segunda-feira, 13 de junho de 2016

Há uma força qualquer que me atira para o fundo, que não me deixa emergir e expirar demoradamente. Tento perceber o que me agarra os pés e não me deixa ver a claridade de um novo dia, que já deve ter surgido no horizonte. Olho para baixo e uma névoa embriaga a minha visão , vejo de um modo afunilado e isso faz com que a minha razão desista pouco a pouco de lutar contra a falta de oxigénio deste interior de um nada que amedronta os meus movimentos pela vida fora…. Há uma qualquer energia que solidifica os pingos de sentimento do meu coração e me insensibiliza de tal modo que só o negro do vazio estremece enregelado junto ao meu desalento. Há uma dor hemorrágica que não falece, há uma dor, que vagarosamente serpenteia no interior do meu corpo. Os dias nascem em mim mas vejo-me embriagado , obrigado a esconder o sangue que me escorre pelo olhar com o recurso a um sentimento paliativo, que me é concedido pela necessidade imposta de não chorar jamais. E assim vou perdido pelo resignado penar dos dias!!! Mas, não choro porque mais vale aparentar a força do que transparecer uma fraqueza que sempre nos trai porque é verdade. Arrasto-me com um simples olhar por falsos sorrisos e abraços imperfeitos. Dou o nada que é tudo o que tenho para dar e espero que essa força desista de me fazer fraco e me deixe encarar o meu próprio insucesso, sozinho, na sombra vacilante de uma luz no horizonte... Fico expectante na sombra assassina dos sonhos que desenho timidamente em folhas brancas de papel, ergo os olhos aos céus e suplico que essa cesse a sua vocação aniquiladora da minha existência e que, um dia, me deixe emergir e respirar o suspiro de um amor…

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