita coisa com clareza , do coração, da alma e do corpo , se quiserem, posso dizer que falo de coisas internas e latentes deixando para o final as coisas de superfície, porque hoje sinto-me imóvel diante das palavras , pedindo que elas me levem nem que seja só por um instante aos silêncios dos espaços abandonados e lá consiga aumentar a noite para encher os meus sonhos de ti. Amo-te
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...