terça-feira, 21 de junho de 2016
Hoje eu me nego a falar sobre as imagens que guardo em meu coração! Se carrego alguma dor ela provem da existência de laços inimagináveis das conversas que giram em minha cabeça, dos sorrisos lidos no olhar, do choro livre de um semblante vil que me nego a voltar a sentir!!! Já tentei transportar os sentimentos, unindo as distâncias entre os sonhos laminados e vontades imperfeitas tal como todos somos!!! Ainda que não passem de platónicas!!! Já senti a solidão dos Oceanos , as palavras como laminas , os ventos em fúria na janela da solidão, já colori de cores infinitas as galáxias que parem as estrelas , já desvendei segredos guardados no ventre da terra, já escrevi mil palavras entre pratos quebrados , pedaços de versos inúteis servidos na mesa do silêncio e da divisão. Olhar o céu sem nuvens é como andar pelas areias dos desertos , é uma solidão assassina que nos deixa sem companhia!!!!E como alguém disse é ser vampiro sem saciar o sabor do pecado!!!
Voltei a olhar-me, no meu pensamento, onde limpei o pó duma imagem que criei em mim e me aprisionou ao meu corpo ao rasgar o meu coração com a tua memória. Por segundos chego a ficar inconsciente, decido voltar a esperar como se o tempo pudesse congelar a mudança. Redescobri-me em diálogo ameno com outros, vi o horizonte ao longe e quis acreditar que eras tudo menos distância. Ainda pensei que o tempo pudesse congelar-me naquele ponto em que o sonho nos gera... Mas não. Sinto uma sombra uma luz só por alguns instantes faço um rodopio de lembranças despertas pelas partículas de pó sacudidas do passado. Foge-me a capacidade de me reinventar . E não há amanhã ....Onde anda o meu doce mundo de palavras...
É tão bom poder rever-me em mim , mesmo na solidão de um sonho vestido de véu , é ai que colecciono pequenos textos de ternura onde as palavras são pequenas para testemunhar aquilo que é mais instantâneo na saudade... em mim habitam lágrimas sem território , que desenham no meu rosto os traços da tua ausência !! sabias que te mantenho em segredo viva em mim e essa é a única força que me impõe acordar em tantos dias seguidos onde a procura das cores negras do teu olhar se cruzam nos olhos de outras pessoas de outros caminhos, mas o teu caminho é o único que desbravo não consigo aprender a formula mágica para te despir em meus sonhos , aceleras o meu tom cardíaco embalas-me sem musica no meu silêncio e a verdade que aqui te digo agora são só palavras que a minha boca desenha em teu corpo quando te sonho!!! Onde andas perco-me sem te sentir sem te tocar esbarra na minha vida faz-me viver um pouco mais que o sonho que moldo e gero , porque hoje apenas reside o silêncio em mim que traduz esta busca sem ruído...
segunda-feira, 20 de junho de 2016
Hoje foi um dia difícil senti a saudade e a morte lenta dos sentidos que a ausência traz. Senti-te flutuar junto do meu espaço momentos antes sem acordar. Sabia que se abrisse os meus olhos a vibração do meu sorriso se esfumaria na pressa do tempo real. Por isso, mantive-me estático, com os olhos afogados nas teclas. Só a sentir-me. As palavras escorriam-me pelos dedos e sorria pacientemente, com olhos doces de saudade, enquanto senti uma mão fantasma nos meus cabelos com a paixão de outrora. Sopro um beijo de despedida mas saem apenas palavras com vida. Fico inerte, ainda de olhos cerrados, com um arrepio permanente que ainda percorre todos os nervos do meu corpo e me impede de deixar de pensar.Trago em mim em cada lágrima que cai vagarosa uma voz escrita nas linhas do passado, sinto no silêncio que tanto se agarra em mim, a luz que me desperta para a vida e por trás dos meus olhos a imagem que me alimenta a força de ser forte. Mas!!! são apenas palavras que revisitei em minha vida nos lugares, sem sorrisos, sem abraços, sem ternura e cumplicidade construídas nos laços que a vida que esta nos oferece. As cores de uma presença preenchem a dor que hoje é profunda e apaziguam este choro ferido de me sentir distante do amanha , que dorme em mim e não me deixa acordar !!!
Na historia dos homens sempre houve amores desencontrados que viveram do irreal que cercava a sua visão. A diferença Entre o real e o invisível, é apenas uma pequenina mágoa constante que se aperfeiçoa com o passar do tempo e engrandece a dor com que se alimenta. Sonhar com alguém e esta desaparecer intermitente do horizonte do nosso globo ocular, enquanto piscamos insistente os olhos na esperança que a névoa que nos acolhe se desvaneça no ar é amar. Mas não, nunca a chegamos a alcançar e a viver. Tenho comigo as palavras presentes que significam o contrário do significado dos meus passos. Elas não são mais verdade no meu coração. São meras palavras, pequenas demais, insuficientes para me abraçar na solidão que me ofereceram . Olho para o corredor da vida que se afunila nas minhas costas. Precipito os meus sonhos . Digo para mim ...Quero Amar dito assim, timidamente, soa-me sentimento trémulo, que vibra no vazio e denuncia a tristeza pintada nos quadros que decoram o meu espaço. Engraçado. Antes não compreendia aqueles desenhos abstractos, despejados sem sentido em telas. Hoje sinto que aqueles traços escondem um desencanto quase mágico. Mais ou menos o que hoje descubro. Faço-me magico revoltado por um desencanto viril e cruel. Baixo o rosto para apanhar uma lágrima que quase me escapa e tento com ela apagar a contradição sanguínea que os meus sonhos encerram apenas em palavras. Quero deixar-me ir !!!!
Todos os dias em que pensar, irei escrever... Não há nada do que sinto que possa caber apenas em palavras, mas ainda assim escreverei. Para não adivinhar a distância e o passado. Para sentir menos. Pode ser que consiga pendurar na parede do teu coração uma minha janela, e me desarrumar deixando estender no teu mundo, na esperança que me dês a chave ou que um dia mesmo que longínquo ainda me abras a porta. Adorava espalhar pedaços de céu, para sempre, nos teus minutos. Sei que o nossos silêncios dizem mais de ti do que se dissesses. E é por isso que acredito mesmo que quero que continues a caminhar na tua vida eu sempre andarei por perto. Quero que me deixes. Foge sempre para que nunca te alcance. Para que o sonho me faça correr. Mesmo na ausência de hoje, em que quase te sinto como se fosses minha, a serio, mais vale pintar os dias de ternura e deixá-los respirar sorrisos do que te fazer chorar. Não é difícil. Deixar a marca da doçura esbater as manchas esborratadas da angústia. Instantes há em que desejo que te engasgues violentamente nessa mágoa que te nos veste ... Pode ser que, de uma vez por todas, me pendures na janela do teu coração e me deixes desarrumar tudo. Ou que me abras a porta. Para aprenderes a agarrar os minutos como pedaços de céu. E é por isso que em todos os dias da tua ausência escrever-te-ei, ainda que nas palavras nada do que sinto possa caber…
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Ontem chorei!! Pelo bailado que já fui , por tudo que fui... Ontem chorei até pelo que não consegui ser. Por tudo que perdi, pelo que queria ser e não fui!!!. Pela renúncia , por valores não dados por erros cometidos e acertos não comemorados... Ontem chorei pelas palavras dissipadas em versos brancos, chorei pela guerra que nas ruas se vive, pelas tentativas de sobrevivência que em tantos anos passamos, pelos apelos de paz não atendidos, pelo amor derramado, pelo amor ofendido e aprisionado, pelo amor perdido no respeito empoeirado em cima de uma estante. Ontem chorei!! Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas que habitam no nossos sonhos, pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados, pela culpa ofendida por mim , pelas pombas brancas que de mim esvoaçaram e que não voltam mais, pois hoje já outro dia. Por isso também choro… Mas!!! Sonho porque pouco mais há a fazer , e porque sonhando não nos perdemos e porque só assim poderemos voltar a nascer…
É de olhar profundo que caminho sem caminho traçado, num trapézio de infinitas sensações, por entre ruas escuras e labirintos de desejos. Por vezes os meus olhos revestem-se de uma dureza inigualável e escondem lágrimas de fraqueza e solidão. Sorrio. No entanto, apenas sorrio. Talvez na tentativa de sentir os eixos de uma vida desequilibrada em mim. Talvez por saber que chorar é a melhor forma de limpar a alma da amargura alojada por frustrações repetidas e por sonhos que jamais vestirão o traje do mundo real. Talvez por não saber que um sorriso vazio me denuncia mais facilmente do que uma lágrima cheia de ti. Caminhas na minha direcção, com mãos descontraídas nos bolsos do casaco, andar infantil e propositadamente arrastado. Interpreto-me à medida da minha sombra que se solidifica no campo da minha visão. E vejo-me, naturalmente selvagem, em construção todos os dias sem rumo ou direcção, porque a vida é madrasta e o coração solteiro. Oiço o meu grito ferido, o meu pedido de ajuda fortíssimo, mas, simultaneamente, vejo os traços da desistência forçada porque sou um ser apenas diferente. Alcanço o meu espaço. Passo as mãos nervosas pelo cabelo, olho o céu e ele respondes-me sem me dar tempo para perguntas. Não sei o que faço aqui, mas é aqui que quero continuar. Por isso, é melhor saírem.Este é o meu território. É a minha vida condensada em palavras, é o meu momento. Este não é sítio para todos. Metralham-me com meras frases mas não conseguem empurrar a minha presença para longe. Querem-me ausente mas!!! Não preciso de sair. Fiquei abandonado numa ruela escura, com imagens de morte pintadas nas fachadas dos prédios irreconhecíveis de tão degradados que se fizeram. Vejo-me desaparecer sim, mas numa penumbra da solidão que timbram os meus passos nesta liberdade que é ilimitada.
Todos os dias é um nascer novo!! A claridade do sol prolonga-se no infinito do céu onde se ergue uma cúpula, sólida e majestosa, que mais parece proferir uma bênção a todos os homens e mulheres que por ali meditam, chamo-lhe silêncio arrebatador...Não imponho os meus passos, comando apenas o meu espírito, que me faz esquecer as horas que atrapalham o tempo e deixam-me mergulhar num espaço onde matéria e espírito se misturam harmoniosamente... Numa breve numa declaração de desassossego tento escrever o rio que em mim corre perdido, sangrando numa angustia dos momentos que se espalham nos meu dias !!! Mas não me intimida o abismo que se estende por debaixo dos meus pés e esvazia a minha força!! sinto cada vez mais o meu folgo derrotado por este cansaço desobediente , onde os ecos do passado entoam canticos no meu cérebro e estagnam-me perante a incerteza do próximo dia que aqui vai nascendo... A minha razão esconde-se envergonhada por detrás deste muro inóspito que a franqueza do meu espírito vai dando vida numa imprevista comoção. As minhas pálpebras chegam a denunciar o que é viver num alvoroço de ideias distintas e nulas que poucos percebem e que na minha cúpula de silêncio se vai dando forma!! Nesta embriaguez de sentidos há imagens insistentes de saudade que me atravessam é tão difícil acalmar este frenesim de emoções e desocupar-me de tudo para aguardar serenamente cada minuto que resta desta minha vida que aqui vai sendo postada ....
Tenho em mim palavras inflamadas, pelo vulcão interno, entro em combustão…Palavras que ardem na pele sem chamas, queimam-me a boca por isso saem-me pelos dedos…Poderá não parecer mas é uma pobreza imensa, o colossal poder da palavra que mesmo em silêncio incendeia a mente descontente de frases que são muros transparentes repletos de silêncios paridos pelo olhar distorcido! Cada vez mais me sinto um lavrador de sonhos, vivo nesta inquietude de fazer de artesão daquilo que se pensa e muitas vezes não se consegue viver!!! Quando escrevo uso as minhas mãos que libertam silêncios, caricias , ternura. Grito sempre ilusões e sussurro vazios e que mal tem se muitas vezes visto estes farrapos que quer queiramos ou não eles também vestem os sonhos …
É na panóplia do tempo que o espelho reflecte os fios brancos do cabelo que voam ao vento nas asas da realidade em ancoras de verdade que os céus pintaram no destino destemido que em mim vagueou...Canto hinos soltos de frente ao espelho, desfio as horas nas brumas onde me deito para recomeçar os cânticos que aprendi a soletrar, mas é proibido amar ou falar de paixão neste caminhar sereno onde albergo tudo com o nada com que a vida me deixou... Escrevo apenas salpicos da chuva silenciada nas palavras aprisionadas onde os momentos não param e o tempo passa a ser unicamente o que ele transporta, …as nuvens dormem e eu prendo o meu olhar no esboço de um sorriso …Já não tenho nada para dizer ou escrever sento-me ao teu lado choro contigo até que as estrelas voltem a ser um abrigo… amo-te Pai jamais voarás de mim sem que te siga!!!
Há uma força qualquer que me atira para o fundo, que não me deixa emergir e expirar demoradamente. Tento perceber o que me agarra os pés e não me deixa ver a claridade de um novo dia, que já deve ter surgido no horizonte. Olho para baixo e uma névoa embriaga a minha visão , vejo de um modo afunilado e isso faz com que a minha razão desista pouco a pouco de lutar contra a falta de oxigénio deste interior de um nada que amedronta os meus movimentos pela vida fora…. Há uma qualquer energia que solidifica os pingos de sentimento do meu coração e me insensibiliza de tal modo que só o negro do vazio estremece enregelado junto ao meu desalento. Há uma dor hemorrágica que não falece, há uma dor, que vagarosamente serpenteia no interior do meu corpo. Os dias nascem em mim mas vejo-me embriagado , obrigado a esconder o sangue que me escorre pelo olhar com o recurso a um sentimento paliativo, que me é concedido pela necessidade imposta de não chorar jamais. E assim vou perdido pelo resignado penar dos dias!!! Mas, não choro porque mais vale aparentar a força do que transparecer uma fraqueza que sempre nos trai porque é verdade. Arrasto-me com um simples olhar por falsos sorrisos e abraços imperfeitos. Dou o nada que é tudo o que tenho para dar e espero que essa força desista de me fazer fraco e me deixe encarar o meu próprio insucesso, sozinho, na sombra vacilante de uma luz no horizonte... Fico expectante na sombra assassina dos sonhos que desenho timidamente em folhas brancas de papel, ergo os olhos aos céus e suplico que essa cesse a sua vocação aniquiladora da minha existência e que, um dia, me deixe emergir e respirar o suspiro de um amor…
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