quarta-feira, 15 de maio de 2024
Hoje aquilo que é o óbvio chateia-me, na vida, nos gostos, até nas pessoas, prefiro sempre o inesperado. Uma música nova, um local junto ao mar desconhecido, um sorriso completamente original. Nunca consegui ver a beleza como um padrão, mas como algo que se reinventa todos os dias. Não percebo as pessoas que só gostam de um estilo, que têm um perfil do que gostam e valorizam, eu também sei ser preguiçoso mas isso é mais que isso, é comodismo mental! Eu gosto de não ter um guide book. Pelo contrário adoro ver a beleza nas mais inesperadas coisas. Engraçado, que para partilhar as coisas que me inspiram tenho de me dividir entre amigos "óbvios" ... já sei qual é que vai perceber aquela música, aquele texto, ou aquela imagem. São raros os que me entendem… As pessoas com quem posso partilhar tudo são claro, também elas não óbvias. Por isso talvez nos entendamos ! Não há nada que mais me orgulhe do que navegar entre mundos diferentes onde o obvio não se enraíze, talvez isso me ofereça a capacidade de viver muitas vidas numa só… Conhecer um pouco mais além e me tornar mais resiliente perante as adversidades e com isso tornar a vida que levo porventura também mais agradável. Muitas vezes fico maravilhado por alguma forma de sentir o perplexo e a alma que se deixa em constante devir perante cada situação da vida, mesmo que isso não a torne nem um bocadinho maior, mas sim, completa, embora isso se calhar, até é óbvio, eu é que não o sabia….Dizem que todos procuramos um sentido para a vida mas penso que o que a esmagadora maioria procura, são experiências que nos mantenham vivos ! Para uns, a jornada é muito curta para o que se desejava viver, mas é agradável, para outros, a jornada é acidentada, longa como uma maratona que não tem fim à vista e em alguns momentos, dá vontade de desistir... Estamos aqui para aprender, não para sofrer...À medida que ganhamos experiências, um pouco mais nos é revelado deste mistério que é a vida, ninguém é igual a ninguém e ninguém é perfeito…A vida vai nos dando coisas com que consegui-mos lidar, conforme vamos aprendendo a lidar com elas…É assim que a vida funciona. Avançamos no caminho seja ele qual for através das nossas vivências que a nossa energia atraí para dentro da nossa vida! Reparem que nada é por acaso, Nós colocamo-nos numa espécie de “trilho”, que sempre existiu, o tempo todo, à nossa espera. Não escolhe-mos o nosso destino, seja ele qual for, temos de o viver! Ninguém consegue mudar o que não consegue encarar, talvez seja essa razão que, onde quer que nos encontremos, é exatamente onde precisamos de estar, nesse momento… Só faremos algo diferente quando estivermos preparados para o fazer…E digo mais, há sempre alguém à espera da pessoa na qual nos estamos a transformar ou nos transformámos! A cada momento, cada um de nós está a passar pelo processo de Ser e de se tornar por isso sinto que quem perde o telhado da sua vida, acaba por ganhar sempre o olhar e a luz das estrelas…
segunda-feira, 6 de maio de 2024
Hoje guardo numa gaveta de velhos objectos algumas palavras, espero tranquilamente que o bolor do futuro as rasure para que só eu as saiba de cor, e mesmo que adormeça mergulhado na conjugação de novas palavras, jamais desitirei das que outrora me espelharam... Fecho os olhos e estas não se desfazem, nascem no meu olhar como palavras sem destino. Ali, nada acontece, a não ser o tempo irrepetível onde os compassos ressoam na extinção do coração que me toma e me escuta, arremessando todas as silabas que a noite exalta nas lâmpadas acesas que revelam os silêncios como um telefone que não toca, silenciado pelo halito das ruas vazias, por isso, tudo o que eu disser e escrever, é apenas eu a perder-me! Não vale apena espelhar-me na angustia, nessa superficie que nada reflete, nunca supus sequer, que as palavras fossem tão permeáveis ao ponto de, fazer com que as nossas vestes se tornassem visualmente ocultas ao olhar de terceiros...Nada nos decifra, nada! Nem a forma docil que nos prende à hipotese do esquecimento que fecha a visão diante dos atos mágicos que trespassam a alma dupla, assim nos fecham as portas do universo! Pode até o pensado universo infindamente ir-se, que para mim o que importa é a abertura da porta ou a fenda que a faz ficar entreaberta até sermos crucificados ...Pouco importa a felicidade ou falta desta, porém nada me impede de relatar o que a fere a cada instante... Hoje abro as coordenadas dos sentidos, elas contorcem-me corpo e alma, em espasmos numa tela branca onde invento e escrevo com o meu toque, os vestígios anarquizados das sagradas promessas de amor que se juntam entre dois mundos . Teria gostava que me tivesse sido entregue todas as partes claras e escuras desse caminho, nas rotinas da sede das patologias sem cura , por isso, faço-me deus das palavras usando a minha imaginação, só assim atravessarei o que não entendo entre estes dois mundos de invulgares e transcendentes impulsos da visão dos sentidos… No designio das palavras, alivio a profunda sede que a noite gelada deixou marcada nos meus lábios secos, desfolho o livro dos sentidos e nele, pinto um inverno entorpecido em varias hibernações que não germinam as sementes lançadas na luz da atitude, deixo a vivencia transformar-se no legado da simples lembrança sem eira nem beira! Hoje estou assim, deixei o meu olhar na aurora de um cálido abraço na ansia da brisa rendida ao que cada um é efetivamente. Há uma imensidão no olhar que me alcança onde não estou! Tenho tatuado na represália do ontem um sinal de aprendizagem que se faz legenda da suavidade dos sorrisos que ficaram no olhar! A saudade é assim, do tamanho dos oceanos, infinita como os céus. A verdade é que o tempo não para, não dá tréguas, obriga-nos a ser fortes e a guardar as dores mas a saudade, ui, essa aumenta não diminui… Memórias são o único pedacinho de paz, capaz de apaziguar, há quem diga que, quando alguém que amamos está no céu, ficamos com um pedaço de céu dentro de nós, quero acreditar nisso! Mas!! Talvez seja melhor acreditar que à minha sombra todos os amores são silvestres ...
domingo, 14 de abril de 2024
Hoje pergunto porque gostamos de alguém, será apenas pelo que o outro é, ou pelo que nós somos quando estamos perto? Amamos alguém não apenas pelo que fazem de si mesmos, mas pelo que nos fazem a nós mesmos, talvez também por ignorarem as possibilidades do tolo que somos, por aceitarem as possibilidades do bom que somos...Amamos por fechar os olhos às discordâncias dos outros, e por acrescentarem música em nós através da escuta dos silencios. Amamos por ajudar a construir da sua vida não uma taberna, mas um templo. Amamos por fazer alguém feliz sem uma unica palavra, sem um toque, sem um sinal, apenas sendo um ser próprio e ímpar. Talvez afinal, isso é o que o amor é, ser para os outros e para nós proprios...Mas, precisamos aprender a colocar limites, não é por desempenharem um determinado cargo na nossa vida que isso lhes dá mais ou menos, autoridade, porque a verdadeira autoridade não é imposta, é reconhecida, perde-se ou ganha-se, dependendo da confiança entre partes... A confiança não se inventa, não aparece por decreto, nem por recurso ao medo, à culpa ou à vergonha. A confiança precisa de cultivo, surge naturalmente pela qualidade da relação!Hoje persinto e sinto que há uma razão egoísta para perseguirmos a felicidade de forma icessante, é que ela dá um pessoalíssimo prazer e de conforto unico no ser humano. Porém a felicidade é mais do que um ingrediente individual, ela muda a visão do mundo. A felicidade é a coisa mais revolucionária que existe em nós e mesmo sem palavras, inclui, abraça, integra e a cada um, oferece um lugar onde crescer. Hoje tenho vontade colocar de lado as palavras, as pobres palavras usadas, até ao fio, vexadas até, perderem o mais leve sinal da sua intenção primitiva, de nomear coisas, seres, e as efémeras paixões que a vaidade aparelhou, antes de receber a curta, a irrebatível lição que cada palavra carrega...Hoje nem consigo mais orar por elas, nem exibir os desejos na parca extensão dos meus sonhos, porque cada palavra, enfim, caiu ao poço fundo arrastando os seus tributos na sombra e na desventura! Hoje recuo de mim mesmo, neste caminho da dúvida... Extenuante esforço analítico do meu espírito é tal, como uma espada, rasgando o olhar, mostrando-me os pontos mal acabados, na escuridão que se exalta sem vaidade e me inebria, mesmo sem bordar deixo o meu pequeno ponto de luz nos céus!
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Hoje nesta tentativa de entender o mundo, perco-me em palavras que sei serem ocas, sem sentido, tentando acreditar nelas a qualquer custo, decepcionando-me em seguida quando acontece o inevitável e me apercebo que eram vazias de significado. Afinal, as palavras são palavras, nada mais, e se não forem acompanhadas de actos perdem-se no tempo, perdem a sua força e transformam-se num passado distante e irreal do que uma vez foi um sonho. Não que sejam sempre falsas, mas sós não têm o poder de perdurar numa vida repleta de mudanças e adversidades constantes...Algumas das vezes, são palavras ditas com o intuito de alcançar um objectivo, outras, são palavras em parte sentidas. Meias palavras, meias verdades... Cada qual tem de interpreta-las, fazê-las suas ou deixá-las voar como notas de música ao vento. Palavras que mudam com cada resposta, cada gesto, cada acção... impossível saber para onde vão, e dificilmente descobrir de onde realmente vêm todas elas! As palavras têm a capacidade de se transformar, podendo adaptar-se a meio, adoptando a forma dos lábios que lhes dão vida e dos ouvidos que as recebem, por isso tanto podem ser rosas como, espinhos...Mas elas são muitas vezes, tudo por serem a forma básica de nos fazermos entender...Somos feitos de infinito, que essa longevidade esteja à altura, à largura, à profundidade do infinito que somos. Que sejamos desmedidos sem fronteiras, até certo ponto com um só sentido! As palavras não tem limites em nós, precisam de se expressar também sem limites e fronteiras, porquê? Porque a toxidade dos outros, em vez de nos ajudar a expandir, fazem-nos contrair, porque às vezes somos nós que nos enganamos e, em vez de sentimentos gratuitos, vivemos apenas de apegos daquilo que recebemos dos outros...O ser humano pensa muito e ama muito pouco... Premedita situações, asfixia, invadem, abafam, tramatizam com a posse , com o abuso, com a manipulação e isso não é violencia fisica é psicologica , é ai que deixa de haver o amor e passa a existir o sequestro... Nem o maior dos santos está isento de amar pobremente!
sexta-feira, 5 de abril de 2024
Hoje a vida não se mede somando apenas pontos, não se mede pelo número de amigos que amealhaste, nem pela forma como os outros te aceitam… Não se mede pela importância da nossa família, pelo dinheiro que tens, pela marca de carros que conduzes, nem pelo local onde estudaste ou trabalhas. Na realidade a vida não se mede de todo pela tua beleza física, pelas marcas de roupa que usas, nem pelo teu gosto musical! A vida não é nada disso. A vida mede-se segundo a quem amas e a quem magoas, a felicidade e a tristeza que proporcionamos a nós e a quem nos rodeia …Mede-se pelos compromissos que cumpres e pelas confianças que atraiçoas, pelo sabor que deixas na boca dos outros com a tua presença e com as tuas atitudes. A forma como gerimos uma amizade, pode ser usada como algo sagrado ou como uma arma, do que se diz, o que se faz e o que se quer dizer ou fazer, seja maléfico ou benéfico, juízos que formulas e a quem ou contra quem os comentas…A forma como gerimos os ciúmes, do medo, da ignorância … A forma como lê-mos o amor, o respeito, o perverso como o cultivas e de como o regas. Não há mesmo forma diferente , ou regamos o coração dos outros ou então não alimentamos o melhor de nós! É o livre arbítrio só nós podemos escolher a forma como vamos afetar os outros, e essas decisões são do que trata a vida, ou alimentamos o melhor ou optamos pelo pior… Na realidade a vida nem sempre é justa , mesmo que sejamos o melhor que consigamos em cada situação, porque fazer bem a alguém, é fácil, uma graça até, fazer o bem é mesmo um dom, manter essa postura é uma virtude e uma luta constante… Por isso e muito mais , hoje, procuro no meu interior, todos os meus sentimentos, remexo-os, troco-os de um lado para o outro, tiro tudo para poder ver melhor...Um a um, vou tirando os momentos e sentimentos que fui guardando ao longo dos anos, alguns, tesouros escondidos, outros até esquecidos... Ponho-os sobre a mesa, não, não encontro aquele que procuro! Volto a guardar cada um no respectivo lugar, devagar, tentando senti-los, um a um, buscando aquele que me faz falta neste momento... Tinha de o ter posto no lugar do costume, mas! Isto acontece-me quando as coisas não correm bem, ou como eu gostava , parece que desapareceu...Ainda agora os tinha todos lá dentro... Espreito para ver o que se passa...Aí está aquele que procurava. Como sempre, diante dos meus olhos, parece que só eu o vi ele não me viu de todo !
quarta-feira, 3 de abril de 2024
Hoje a emoção que escorre, que se esvai. Foi a emoção morna, que deslizou, que lavou, que sujou, que não aflorou. Emoção que dissolveu, que misturou, que se cristalizou para então se liquefazer novamente. É essa força de vida que insiste em negar sua frialdade orgânica, equacionada. São as lágrimas de um ser há muito tempo incredulo pelos sentires... Um ser que não é, não chora copiosamente em sorrisos de chuva serena e imparcial. Vertendo as suas gotas de Existência... É que só és feliz quando não exiges nada da vida, mas sabes agradecer tudo o que a vida te dá, só és feliz quando reconheces pessoas especiais no teu caminho e fazes questão de as guardar no teu coração... Por isso digo, que somos felizes quando compreendemos que ser amigo é ser fiel, é ser companheiro e é ser presente, mesmo quando a outra parte se resguarda...Somos felizes quando percebes que vencer na vida é ser genuíno, é ter a consciência tranquila e ter paz interior, mesmo que isso te faça dobrar perante as adersidades ... És mesmo feliz quando aceitas que a vida te tira o supérfluo e te dá apenas o que precisas para gerires. Somos felizes, quando entendemos que temos muitos defeitos, e eu sei que os tenho, mas, também temos qualidades e que tudo junto origina alguém impar numa luta para sermos todos os dias melhores...É mesmo assim, as pessoas felizes, não tem tudo, mas tem o melhor da vida amor e paz...O resto batalhamos para conseguir, porque temos alguma força, otimismo e resiliência! É possível encontrar a chave da felicidade! O sentido de vida, a paz interior, porque há coisas que não estão à venda! O amor é sem duvida o nosso mais estranho hóspede, quanto mais nos tiram mais nos enche e eu, passei metade da minha vida amando os outros, esperando também essa retribuição que é uma dádiva, ser amado! Mas acabei por me dar conta que esse tempo, passeio desperdiçando-o e por seu turno, eu acabei des-pe-da-ça-do...Hoje sinto-me completamente imerso no silencio, deixei-me mergulhar nas suas águas, arrastado pelo seu curso de forma imóvel , impercetivel como palavras que se amontoam no nosso silêncio ferido! São os afetos engolidos na silenciosa implosão do sentir, fazem cair os desígnios nas recordações timbradas na vida. O que se ouve, são apenas ecos de portas que se fecham, mas que ainda permitem a passagem de esperanças e desculpas... Imperam os destroços. Não há vencedores nem vencidos, o respeito e o desrespeito apenas dizem de que lado é que o vento vai soprar...
sábado, 30 de março de 2024
Hoje desnudo o sentido do semblante, este é sempre o primeiro dos mistérios, num mero afago de alma para o meu olhar! Ele Atiça, perscruta, incomoda, estimula ou destrói. Há tantas possibilidades por detrás de um olhar ou de dois instantes trocados, onde tudo pode ser um título de eternidade... Eternidade essa a ser pequena ou grande, objetivamente, pouco importa, na instância de um fascínio sempre se basta por si mesma...Hoje sou um frágil obervador, deste semblante que apenas vê, como um escape de alma, a alegria de um corpo que se sente vazio demais para contemplar universo particular que se tornou tão infinito...Tenho traços valorosos, traços humanos contempláveis, vejo o semblante apaixonado como traços divinos. Mas!! Perdi a mão dos Deuses como quem lança o pó ao vento, e não passa das miragens. Este semblante é um paradoxo ambulante, pois se fascina, mastiga e edifica, consegue constranger, esmagar e fazer evanescer...Levo nas redeas das agruras de um tempo vivido, um semblante que acaba sendo nada mais do que um semblante... Por essa lógica, de mim, redunda a sanidade do fracasso retumbante dos apaixonados, porém, o semblante sempre será a mais divina e perfeita criação do Cosmos! Ingrato e frio que seja, nessa destinção uniforme e tão particular como um véu no olhar, reúne em mim todas as arestas perfeitas, notas de sonhos de todos os outros signos capazes de trazer o Céu à Terra... Esse é o unico porteiro nas portas da imaginação que me destrona e me faz ler e reler a minha ata de vida ... A beleza é uma instância que há-de perdurar para todo o sempre... Da Beleza nasce o Amor que, como fruto da nossa eternidade, não pertence a nós mortais como bem de posse, e jamais nos pertencerá de tal maneira. Questionar as razões de um semblante é incorrer em absurdo. Pena é quando, por vezes, aceitamos puramente os seus desígnios, incorremos na condenação de um sonho a um orgasmo infindo de Morte. O Amor, transtornado, também é capaz de matar em tristeza. A paixão testa, o amor prova. A paixão acelera tudo, o amor retarda... A paixão exalta o corpo, o amor cria o corpo. A paixão incrimina, desacredita, o amor perdoa... A paixão convence e desconvence ... o amor dissuade. A paixão é desejo das vaidades, o amor é a vaidade dos desejos. A paixão não pensa, o amor simplesmente reflete.... A paixão vasculha o que o amor descobre! A paixão não aceita testemunhas de nada, é individualista, o amor é testemunha de tudo... A paixão facilita o encontro e por muito estranho que pareça, o amor dificulta. No semblante de todos nós meus estranhos amigos, a paixão começa rápido,mas, o amor jamais termina...
quinta-feira, 28 de março de 2024
Hoje vejo bem, as pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas…Embora muitas vezes tenhamos tentado! Temos que nos bastar, nos bastar sempre, e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam, elas se completam, não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida... O maior elogio que eu poderia fazer a uma pessoa era dizer, gosto de ti muito além da minha imaginação, não porque aprendi a gostar, mas porque por mais que eu sonhe, há pessoas ainda melhor que o sonho, estão muito além da minha capacidade em imaginar…Mas!! Para ser sincero o que gostaria mesmo era de viver no próximo milénio, sim ai mesmo onde a felicidade for uma pequena pilula que se ingerem antes das refeições...Hoje sobrevivo deste sapateado nas palavras, que se formam alinhadas, ruidosas, metálicas, sensuais, quentes, serenas, leves , tornam-se reciprocas , sentidas, silenciosas portanto faço amor com elas todas, trocando olhares nas esperanças e incertezas envergonhadas nos sentimentos de felicidade que se tornam cada vez mais subtis ao sustentarem o olhar mesmo que este não seja de sorrisos …Hoje não consigo rimar nas palavras, nem fazer que se copulem nas diversas posições onde se leem de forma inversa em varias línguas, as silabas não gemem, mas fazem amor com as palavras , beijando-as , inventando-as no derramar dos segredos explícitos no acariciar das suas linhas sem metafisica …Sinto a voz, o cheiro, a cor, imagino-as simplesmente nos tremores dos sentires que em cascata se desfazem em versos neste rio onde desagua o cio das verdades! Esta monogamia entre os deuses é como enviar uma carta a alguém, ainda que esta se perca, ficam as velas acesas como pontos de luz no epicentro das condutas do olhar , pintando o amor como quem o colhe, degusta cheira ao encaixar cada palavra nos seus sonhos…Hoje opto por transpor cada palavra de mim neste livro sem folhas que a vida me levou a erguer os meus castelos, desenhar a utopia registado em cada suspiro , cada momento como um sonho de cristal...Espero que esse heroi consiga transpor esse castelo de cristal, feito de sentimentos, onde vou recriando as palavras qe a minha vida rasgou em cada pensamento que escrevi!saudade existe, como uma ruga na pele, aparece com o tempo, confunde-se com todo o nosso saber, nos foge das mãos, impregna-se com relevo no nosso corpo deixando marcas, profundas...
segunda-feira, 25 de março de 2024
Hoje o que resta é talvez, a minha sombra, essa espécie de vulto com que a alma dá guarida ao descanso improvisado. Digo sombra, como quem diz ousadia, que se realça como uma madeixa muito antiga, que o medo fez perder o tino, e a memória que nos guarda, quase impunes perante os desenhos de um corpo meio inteiro… O egoísmo ergue muros, onde o amor constrói pontes. O orgulho compara-nos aos outros, o amor coloca-nos no lugar dos outros, é uma justiça que nos pune e repara, resgata e redime, sem ética mas movimenta-se na direção do bem…Por isso o Amor é o bem em constante movimento! Há códigos de condita nos sentimentos mas o amor dispensa-os, não há nenhuma filosofia que tenha o sentido correto nos sentimentos , sejam eles quais forem, mas no amor, é ele o próprio sentido de vida para tudo! A sabedoria nas relações , sabe, descobre, ensina, abre portas mas é o amor que sente e ensina a amar, pois há muito boa gente que nunca amou nesta vida e não consegue valorizar um sentimento desses, por isso tem de se ser muito corajoso, para se viver nesse medo, ao contrário do que se julga habitualmente, o medo nem sempre é um assunto de cobardes… Para se viver no medo é preciso ter, de facto, muito valor…Quando estou só tenho medo de me virar demasiado rápido, para o que está nas minhas costas, no fim de contas, há palavras que não carecem de ação, e ações que não carecem de palavras, em silêncios que quase tudo falam chegam a parecer uma oração! O Amor chega a parecer egoísmo, ofende-nos, prende-nos, fere-nos e lá no fundo tem uma mão que te puxa lá do abismo mas faz-te alguém melhor para o mundo… A vida e o mundo de hoje em dia são, inevitavelmente, stressantes. Nós sobrevivemos, claro, cada vez desenvolvemos mais e melhores ferramentas para cuidarmos de nós próprios, para aproveitarmos ao máximo a nossa própria companhia, para cultivar o amor próprio que palavra cliché, não é? Parece que agora pegou moda, mas nem nunca devia ter saído de circulação, para sabermos namorarmo-nos e gostar de nós porque, se não gostarmos de nós quem gostará, mas!! Ninguém sobrevive completamente sozinho, hoje sinto-me como um medíocre sonhador, que nunca soubera sequer sonhar...
sexta-feira, 22 de março de 2024
Hoje prefiro ficar entre o frio da solidão e o calor de um sonho. Não quero que me acordem desta ilusão em que me deixei embalar. Eu caminhava perdido no meio de uma solidão sem nome. Já nem sequer me lembrava de quem era. Tinha todos os nomes que me pudessem vir à memória e não me conseguia identificar com nenhum deles. Testei o calor de um sonho, onde me encostava para fugir do frio. Era nesse abraço em que me perdia e não te encontrava…Tudo parece confuso, mas deixa-me ficar aqui no meu canto, não me acordes, deixa-me ficar entre o oito e o oitenta, deixa de contar os minutos. Não percas o teu tempo para parar o meu relógio. Ele já está tão atrasado que dificilmente irá um dia caminhar ao ritmo do vosso, deixa-o estar assim, deixa-o continuar no seu compasso. Ele já está habituado a este passo. A vida depois, no momento certo, logo o acerta. A vida é que lhe vai ensinar qual é o tempo certo para ele despertar. O que tiver que ser acontecerá numa qualquer hora. Afinal, sempre foi assim que vivi, entre o nada e o tudo. O nada que todos os dias acontecia, mesmo sem eu pedir. O tudo que eu visitava nos sonhos e que se esquecia de entrar na minha vida. Ainda que haja estradas, elas podem não se ter cruzado, eu sei que elas se olharam... E quero guardar um olhar como uma luz, no meio do caos escuro. Queria poder dizer que sonhar me faz bem, que parar de procurar nos olhos dos outros, uma certa parte de mim, e é ai que quero muito mergulhar, sem volta, nesse céu claro, em nascer do sol. Há nomes que se tornam como um doce preferido, que toda noite ansiamos por provar na imaginação que nos fertiliza. Não quero guardar mágoas, de sabores que não senti. Só quero lembrar da leveza do sentir, e de ser grato, pelo bem que me imaginaram fazer, mas sem querer me fizeram sentir. Se o que eu digo fosse arte, não seria de censura e é esse o nó que me confina a liberdade. Há ardência do vinagre nas feridas abertas da ausência, a luz, fere como um laser, teima em cortar a audácia dos sentidos, como palavras mutiladas pelo sufoco que não se ouve... Hoje colo com os olhos na bússola do tempo que se desgoverna, como a agulha magnética num Triângulo das Bermudas...Detenho-me na utopia do futuro organizado, que não existe, este corpo naufragado por onde me esgueiro, onde conheço o percurso em frestas e esconderijos, onde me aquieto em escuros, onde deslizo em algas, ondas, vagas, correntes e me transformo no casco, proa, mastro, porão, onde bebo em profundezas e me afogo! Sou uma mistura de sentimentos...Sou pedaços de céus com um punhado de terra, sinto-me oceano azul e o verde da montanha.Fico com a sensação que ás vezes estou muito perto outra sou deserto, porque sou antídoto e sou veneno, outras vezes sou presença e em outras sou ausência... Mas sou inteiro, metade, saudade, reflexo, breu e acabo por ser apenas eu...Devoro sorrisos e às vezes sou a lágrima ...Sou essa mistura de sol ardente com trovoada...Sinto-me tudo mas acabo por náo ser nada!
quarta-feira, 20 de março de 2024
Hoje vos digo que por vezes damos de caras com a coisa certa apenas quando fazemos a coisa errada. Da mesma forma que as palavras encontram sempre o seu lugar exato num texto, a vida tende a nos surpreender até nas esquinas mais inóspitas e sombrias. Procuramos ferozmente o grande esquecendo o minúsculo que nos surge por entre as linhas da vida. É certo que ambicionamos a grandeza, e está tudo bem com isso, mas adulteramos o simples, o pequeno e as amostras de luz que a vida nos dá. Durante esta fase em que tudo é tão temporário e impermanente, busco, tal qual muitos outros, manter o equilíbrio, a sanidade e não cair no esquecimento do que verdadeiramente se está a passar... Sofro por antecipação, cancelo planos, refugio-me na esperança em que a cura aparece tão depressa quanto a minha vida foi alterada... Mas!! Também equaciono-me, na tentativa de também eu me salvar, por meio de questões tão íntimas, mal amanhadas por falta de clareza e, possivelmente, sem capacidade de resposta. A vida não está a acabar, nem o céu, nem a terra, nem o universo, nem ninguém. Porém, há uma certa tendência para nos protegermos como que toda a vida ficasse suspensa por um fio. A montanha não é o seu topo. A montanha é a composição de toda a matéria que a constitui. Vou escalá-la, o topo é apenas o ponto mais alto que tem. O restante reside na base e que inclui toda a vida e não vida que nela habita. Apontamos muitas vezes o nosso olhar apenas para cima. É onde pretendemos chegar, eu sei! Todavia, teimamos em não honrar com a mesma intensidade a base e as pequenas coisas. Uma das coisas que aprendi ao longo da minha vida é que tudo conta. Os pequenos e os grandes. Os altos e os baixos. A força e a fraqueza. A queda e a ascensão. E que a vida, tão sábia que é, nos presenteia com o pequeno da mesma forma que nos incentiva com o gigante. Um ponto de luz, por mais pequeno que seja, tem a capacidade de iluminar toda a escuridão. A aprendizagem que estou a adquirir com o que estamos a passar de momento dita-nos em quem nos estamos a tornar. Talvez precisemos de reparar mais nas pequenas amostras de luz que a vida nos está a dar. É tempo de encararmos o simples. De transformar o complexo no acessível e ver, por mais empenho que isso signifique, a beleza única das pequenas coisas. Uma das coisas que mais cumpre bem o seu propósito da minha vida é a simplicidade, talvez essa Arte de Ser menos me faça ser mais...Não vou temer as sombras, elas só significam que há uma luz brilhando, ter luz não é sobre brilhar, é sobre iluminar e a alma tem um peso gigamte nessa luz. Tem o peso da música, tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita, tem o peso de uma lembrança, tem o peso de uma saudade, tem o peso de um olhar, que pesa como pesa uma ausência uma lágrima que não se chorou e esta sim tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
segunda-feira, 18 de março de 2024
Hoje aparo os espinhos nas ruínas do tempo, arrastam-se pelas margens dos rios medido o sobressalto das encostas... Há palavras que latejam em nós, clandestinas germinando na nossa amargura elevando o alvoroço em percursos inóspitos dos nosso passos! Vamos soletrando as migalhas em gestos que nos vão fazendo erguer o olhar, como ânforas antigas que se enchem das sedes que de mão em mão, se vão tornando gloriosas. Os dias são fecundos, amadurecem como o trigo expectante que aguarda as a passagem das aves que chegam ao cais erguendo promessas… A mágoa, essa pode apoderar-se de nós nos passos incompreensíveis da vida por diferirmos, por discordar dos objectivos manipuláveis que alguns preparam com a vontade de nos asfixiar, mas!! Acredito que os caminhos da vida podem ser como a relva abundante dos prados verdes da Primavera, e que lá na frente a luz acabará por brilhar para todos os que chegarem de olhos abertos ao cimo da colina...Creio que o mais importante e simples do ser, é o que te constrói e revigora, sempre que deres um passo em frente nas linhas retas da existência vai haver um sopro para nos cativar!Mas hoje é nas intermitências do tempo que me sinto, opto por desbravar caminhos e, em silêncio, colho alvoradas suspensas nos sorrisos, com que me fecho, de olhos brilhantes quando me fixo, numa profusão de cores primaveris, como a que se instala no abraço dos dias...Os meus sentimentos são firmes, deixam rasto por onde sigo, continuarei a acreditar, mesmo que todos percam a esperança. Continuarei a amar, ainda que os outros gotejem ódio, continuarei a construir, ainda que os outros optem por destruir, continuarei a falar de Paz, ainda que assista a guerras, continuarei a iluminar, mesmo que me sinta no meio da escuridão, continuarei a semear, ainda que nada brote, continuarei a gritar, ainda que os outros se calem, continuarei a desenhar sorrisos, mesmo que no meu rostos resvalem lágrimas , transmitirei alívio, mesmo que sinta dor, convidarei a caminhar aqueles que decidiram parar, estenderei os braços, aos que se sentirem exaustos, porque no meio da desolação, sempre haverá alguém que nos olhará, querendo algo de nós...Mesmo num dia encoberto, haverá um lado onde sairá o sol e em qualquer deserto crescerá uma Flor...Mas!!! Se algum dia virem que já não caminho, não sorrio ou me calo, apenas aproximem-se que aceitarei, um abraço ou sorriso, isso será suficiente, pois seguramente me terei esquecido de que a vida é dura e me surpreendeu por um momento. Sei que sou uma das peças do caos da minha imaginação, estou de porta fechada, sem saída onde tudo acaba e começa, como um puzzle se faz de duas peças apenas, à margem dos sentidos que me mantêm cativo , lutando entre si como palavras que me querem decifrar para me dividir indignamente...
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Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...