quinta-feira, 19 de maio de 2016
Sabem como tento afastar a dor em mim? Bem, olho apenas para o céu até ficar sem fôlego, deixo que o horizonte acelere o meu coração e é neste silêncio que imagino um olhar que me diz mil palavras, é ai que a noite em que eu estou suplica para que o sol nasça num dos dois corpos que geram cio neste céu imenso vazio…Muitas vezes a solidão faz-nos deixar cair as palavras de tristeza , frustração, que nos turvam o pensamento…Palavras que amaciamos nos nossos silêncios e desaguam nos nossos desencontros , mas!!! Eu hoje escrevo nesta folha como se tratasse dum jornal desbotado pelo tempo que jaz morto e embrulhado numa beata de cigarro, perdido no caminho das palavras silenciadas pelas letras que pesam nas nossas asas , nas viagens que idealizamos ao despirmos-mos do amor que nos espreitou nas vidraças da vida duma forma cruel e estranha deixando fissuras na janela do nosso olhar!!! Quando eu partir desta vida que urge a cada segundo, se existir alguém que queira imortalizar a minha existência/biografia digam-lhe apenas a data do meu óbito e da minha nascença pois entre uma e outra fui apenas, sempre e humildemente EU… Até sempre!! Obrigado
sábado, 14 de maio de 2016
Não sei muitas coisas sobre amor, mas sei amar com a infinidade do sentir. Chega-me pouco mas gosto de viver o pouco…. Não posso usar expressões imaculadas, pois posso morrer a meio da frase ou então espalho-me ao comprido na curva de um traço onde me escapa em cada sílaba tónica a fraqueza da realidade. Ainda assim insisto, é de mim sou teimosia ao mais alto nível, arrumo letrinhas pequenas onde se lerá palavrões . Ora, o amor é sempre uma promiscuidade, de um lado o saudável do outro o doentio, de um lado o prazer do outro a dor, daqui a doçura, dali a paixão. Não o sei ler de outra forma, parece-me até impossível!!! O meu amor é muito mais do que uma simples felicidade, para mim o meu amor seria eu reflectido em alguém e esse alguém em mim, mas ainda assim amar é estamos longe da perfeição é como se fosse-mos uma melodia sem compasso que está redondamente desafinada …Moral da historia, hoje eu no amor sou como um pendura amo o ser de dentro de mim e o de fora de mim…Se por ventura o deixar cair no caminho terei de voltar atrás para o buscar uma vez que sou só eu….Não tenho mais ninguém!!
Hoje rabisco nas palavras um risco perpendicular aos meandros do meu corpo, e depois moldo com barro fresco sobre dedos mornos que se aventuram a esculpir ao mundo a doce razão do sentir…. Se Vocês soubessem como me perco nesses contornos, entenderiam melhor a forma de amar que proclamo, essa intensidade desmesurada com que vivo nesta arte de fechar os olhos e fazer amor sem com isto me entregar!!! Não é apenas o fulgor, a sensibilidade ou gemido oculto no olhar... Não é tão só, o sabor agridoce dos lábios que se tocam sofregamente saboreando o arquear dos corpos que se fundem num só... É também o silêncio, o ângulo e o momento em que nos olhamos, medindo a distância entre a vontade e a saudade…. É Preciso que fechemos os olhos, e desliguemos a atmosfera, para que esta não possa interferir entre vontade e o sentir, entre os poros arrepiados e o corpo. Hoje precisava desse vácuo imaculado, em mim, para que tudo fosse sentido. No amor não há desculpas de calor ou frio, de ruído, de luz ou a escuridão apenas há um brotar a imaginação. Bem sei que amar não é apenas arte…Também é acto de sublimação, de loucura , de expansão, de eterna busca da perfeição, que é, afinal, utópica, mas que sem ela, deixaríamos de sonhar, deixaríamos de amar, da forma profunda como devíamos ser amados e não somos…
Hoje sei que todos os dias morremos um pouco, hoje sei que a ampulheta da vida se esvai gota a gota... E o tempo, tique taque, esse ui não pára !!! Morremos quando descobrimos que não conseguimos conquistar o mundo, morremos quando vê-mos que se calhar o emprego de sonho terá de ser trocado pelo emprego que nos sustente. Morremos quando o amor da nossa vida não te considera o amor da sua vida e morres quando és o amor da vida de alguém que nem sequer é a pessoa em quem pensas durante o dia... Morre um pouco de nós quando morre alguém que nos faz parte e morres quando te nascem os filhos e percebes que, de repente, o teu coração ganhou pernas e pode andar por aí, a bolsar, a babar por causa dos dentes e, pior, a viver uma vida que não consegues nem deves controlar. morres todos os dias um pouco, pior, morres e renasces todos os dias um bocadinho. ressuscitas por tão pouco quanto um sorriso, uma amizade nova, uma mensagem simpática, uma música que, ena pah, é a tua cara! um elogio no campo profissional, um abraço ou (mais perigoso) uma alheira com ovo. estrelado e batata frita (ehehehe). voltas a querer viver quando um livro te agarra ao sofá, quando descobres que podes dormir mais uma hora ou quando um filme te deixa um sorriso estranho na cara. Morres e renasces todos os dias, afogas-te e voltas à tona milhares de vezes, tantas as vezes que, depois de algum tempo dás-te conta que a morte não é isso, nada disso é o fim, é só uma pequena coisa no meio de outras tantas. Nada é o fim, ou melhor, isto não é o fim. O fim apenas acontece quando as perdas se tornam insuportáveis , as pedras do caminho se tornam montanhas e os fracassos se transformam em golpes fatais... O fim é quando alguém quer subir um monte e se perde a desviar apenas pedras do caminho, esquecendo o propósito da escalada...
Hoje as lágrimas sulcam caminhos, tecem estradas , descem pela minha face em grupo para me morrerem nos cantos da boca, bailam ao som dos soluços e dos gritos silenciosos da minha alma. Dançam baixinho para que ninguém ouça os seus movimentos, de vez enquanto ainda se deixam pausar nos cantos dos olhos, ficam ali alguns minutos para depois caírem rapidamente rosto abaixo e já nem os soluços lhes servem de ritmo, nessa hora só querem cair com o corpo que fraco se estende neste chão de medos…Soletram silêncios desfigurados de vidas que me rodeiam, dançam no bater acelerado do coração, ignorando o anestesiante tombar do sangue nas veias ... Limito-me a escutar a voz do coração inquietante e depois mais nada resta a não ser a desconfortante sensação de vazio a nascer dentro de mim, a crescer como uma planta, devagar, solta-se à margem do meu corpo o amanhã que floresce e eu adormeço porque me apetece, só porque me apetece porque a vontade de adormecer é nula. Calo-me, calo os outros, fico só a pensar como seria não sentir o coração bater ao ritmo da vida, parece mesmo que tudo desaparece assim do nada, quando tens algo para te aquecer perdes a fogueira dos teus passos e só o frio te resta. Passo tempos infinitos assim a tentar encontrar uma caixa vazia onde permanecer, as caixas tão todas cheias de lamúrios e revoltas interiores que outros inventam. Calo-me outra vez, não vale a pena falar de mais nada porque o momento em que me encontro é assim mesmo. Não me encontro só mas encontro-me sozinho. Contradição? Sim, talvez! Todos têm direito a pensar duas vezes em vez de uma... contradizer-me não mas contradizerem-se sim. Força!!
Nas nossas vidas nem todas as conquistas são boas... Há conquistas que, além de não completarem, como era suposto, desfalcam...deixam-nos... Deixam espaços vazios, que esperava-mos ver inundados de um repleto sem fim. Mas não são. Há conquistas nas quais quase púnhamos a vida, uns, outros não... Outras vezes não colocamos a vida mas, a alma e o coração sim, estão lá. Sempre e por inteiro. Porque, se é para ir, é inteiro que se vai. E depois!!! Depois nada é o que era suposto. O que devia ser. E depois, o nada é pouco. Ou quase nada. E deixa-nos ali à procura de nos lembrarmos do que era tão grande....Ou que supostamente deveria ser. E não é. A única realidade real, é a nossa. Qualquer outra que nos seja apresentada pode ser duvidosa, e deve ser questionada, revirada e auditada!!!Nunca nos conformamos com o fato de que todo o quadro pode ser incrivelmente perfeito e maravilhoso. Por inteiro. Mas todo o quadro tem pormenores. Nem todos perfeitos. Muitos imperfeitos. E pode chegar o dia em que essas imperfeições façam o valor do quadro.Há situações em que cada imperfeição mede mais que o mundo. E descobrimos que não conseguimos viver com elas. Por mais que o quadro seja amor. Não estamos prontos. Não vamos ficar. Nem queremos vir a estar. Nem todas as conquistas são boas. E vai ser sempre duro chegar a essa conclusão, mesmo sabendo que nunca nenhuma luta será em vão será sempre o processo de luta que nos revela e constrói...Há tantos encontros errados, que mesmo sendo juntos, nunca conseguiriam ter o valor de um tropeço acertado
Hoje o dia acordou feio e sombrio, correu em mim um frio húmido, num vento grave que sabe a descontentamento onde a água afoga a terra… Acordei assim nu, agasalhado pelo sonho , com estas palavras beijando o papel branco onde não havia luz para o inicio dos gestos!!! Hoje liberto os sonhos e as distâncias dando braços à ternura fazendo cair as ânsias…Hoje estou como uma criança de mãos vivas cheirando a vida, envolto neste grito de saudade e nostalgia!!! Abro os braços uma ultima vez amputando o adeus do dia… Os sonhos não têm cor, os homens não têm asas, as auroras escondem as estrelas, os segredos sobem o abismos da alma nesta floresta de palavras onde cravo um punhal na tela onde pintei uma mulher …Não encontro um lugar na palavra para o confiar neste enredo que aqui escrevo, duro e rude calei o coração, faço-me mar neste denso e húmido nevoeiro onde lancei a âncora nas correntes de uma paixão….
Hoje acordei de corpo nu sem a tatuagem indelével do desejo!! Hoje neste silêncio que a noite me oferece, olho-te, cobiço-te, desejo tocar-te com a ponta dos dedos, e retocar-te o olhar. Mais uma vez resisto ao contorno que a luz incendeia em mim, eu sei que vem ai o dia, e com ele o despertar dos cabelos amarrotados soltos no sabor dos sonhos. Espero-te, pacientemente, como quem sabe degustar o momento, retendo-me, adiando-me por mais uma vida, segurando a vontade de tomar-me no abraço que te encaixa e toca em desatino numa melodia gemida de ondulações e silêncios musicais que só os corpos em cumplicidade sabem tocar. Um dia vou abrir-te como se possuísse a chave que enclausura o teu ser, um dia haverei de roçar o olhar nas portas dos teus segredos para descobrir nele a janela onde penetrar. Vocês poderão dizer que que vivo de ficção, que em alguém apenas reside a simplicidade duma mulher que quero. Mas para mim, no jeito diverso com que a olho, com todos os filtros de paixão e sedução, amor e perdição percebo o quanto é divina a sua criação que contemplo. Tantas e tantas vezes me questiono porque o Criador não me entregou para cuidar, este precioso tesouro que tanto amo e desejo talvez seja por eu apenas ser um simples mortal que te ama.
Costumavam nascer-me asas no dorso, como aquelas que usam os anjos...sim essas!!!Elas faziam-me voar pelos universos, descobrir portas de acesso aos mundos mais escondidos, onde os sentimentos de cada alma eram segredos que guardava para mim…Só para mim!!! No rodopio das noites chego a ser pescador que, com rede feita de estrelas, pesca os sonhos, adornando-os de fantasias e emoções, devolvendo-os depois às águas deste mar que invento em mim…Não sei onde me perdi, se no calor dum inferno qualquer, ou tão simplesmente no meio duma noite escura, onde nem as estrelas para poder guiar o meu caminho… não existem caminhos, portas ou destinos que me façam sair deste abismo. Hoje não sou mais o ser que vela o sono de outro alguém…Sou apenas um pobre diabo, que em vez de asas no dorso, lhe nasceram espinhos, um animal de garras afiadas que por ironia do destino não sabe sequer alimentar-se num mundo que não lhe pertence…Espero que me sequestrem deste lugar, desejo que o céu escuro se rasgue e a mão salvadora me agarre e me leve daqui para fora!!! Hoje seria preciso sulcar os mares, mergulhar nos seus sentidos, para perceber quanto de mim neles está perdido… Seria necessário voar, vestir as asas e saltar do precipício da vida, para poder entender o vácuo como alimento que me sustenta... Seria preciso deixar pairar a música, como sinfonia incompleta do destino, que me leva e trás como um barco á deriva abandonado na corrente... Seria preciso ter um caminho já traçado que me indicasse por onde pisar...Em que chão, por onde sulcar o mar, por onde riscar, desenhar o céu. Era importante que o meu voo não fosse apenas o de um pássaro na deriva da vida, gostava que me levassem para lá dos limites da atmosfera, e deixasse-me sair desta placenta que me aperta, para cruzar o infinito
Não sei bem como mas ainda não sei como procurar o caminho de regresso a casa, esta noite desci dos céus e ainda carrego nas asas a humidade do ar. A Noite foi fria e deixou em mim a vontades de ser pássaro, os desejos de ser vento… Não sei porque para aqui vim, arrastado pela corrente, deste corpo ausente, seguindo o curso deste trajecto infinito. Não sei porque sou, o que sou, e porque ainda existo, quem me tornou filho deste vazio? De quem é a obra deste destino que em mim se traçou? Sei que atravesso os espaços, como um raio que antecipa o trovão, aguardando pelo som que estilhaçará o silêncio, a solidão. Ainda assim guardo-te, como quem vela o sono, como se fosse a tua sombra, que a todos os lados te conduz. Sei que esta luz encandeia o olhar, mas ao mesmo tempo, também faz sonhar. Estou aqui, sentado no canto da esquina onde enrolas-te no meu corpo, esperando apenas por um olhar... Mas tu dormes profundamente, envolta na tua própria vida… Hoje escrevo e sou apenas o suporte que transporta as letras, elas são o sentido que o lhes ofereci, é a essa mensagem que devemos estar atentos…
Hoje deixo de ter necessidade de desvendar os mistérios da vida e daquilo que nos faz parar e declinar , vou limitar-me a escutar o nosso silêncio, com o olhar, com essa arte de quem sabe o que procurar, em quem já não se sabe encontrar… Hoje eu sou apenas um homem e tu o anjo, invertemos os pólos, porque esgotei todas as minhas energias, todas as minhas magias, tu vieste, como que enviada pelos Céus, para me salvar. Sabes que deambulo por labirintos míticos, onde figuras de estilo se passeiam e os meus passos, vão descompassados como se eu fosse uma mera personagem dum livro encantado. Cheguei a acreditar que a minha alma exercia um magnetismo que atraía a mim outros espíritos. Que era uma força da natureza que se manifestava na capacidade de por nas palavras os sentidos certos e nos lugares certos e que curariam o corpo e sarariam as feridas. Mas tudo o que me disseram não passou de uma utopia, que nessa vaga dei de mim aquilo que não tinha e a chama apagou-se, deixando apenas o fumo deambular pelo espaço vazio. Perguntam-me pelo Amo, quando apenas sei falar de sentimentos, divagar sobre momentos e nunca, contar pelos dedos quantas chagas tenho no peito por assim amar. Por isso fujo com o olhar, porque temo ter de contar, ou tão simplesmente porque sinto o que vejo no fundo desse olhar. Mete-me medo! Ou porque seja um reflexo de mim mesmo, ou, porque tema que sejas também tu uma utopia da minha demência. Pergunto-te, como se pode ver o imaterial? Como se pode tocar o ar se não o vemos? Ou colher a brisa se apenas a sentimos roçar e já partiu para outro lugar? Sei bem que construo castelos no ar, que invento Primaveras em Outonos tardios, em Invernos cheios de frio, mas colocar os pés no chão, é admitir-mos que foi tudo ilusão…Nesta história de encantar, já que entrei dentro dum sonho, não quero acordar.
Hoje relembro que tudo acabou sem ter começado ...Fechei-me num despretensioso segredo que se refugia num olhar, sem mais, sem ninguém o imaginar...Contemplo as brechas da alma raiadas de vermelho vivo, e espelho o olhar bem no fundo de mim enquanto o sol me vai inflamando , devorando até me extinguir ...Agora, sangra-me o adeus sem palavras e escorre-me o mar salgado de mim até á face!! Que me resta? A bússola que me norteia o resto dos dias, porque sei que o meu presente jamais terá futuro. Talvez nada mais seja importante para além da brisa ardente do mar, do apregoar dos pássaros, e do cair do dia enquanto o sol vai declinando na linha do horizonte. Deixei de banhar-me de emoções e a alma esta apenas me recorda que sempre fui filho de um adeus e agora o Diabo me fez filho de Deus. Mas não desisto. Procuro-te no calor do sol, tento encontrar o teu rosto no oceano, nas dunas da praia, até nas rochas que as vagas acariciam deixando-me invadir por vezes pelo silêncio apenas quebrado pela agitada e estranha pronúncia das águas do mar. Tento ouvir o teu riso na melodia que sempre me acompanha. Olho para os lados imagino-te sentada naquele banco gasto pelo roçar da recordação e pela solidão de um pássaro negro parado na árvore dos meus dias a meu lado esperando pela brisa que me traga o teu cheiro a frutos bravios. Porém julgo que te procurei nos sítios errados, tentei ao menos ver-te em todos os locais onde não estás !! Acabei por te encontrar entranhada em mim, e como duma paisagem te tratasses , vou pintar os meus derradeiros dias de cinzento leve, mas sempre com um pingo de vermelho rubro de paixão ... cinzento pelas horas incertas o vermelho pela ilusão que me fizeste viver de retoques de esperança. E assim, lentamente e sem arte que deixo escorrer o diluente na tinta de água na tela da minha vida.
Hoje precisava de um suspiro de sinceridade, sinto falta disso ...Por vezes ou sempre, as pessoas , perdem isso da na sua bagagem outras nem a consideram “bagagem”…A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando ou como acaba ,ou se transforma em amor, por vezes temos de ser honestos para que a paixão possa resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância. Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir ou não…seria muita sorte conseguir viver todos esses tempos no modo certo. Não seria mais honesto dizer logo que apenas se quer conjugar o verbo desistir?Demorei muito tempo a perceber que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer, sem travar batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde, e o silêncio a forma mais injusta de deixar morrer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem. Aprendi que o amor é uma força misteriosa e divina. Sei que já ensinei muito, mais do que imaginam e do que agora conseguem alcançar. Só o tempo vai dar tudo o que de mim guardaram, esse tempo é uma caixa que se abre ao contrário… de um lado estou eu do outro tudo o que toquei nesta vida!!! Nela está tudo o que desejo... Não sei quando a voltarei a ver ou a ter notícias, mas sabem uma coisa? Já não me importo, porque guardei-a no meu coração antes de partir. Numa noite perfeita enquanto olhava o céu estrelado, ao sabor das ondas do mar imaginei-a olhei-a, liguei o meu coração ao dela com um cordão de estrelas invisíveis e troquei uma parte da sua alma com a minha…
Hoje relembro quando era pequeno, que existiam mulheres que trabalhavam em casa de outros. O termo era , andar aos dias , e isso era fazer de tudo um pouco em casa alheia, numa condição de gente de fora. Desse tempo guardo a estranheza da expressão, a fragilidade dos vínculos e do contínuo vaivém. Quando homem me tornei, resolvi essa estranheza dentro de mim. Compreendi que na vida andamos todos aos dias, ensaiando entradas e saídas, agarrando por dentro e por fora aquilo que podemos, sabemos e sonhamos. Tem dias que são sínteses do que somos. Parecem criados para nos confirmarem e chegamos à noite convictos que as horas, todas as horas do dia, somadas, traduziram a nossa identidade e ao mesmo tempo a nossa fragilidade…É esta que nos faz ser aquilo que somos, únicos e imperfeitos, únicos e ignorantes, únicos e acutilantes, únicos que vivem aos dias!!! Sem forma de traduzir o que o nosso coração sente, pedimos emprestadas as palavras a quem escreveu um dia, aquilo que neste dia experimentamos, condensar em meros suspiros a nossa identidade!!! Hoje dói que as coisas passem, sem marcar as pessoas e é por cada instante que de mim foi vivido que busco um bem definitivo em que as coisas do amor se eternizem para todo o sempre…
Hoje acordei com a falta do cheiro e do toque do papel. Estou trémulo preciso sentir o deslizar da caneta , suavemente , no meio da seda das palavras . Vou descrever a solidão desfazê-la em mil pedaços. As palavras fluem sem sentido e sem rumo na conversa entre a minha alma e a mão que escreve, vivo um diálogo mudo. Os meus dedos são o mensageiro fiel que serve de fio condutor, ousando entoar uma frase arriscada… Se volto a tentar repetir uma rima é pecado se penso em em recriar a entoação original é dúbio. Será então isto um privilégio de poucos!!! Comunicar com silêncio… Mas sabem eu consigo-o quando escrevo pois direcciono a minha voz , o meu amor e faço os meus olhos viajarem daqui até ai…E os meus lábios esses saboreiam cada silaba , cada toque, com eles solto cada palavra que escorre para o papel vindo de minha alma, como um grito que se solta perdendo-se pela brisa que passa... Será que vocês sentem o que escrevo!!!?? Será que sentem o que ainda vou escrever??!! Eu até podia mudar o tom da minha escrita e fazer o papel amolecer, suavemente, como num toque de veludo, como num mimo lento que vos deixo, mas!!! A tinta que inicialmente parece criar uma forma terna , solta-se, espalha-se, evolui e deixam a impressão que as silabas já perfilam: Muitas vezes queremos-nos convencer que o outro lado da pagina precisa de tempo para voltar à realidade pois esta é a única forma de sentirmos que fomos importantes para alguém …
Hoje irei ser uma janela sobre o mar, onde uns olham e limitam-se a apreciar a vista… Há quem tenha medo do que possa descobrir e não se atreva a dar uma espreitadela. Ninguém imagina os segredos que se escondem, para lá da rebentação das ondas no horizonte do meu olhar, mas também há os que têm a certeza que há mais do que mar e marés. Hoje vou abrir essa janela que eu sou e ficarei ali como se o tempo subitamente parasse, para que a brisa doce vá soprando ao longe como um sorriso e torne a janela que sou indiscreta!!! Da minha janela embriago os aromas do mar de paixão, ergo um vendaval que sucede à brisa, mostro outras janelas que existem em mim, que o vento abre de par em par…Encandeio-me sobre o tempo infinito, vejo que junto ao mar os sonhos não ganham raízes, vão-se transformando em areia molhada, por isso, fico aqui olhando-a derramar-se na ondulação, onde há sempre sol no horizonte. Mesmo em dias de chuva, quando as gotas molham a minha janela eu deixo-a entreaberta , é assim esta minha janela, com vista sobre o mar…
Hoje amaria ser a tua sede, ser teu cio, ser teu calor, ser teu frio, ser o teu amor... Esta vontade que tenho de arar a tua pele com meus dedos, esta vontade que tenho de beijar os teus lábios provoca em mim a secura da tua ausência , e no meu corpo o grito incandescente dum só lamento, dum só segredo. Escrevo em laivos negros como os teus cabelos, traço nas palavras a tua imaculada beleza, que me deixou a nu sem ti, sem norte nesta destreza de rota que é o teu corpo flamejante...Hoje olhei as estrelas e no teu céu desbravei as minhas matas verdejantes!!!. Haverá maior precisão nesta vida que a capacidade percepção do olhar? Que o detalhe de descobrir o significado de um abraço que nos acolhe? Não claro que não!!! Então deixa que o silêncio se quebre num murmúrio lancinante, e que o apetite voraz nos devore a nós e aos nossos corpos..., Deixemos que a incerteza, seja esquecida num canto qualquer e nos abra portas à aurora, que de teus olhos despontam em mim... Recordo-me agora dos teus olhos como quem chora de alegria desbordada. É desta forma, quase incongruente, que circulas em mim como um rio fluente, que desagua o meu ser e leva o pó da tua ausência em vagas pequenas até ao mar.
Hoje acordei silenciando o olhar , acordei sem horas, o tempo parou devoro a solidão, revejo-me perdido no meio da multidão…Vivo num misto, entre uma trovoada e um Sol que me banha como um sopro de vento, fazendo-me viver aquilo que não compreendo!!!Cresço como uma árvore, sem norte e desnorte, com uma justiça injusta, numa vida curta...Fecho os olhos e deixo-me levar nesta rua sem nome onde o palácio está sem Rei, onde sou recebido numa sala sem chão , onde me sento-me numa cadeira sem pernas , onde cumprimento um homem sem mãos , onde bebo dum copo sem fundo, onde escrevo uma carta sem tinta , onde passeio a trela sem cão, onde embalo uma filha sem colo, onde parto em viagem sem bagagem, onde cavo o solo sem terra, onde visto-me sem corpo, onde pinto a minha tela sem cor, onde subo uma árvore sem troncos, onde navego no rio sem água, onde mergulho num posso sem fundo, onde te amo-te sem te ter...
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Hoje deixo-me cair sobre o meu passado e chego á conclusão que já fui nota de música, que suavemente se deixou soltar da corda esticada do teu corpo de violino. Fui e sou arco, que roça suavemente sobre a pele em ti. Juntos compusemos sinfonias, mares de sons e melodias que vibram e entoaram nos nossos sonhos nas madrugada frias... Hoje é tarde, o teu desejo deixou de estar desperto, não reclama pelo toque suave das minhas mãos, e eu, já rendido ao prazer da tua silhueta que se desenhou durante eternidades no meu silencio, volto a tocar-te , num novo concerto de abraços e apertos, gerando nos teus lábios o gemido perfeito que acorda a Lua e desvanece a névoa nua que nos envolve pelo amor ignorado!!! Inventei mil formas para sentir de ti o amor que não tocaste, aproximando-me vindo do nada sobre tua pele morena molhada, de novo, no meu corpo em arcada, só para ouvir de novo a tua voz encantada em mim, que se revela no silêncio abafado dum grito inflamado de abafado por covardia e egoísmo. É assim que o amor, louco e insano, perfeita melodia de encanto, complemento pleno num som , dum corpo.
Hoje recordo-me como é bom acordar ao lado de outro alguém!!! Engraçado, como se desvaloriza o acordar, sendo no entanto um dos momentos mais sinceros entre duas pessoas. mesmo as que acordam mal. Porque é quando se acorda que se é mais puro, mais transparente. entre cabelos despenteados, preguiça no corpo e pele amassada, é nesse momento que se é verdadeiramente bonito para quem se gosta. porque é quando se acorda que se dizem as maiores verdades, às vezes mesmo sem falar. especialmente quando não se fala. por exemplo, quando se foge da cama, entre pressas, desculpas e fugas repentinas. ou, pelo contrário, quando apenas se fica lentamente a sentir o outro, ali ao lado, próximo. porque o primeiro abraço, o primeiro olhar, o primeiro beijo, nunca enganam. dizem tudo da união que ali se vive. tão simples. Gosto de acordar. mas gostava mais de saber acordar-te... Porque o saber acordar quem gostamos implica uma intimidade grande. um respeito mútuo no momento mais cru da nossa personalidade. ali, os botões ainda estão meio desligados: o botão da simpatia, o botão da boa disposição, o da vontade, ou de coisas simples, como o botão da capacidade de se deixar tocar. acho mesmo, que a evolução de como se acorda é o verdadeiro avaliador de uma relação. a forma como se encaixa, se molda, se aprende a gerir. uns dias mais carinhosos, outros dias mais práticos. umas manhãs em que se ama, ou outras em que o melhor é mesmo nem falar, apenas dar espaço. mas é esse equilíbrio, essa capacidade de fazer da manhã sempre um momento bom, ou, pelos menos, um momento nosso, que prova muito do quanto se quer. Gosto de acordar. mas gostaria mais de acordar na tua pele.
Hoje penso na intensidade com que se vive e como nos entregamos - aos dias, ao trabalho, a um amor. mas aqui, a entrega, mais que vontade ou dedicação, tem a ver com a forma como absorvemos o que vivemos. assim, a intensidade tem apenas a ver com o número de sentidos que pomos ao nosso serviço. temos cinco, mas nunca fomos treinados para os usar em simultâneo. Por exemplo um pôr-do-sol vê-se, ou será que se ouve também? Ou será que tem cheiro a mar ? E uma música, ouve-se apenas? ou fica diferente consoante o sabor da bebida, ou conforme a luz da sala... Ou tem influência com quem se partilha a música? Porque o digo , talvez porque acho que intenso, é quando se encontra alguém que nos dá ainda mais sentidos. ser puramente feliz por provocar os sentidos dos outros..Mas todos nós temos um sentido escondido, a memória! Viver com intensidade na forma mais poderosa é quando a um sitio, a uma música, a um momento, juntamos a memória do que já se viveu ás vezes choramos de saudade, ou de dor. outras vezes rimos sozinhos, apenas por nos lembramos do que já vivemos naquela música, naquela varanda, naquela rua. como agora, por mais longe que estejas, é a memória de te ter aqui, que me acrescenta força aos sentidos. é sentir o teu cheiro ainda na minha roupa, é ouvir uma música e ver-te a dançar pelo corredor, é ficar em silêncio no teu lugar onde te sentaste a meu lado ainda ouvir o teu respirar de paz sossegado. é ver o nascer do sol no quarto e tocar a memória da tua pele nua ao meu lado. é fechar os olhos, e ter-te em todos os meus sentidos. isso sim, é viver de forma intensa, ser-se honesto é ser verdadeiro não só nas palavras mas nos actos ...
Todos os dias que sonho com um beijo, nasce uma erupção iminente solto o desejo e a minha boca parece desmaiar. No meu olhar há uma chama que me incendeia, como um rastilho por queimar, como uma bomba por detonar. Todos nós, parafraseamos risos contidos, palavras atrevidas , toques sentidos na proximidade estática de corpos que se inclinam sobre este abismo de vontade de experimentar. Queria tanto ser capaz de ousar num qualquer instante, uma brisa que despoletasse o choque dos nossos mundos, quando nem os olhares já suportarem o peso da pálpebras, e as bocas não conseguirem conter a sede e as peles não permitirem mais um único arrepio... Todos nós já vivemos um momento desses em que tudo em nosso redor ruiu , até o tempo perdeu-se no vazio dos minutos e a luz explodiu num inimitável sonho, de proporções cósmicas. Já quis fazer do corpo terramoto , da alma um abraço desmedido estilhaçando o luar , do silêncio uma musica desconcertante...Nenhum dia jamais será igual, a fome jamais será saciada, a sede morrerá afogada, as minhas formas fundir-se-ão numa única escultura de escombros, o meu grito dilacerante delimitará e o meu corpo e chamará o teu, como se tivéssemos sido moldados pela criação para nos contermos, um dentro do outro, num orgásmico universo acabado de criar da explosão da saudade, da vontade simples de amar a pessoa certa..
Hoje o meu corpo é apenas mais um, no meio de tantos outros que deambulam por esta camada física a que chamamos mundo. Mas !!! Não me permito a uma entrega leviana e oca de sentimento. Deitar-me com alguém pela mera necessidade física de me satisfazer é completamente diferente de permitir que alguém me dispa com o olhar e me transporte para um outro mundo, esse sim, talvez metafísico, de um nós, e não de um eu, em que a entrega é apenas a tradução física de um amor sentido e consentido... por dois!! se Amar é: “sentimento que induz à aproximação, afeição e Protecção da pessoa pela qual se sente afinidade.” Tal como diz no dicionário. Será assim tão simples? Se o é, porque sofremos e cometemos os atos mais vis e cruéis para com quem sentimos afeição? Porque nos afastamos? Porque infligimos dor e angústia em nome de uma qualquer razão ou um qualquer ideal? A complexidade que acompanha tão mui nobre sentimento é de tal ordem avassaladora que o ser humano não é capaz de uma total compreensão de si mesmo, e por isso age das mais variadíssimas formas nos momentos mais diversificados. Agimos sob a forma de anticorpo quando o dito sentimento se comporta como um vírus em nós. Se ao menos existisse uma forma única de como e quando amar, um guião que nos auxiliasse. Amar é a forma mais egoísta que o ser humano tende em ver realizadas as suas expectativas num alguém que não ele próprio. Projectamos no outro o que tanto precisamos e esquecemos-nos de certificar se o que se encontra projectado em nós exerce perfeita simetria para quem amamos. Ninguém está totalmente preparado para ceder, para perceber se dançamos ao mesmo ritmo; e por isso tropeçamos, pisamos, infligimos dor com a desculpa de que somos desajeitados e que dançar não se nos afigura uma virtude. Amar consome-nos a alma, amar é mais do que um verbo, amar é a perfeita antítese de tranquilidade e controle de nós mesmos, é querer sem poder, é ter sem direito, é saber e descurar, é ouvir e negar, é desejar sem limites, amar surge como desculpa para quebrar todas as regras moralmente feitas pelo homem. O Grande dilema é saber porque razão amar nos doi mais do que nos faz felizes...
Pressinto os ventos que sopram de outro quadrante , nesta imensa sede por sentir a vida que se desmorona em cores de música...Vivo na fé do milagre, da paixão contida, como um barco navega sobre incertos rumos, abro a porta da madrugada, abro os olhos de esperança mas não te adivinho... Não pressenti as coisas maiores que a vida me deu, mas, num instante tudo acontece, de repente tudo acontece, mas!! mais um dia que nada sucedeu !!!Toquem-me com o sorriso o meu olhar cansado vejam-me caminhando nesta ilha , sobre a lava arrefecida onde desenhei o mar ao escrever como um naufrago nesta ilha perdida... Hoje dou por mim a contar as ondas assistindo à chegada das gaivotas , que entoam o sorriso que tenho na mão ao deixar cair as conchas que outrora adormeceram no meu areal...pinto o céu de letras enfeitiçadas pela paixão , vejo passar um anjo de olhos inquietos de voz calada , junto o meu amor sem eira nem beira aguardando o herói sem espada que me leve desta batalha ...
Hoje revivo as minhas viagens pelos corpos que deixaram o seu sabor na minha pele… Hoje reclamo detalhes dos mais escondidos recantos, das mais exuberantes montanhas, dos mais húmidos vales que ousei percorrer. Eles são memórias escritas nas pontas dos meus dedos, nas curvas do meu olhar, no sussurro suave da minha voz, que em murmúrios do Outono descrevem nas folhas das árvores. Assim, os retratos destes meus destinos são como pedaços de ninguém que levo inscritos na pele, tatuados no horizonte fazem do meu legado, a forma mais doce de vida que descrevi, que dancei sobre o corpo em ondas subtis, que desenham traçados de uma dança da qual conhecemos cada movimento, porque nos está tatuado nos genes, no corpo e na alma em palavras de amor que fazemos sobre a cama desta vida… Hoje, guardo tudo num livro, só para ficar escrito, descrevo cada curva que as palmas das minhas mãos, traçaram em folhas de papel descrevendo o vício regado com o mel do olhar, com a seiva da solidão, recordando o reflexo de luz, o corpo que nos seduz, que nos induz cada dança sensual a que nos entregamos. Os meus escritos jamais serão iguais serei em mim e por todos os demais, o modelo perdido no tempo, grito abafado entoado pelo vento!!
sábado, 7 de maio de 2016
Hoje penso que nunca poderemos ser totalmente de vidro, permitindo que nos vejam de todos os ângulos, que nos descortinem a alma e os desejos mais íntimos , hoje sei que os segredos são a nossa protecção, o nosso muro, a separação entre o nós e os outros! Alguns deles, após revelados, parecerão pequenos e insignificantes, comparados com uns quantos que esconderam enormes segredos, de amores, de enganos, de crimes passionais, de roubos de identidade e de tudo o que nos permita a imaginação, mas que atormentaram quem os possuía, impedindo-os de se partilharem. Todos nós somos parte de um grande nós!!! Onde temos o que mais ninguém conhece ou sequer sonha, onde viajamos pelos astros que nos impedem, muitas vezes, de enlouquecer, esses serão os e as melhores partes dos segredos, e o jogo que mantemos para que também eles se mantenham a salvo, é absurdamente estimulante…Se eu tenho segredos? Sim, claro que tenho. Se me poderiam manchar a reputação, conspurcando a imagem e fazendo com que todos se espantassem perante a minha capacidade de ser TÃO diferente do que aparento? Pois, não conto, não posso, é segredo! Mas!! Sabem porque aqui estou ? Estou aqui, porque o que comecei a dois, só terminará quando terminarmos nós …. Ninguém adivinha mas o segredo está ai!!
Todos nós rejubilamos com a suave nudez da pele ela é o bálsamo que impregna e derrama em nós o desejo…É esse fogo ardente que vislumbro num olhar, aquela vontade de abraçar, acender o lume em mim que as intempéries acalmaram !! Hoje os lábios húmidos, são um convite para delírios. A simples boca entreaberta mostra-me e desnuda-me. Persigo sombras e nelas não te vejo… Elas , querem tomar o meu corpo, apossarem-se das minhas vontades mas não consigo em liberdade entregar-me apenas ao prazer de me fazer sentir cobiçado. Persigo as sombras elas circundam e percorre cada reentrância do meu corpo, despem-me, seguem-me mas…É a ti que quero dar de mim a beber. Persigo sombras que se movem em vagas e o meu corpo nu, que abandonaram ali na esquina onde o encontraram ficou fechado como uma concha!! Não entro nem deixo entrar apenas, deixo-me ficar ali, onde lentamente me absorvo num âmago quente, húmido, e frio…Suspiro, deliro ao sentir-me preso em alguém…, respeito o ritmo das oscilações que me detém o corpo, este, que tanto me impõe por fazer o amor que desejava em meras palavras... Este ultimo grito, devora-me, com a vontade de quem tem fome, com o desejo que nada me acorde, levem-me ao êxtase, nesse momento pleno em que vos escrevo como se as minhas letras derramassem no fluir dum amor que apenas guardei para mim... Persigo sombras e tu não vens…
Hoje recuso-me a ser metade de confuso quando a outra metade é de certeza … Metade de mim é amor e outra metade é desilusão, metade de mim permanece a outra metade cresce…Metade de mim caminha e outra metade fica…Metade de mim é o que quis e a outra metade é do que fugi…Metade de mim é ouro e outra metade é lata , metade de mim foi o que percorri a outra metade apenas é um horizonte …Hoje sei que metade de mim é o que escrevo, e a outra metade é o que apago…Metade de mim ficou, a outra metade partiu…Metade de mim eu entendo mas a outra choro!!! Metade do que passei foi felicidade, mas a outra metade foi maldade…Metade do que quis foi o que tive ma a outra metade ainda estou reconstruindo…Metade do que escrevo é sonhos mas a outra metade são delírios!! Metades do meu todo eu já tive a outra metade deixei voar, metade do que tenho , eu quis ter mas a outra metade foi obrigação…Metade daquilo que pisei deixei marcas a outra metade apagaram-me o rasto…Metade dos meus olhares foram de amor, a outra metade foram de dor…Metade de mim quero esquecer e outra metade escrever…
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Hoje é daqueles dias em que ergo os braços ao céu e agito no ar os dedos, como se quisesse moldar o vento, criar do nada um pensamento um caminho uma verdade... Imagino na tridimensionalidade do vazio que o vendaval arrasta a forma que gostaria de lhe dar, o espaço que queria desenhar ou até a personagem que queria encarnar e viver planando nesta represa de palavras que em mim jorra de forma ininterrupta... Mas a vida não é feita de vazios moldáveis pelo simples facto de pensar, a realidade gera-se de formas, de matérias e de sonhos que nos atrevemos a sonhar, porque a mão que nos guia nos impele, nos auxilia e nos compreende, e, num rasgo de vontade, nos faz criar até de sentimentos estéreis uma vida!!! Continua a existir esperança para os que acreditam que não há limites para os horizontes, só assim a entrega incondicional dos que amam gera criação. Respeito o meu Criador, mas desafio-o constantemente, como se fosse sempre possível dar mais um passo, mesmo percebendo que o abismo está à frente. Se quiserem olhar o céu eu tenho uma escada …Fechem os olhos e subam!!!
Hoje mesmo sem ter inspiração apetece-me...apetece-me escrever só por escrever, deixar a tinta derramar correr, alastrando nesta pagina virtual vazia num desfile preguiçoso e lento onde os meus dedos brotem rebentos sem conexão , sem limites!! Escrevo apenas por instinto já sem qualquer pretensão , pois nem tenho em conta as linhas, os pontos, as rimas as frases elaboradas, não me importo se estão as vírgulas bem ou mal aplicadas...Não me indigno ou reclamo sobre o que escrevo muito menos me interrogo sobre se devo ou não devo...Mas não escrevo ao acaso como quem espalha sementes em solo árido, apenas reajo a cada nova reticência… Estou habituado a viver de areia, aquela que sempre me escapou por entre os dedo e de horizontes que não consegui alcançar, a pintar telas vezes sem conta; a orar o que não quiseram ouvir; a sorrir para esconder a lágrima depois…Hoje aceitarei de vez a solidão, pois ela é a minha parceira de caminhadas. Não faz perguntas quando mal tenho fôlego para respirar…
Hoje o dia acordou em grande vendaval e eu não acredito em meia vida, meio mergulho, meia entrega. Sou vento em noite de furacão. Derrubo telhas, arranco portas, levanto tampas de esgoto...Onde até tropeço e caio tantas vezes. Mas é bom voar ao sabor do vento forte. Às vezes me assusto, tenho medo e vontade de me esconder entre frestas. Mas sei que ali não há lugar para mim nessas frestas entreabertas ... Quero muito da vida, preciso de gente, de espaço e de luz. Acredito em constelações e sonho com o vôo sobre as estrelas. O combustível para essa viagem está também nas pessoas que vejo neste trajecto. Gosto disso. De dividir olhares sobre o que vemos. Porque não há um saber maior sobre o saber de todos. Amo a ideia da conquista, mas sou muito melhor quando somo e divido.É nesse ato que me chamam contador de histórias, mas!!! Não eu não as invento elas moram em mim e quando escrevo fico incrédulo sobre o que consegui narrar mesmo sendo-me próximo e real chego a pensar que sonhei, por isso amigos a vida, é surpresa também para mim...
Sou mesmo um mero arrumador de letras , sou apenas aquele, que tem o coração pendente nas estrelas...Caminho de corpo flutuando noutro mundo , mas é aqui que vivo...Faço morada na carência, enquanto escrevo sobre amores, sonhos, pedaços de desejos e relembro os beijos saturados em amor perfeito que cobrem a minha alma, explicitando o absurdo nesta vida de humano, que vou mordendo na própria carne...Sem perdão ou caridade!!! Mas quando escuto e arrumo o espírito vivido e permaneço apenas assim...Escorrendo inevitavelmente pelo ralo do universo... Decompondo-me naquilo que no papel ou um lápis colocam, como a poeira, resíduos da minha vida.. Mas o mais importante que sonhar com a vida é viver os sonhos que ela nos oferece...Os sonhos são muitas vezes o resultado das nossas vivências ,daquilo que é possível. Outras vezes são o resultado das nossas frustrações por não termos aquilo que é apenas impossível... Sonhar é um acto normal num ser humano e só não sonha quem não vive. Os sonhos muitas vezes alimentam o nosso espírito e encorajam-nos para tornar mais real a realidade que já vivemos. Os sonhos são sobretudo o reflexo daquilo que queremos muitas vezes e do que não queremos outras. Sonhos, quem os não tem? Já houve quem escrevesse que " o sonho comanda a vida". Estou perfeitamente de acordo, uma vida que fará muito mais sentido assim sonhada do que de viver de quimeras que nem sonhadas são. O sonho estará para a nossa vida como o amor estará para o nosso coração, são imprescindíveis. Por favor deixem-me sonhar assim acordado, o mesmo sonho que desejo para todos os que vivem no amor... E, se algum de vocês também tiver que correr as sombras da ruas , não tenham medo, a lua guiar-vos-a ...
Hoje como todos vocês só sou completo, quando minhas metades se unem para juntar forças. Estas metades vivem em dois mundos diferentes…Num sou doce mas guerreiro(vivo no real) , noutro sonhador...(Vivo no virtual) Mas o que fazer, quando estes dois se juntam!!!?? Viver o que elas querem, pedem… Ás vezes não deixamos aflorar um grande amor, para vivermos grandes paixões! Seguramos nossas emoções, sem pensarmos que possam nos prejudicar em algum momento.Quando esse sentimento chega, não adianta escondermos ele logo irá transparecer em nossos gestos, e maneira de agirmos. Cada pessoa terá um modo em expressá-los, seja em um olhar, ou em uma palavra. O sentimento de amar é o mais sublime que possa existir. Amar com respeito e dignidade, não deixar a vulgaridade adentrar e nos tornar seres fáceis aos olhares à quem nos observa. Em algum momento da vida, todos nós amamos e sentimos nossos corações chegarem ao limite dos batimentos cardíacos. Cada vez que esse sentimento se apossa, todos os nossos movimentos se tornam maleáveis e se soubermos com respeito, conduzi-lo em união mútua de amor e sinceridade, seremos seres amados e respeitados. Uma das coisa que acho mais fascinante e Interessante, é um coração mesmo partido continuar batendo e a pulsar…
Hoje acerto pontos de convergência em mim sem me limitar ou limitar o meu caminho , por isso é proibido chorar sem aprender, é proibido levantar-me um dia sem saber o que fazer, ter medo das minhas lembranças... De hoje em diante é proibido não rir dos problemas, não lutar pelo que se quer, abandonar tudo por medo...Não transformar sonhos em realidade…É proibido não demonstrar amor...Fazer com que alguém pague pelas minhas dúvidas , É proibido acreditar em pseudo amigos, tentar compreende-los e chamá-los somente quando necessita-mos deles.É proibido não ser-mos nós mesmos diante das pessoas…Fingir que elas não nos importam, ser gentil só para que se lembrem de nós…Esquecer aqueles que gostam de nós…É proibido não fazer as coisas por si mesmo, não crer em nada e mesmo assim tentar fazer destino!!! É proibido não viver cada dia como se fosse um último suspiro, é proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar…Esquecer os nossos olhos, nosso sorriso, só porque os caminhos se desencontraram !!! É proibido esquecer nosso passado e pagá-lo com o presente, é proibido não tentar compreender as pessoas, pensar que as vidas deles valem mais que a sua, não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte…. É proibido não criar história, não ter um momento para quem necessita de nós… Não compreender que o que a vida te dá, também te tira…É proibido não buscar a felicidade, não viver a vida com uma atitude positiva, não pensar que podemos ser melhores e não sentir que sem nós este mundo não seria igual!
Hoje vesti-me daquele aroma dos lábios molhados depois de um beijo que pertenceu ao meu corpo ...Mas!! Foi mais um amanhecer só. Acordei envolto daqueles braços… impetuosos e exigentes, que cavavam na ternura dos desejos, longos sonhos, em que fugia como um corsário do tempo…Hoje voltei a vestir-me das mãos que tantas e tantas vezes me tocaram a pele , fazendo-me construir palavras das saudades que trago na ponta dos dedos… Ainda assim prefiro o fruto do calar o grito de tristeza de não poder testemunhar um abraço de amanhecer. Só eu sei os segredos que os meus ouvidos guardam, os eco de um sonho onde tudo se espera sem nada se pedir...Canso-me, cada vez me canso mais… A minha voz cala-se mais um pouco todos os dias e temo que se cale de todo...Podia-me até vestir de cores de esperança, mas, quem me diz que iria repintá-las, retocando a fotografia do preto e branco da minha vida! Poderia abrir a porta da alma, de forma mais ou menos legítima, e mostrar a todos a tentação pelo abismo dos sentidos, mas isso só traçaria um novo rasto de sangue nas cicatrizes e iria estrangular ainda mais os silêncios amordaçados pela vida...Hoje vesti-me e senti-me suspenso e por mais que foque o olhar no horizonte não posso permitir que uma ruga de tristeza redija a utopia dos cacos que de mim consegui colar. Vejo as nuvens a preto e branco mas sonho ser possível construir um baloiço na ponta de uma estrela!
A uma Amiga....O medo é uma casa aonde ninguém vai não é? Existe pessoas que fazem de conta, riem para não chorar.Tem também quem toma as rédeas, controla, interfere. Tem pessoas que agridem, tiranizam, atacam por precaução. Outros satirizam, disfarçam, ignoram... como se tudo não passasse de piada de mau gosto. Por outro lado existe aqueles que se irritam, enfurecem, adoecem. Há quem fuja, despiste, gaste a energia de uma maratona para se ver livre. Enfim, há quem se vicie em correr riscos, como se a adrenalina do perigo camuflasse o verdadeiro risco... Não importa. Qualquer que seja a atitude, certamente são só disfarces. Acordos que permitem seguir em frente. Senão ninguém ia, e certamente não enfrentaria a noite escura. Então o que usamos para disfarçar nossos medos? Porque medo todo mundo tem. O que muda é a forma com que cada um lida com ele. Por mais que tentemos disfarçar, é complicado aceitar o ciclo da vida. Muitas vezes relutamos em entender que pessoas entram e saem de nossas vidas e que em algum momento o equilíbrio dessa demanda vai mudar. Haverão mais saídas que entradas. Mas duma coisa podemos ter a certeza aquilo que o nosso corpo gera será sempre uma vida pulsando em nós. Força a Maria vai ser o teu mundo...
Hoje fechei-te a porta embora esta época de final de ano nos faça planear o próximo ano ou relembrar o último. Curiosa essa mania do ser humano de, quando as coisas acabam, relembrar tudo o que aconteceu. Retrospectiva. Memória. Lembranças. Fazer um apanhado geral de todos os fatos, bons ou ruins. Fazer um balanço. É uma necessidade absurda de encontrar algum sentido em tudo o que passou. Esse é um dos factores que, na minha opinião, cria religiões e crenças: a fé que, ao fim de tudo, seja o fim da vida ou do ano, tudo o que fizemos, tudo o que vivemos, tudo o que somos valeu a pena. O medo e incerteza sobre o que virá pela frente, seja ele a esperança de que será melhor ou, pelo menos, bom, e a lembrança do que já passou. A última chance para consertar um ou outro erro, para se certificar que ao final de tudo – tudo mesmo, lá na frente – todos os balanços anuais tenham sido positivos. Mas infelizmente não foram…Foi tudo um constatar sem sentido, talvez seja essa a tua receita talvez seja não ter receita. Apenas viver num ciclo onde se usa terceiros, onde se mente desmesuradamente a troco de que? Mas se pode haver um momento para que cada um olhe para dentro de si e entenda a diferença que fez nos últimos trezentos e tantos dias, que seja válido, é este porque há estrelas gravidas de luz geram o mistério que brota nos silêncios sob a forma de palavras, frases e pensamentos de incógnita sensação de levitação, da loucura e do vazio, que me invade quando nada tenho mais para te dizer.
Hoje viajei na minha vida como um rio, pois a vida é feita de renovações. Desloco-me como um rio, sinto a vida como um rio onde a vida passa por períodos de cheia e também de escassez. Há tempos em que a água é turva e outros em que é límpida. Há tempos em que a correnteza é forte e há tempos de pura calmaria. Não há tristeza que não se vá nem felicidade que não se achegue a nós... Muita coisa depende só mesmo de nós, pois sobre o rio da nossa vida nós temos um certo controle! A vida é como um rio corrente e cheio de bifurcações, o que nos obriga a fazer constantes opções. A escolha das bifurcações, para muitos, é complicada. É vital uma boa dose de razão, mas também de sentimento nessas horas. De suma importância é, também, saber avaliar os riscos para que seja evitado qualquer sofrimento desnecessário, seja imediato ou posterior. Além de tudo isso, é preciso coragem para assumir a decisão, pois muitas vezes a bifurcação escolhida tem correnteza tão voraz que não permite que se volte atrás para tomar um outro caminho. Mesmo em águas calmas, nas quais se consiga retroceder no percurso, a tarefa não é nada fácil, pois as águas do rio sempre continuam seu curso, independente de qualquer coisa e remar contra a corrente despende não só muita vontade, mas também enorme esforço. Hoje gostava de ver e escrever a linha de horizonte onde estou mas as palavras desamparam-me, torna-se estranhas não se misturam com as dos outros nem se cruzam nas avenidas dos pensamentos, nada me toca e surpreende neste rio que flui em mim!
segunda-feira, 2 de maio de 2016
Hoje por ti sei que não é fácil aceitarmos a inversão da ordem natural no ciclo da vida. Não estamos nunca prontos, não queremos enterrar um filho. Quando a natureza não cumpre o ciclo como deveria é dolorosamente terrível e assombra, mas!! É uma separação consumada fisicamente, mas que jamais conseguirá romper com os laços...não há substituições, filho é filho e ponto. Impossível medir a dimensão da dor da perda de um filho. Não conseguimos mensurá-la, é uma dor única, intensa, egoísta e gigante. A perda de um filho é ferida que não cicatriza, é para toda a vida .Essa dor terá momentos que se converterá em saudade, mas nunca será menor. Os pais ficam perdidos na sua dor, um vazio inconsolável, um lamento interminável. Que ninguém se atreva estancar essa sangria no coração de uma mãe ... O choro é demasiadamente solitário e triste ! Não se decifra um amor que transborda em lágrimas. Queria endereçar-te algo mas não encontro palavras de consolo. ..Não há nada que possa arrancar esse tormento que estilhaça o teu peito…E neste momento, não posso e não devo… Hoje as lágrimas têm e devem cair. Tem que ser assim. Chora tua dor, hoje a dor está contigo minha querida e adorável amiga ! Amanhã ou depois, quem sabe a serenidade venha bater às tuas portas. Hoje, quero manifestar meu sentimento solidário para contigo, fazer uma prece e desejar que esse pequenino ser encontre muita luz em sua passagem. Que a mãe, e o Pai e todos os familiares, no devido tempo, encontrem motivos para a difícil superação dessa dor, hoje latente. Força amiga adoro-te se precisares estarei aqui para te segurar como a mim me seguraste estes anos … Que encontres a habilidade de persistires nos momentos difíceis quando a saudade doer E eu sei quanto ela dói, vai e volta, e continuará a doer... Mas, será preciso continuar, lamentavelmente, essa é uma das mais tristes regras que nos são impostas…Sobrevivermos com a ausência física daqueles que muito significariam à nossa continuidade, à nossa existência. Que o tempo faça o que é dele fazer… leve um dia a dor embora e deixe apenas a saudade terna e doce desse amor que geraste em ti!
Hoje as lágrimas caem dos meus olhos da mesma forma que o teu amor sempre fluiu para mim enquanto viveste. Minha amada Avó , testemunho que foste sempre uma lutadora. Sempre ergueste a tua vida pela tua família, pelos teus sonhos, e eu vi como lutaste pela tua vida. Lutaste até onde as tuas forças permitiram, mesmo com tantos anos não desististe de viver. Como uma boa guerreira que eras, tiveste que aceitar que era hora de acabar a guerra, porque não podemos desafiar o destino. Merecias o teu troféu de renome descanso. Deixa-nos cheios de orgulho com teu exemplo de vida, de determinação e coragem. Estarás sempre presente em nossas vidas, o teu amor irá nos unir e nos guiar para sempre. Obrigado por teres dedicado parte da sua vida a nós, obrigado pelo amor que nos transmitiste pelo Pai que me deste é hora de repousares ao lado dele. Nós aqui vamos buscar consolo no amor que nos deixaste. Amaremos-te para sempre. Devo hoje aqui saber agradecer por todos aqueles que sentam ao meu lado nessa viagem e com eles aprender um pouco mais sobre os trajectos e curvas que a vida dá. A viagem, dure o que durar, é um tempo de alegrias, de tristezas, de amor, de decepção, mas é sempre tempo de descobertas... Não poderei esquecer aquilo que um dia me disseste querida Avó " a maior aventura da vida é viver neto" recordar isto de um ser de 98 anos faz-me querer viver ... Podem olhar-me mas nunca verem quem sou, podem chamar-me por nomes que não sou, podem jurar saber no que acredito , podem ver-me calcorrear montes e escarpas mas nunca saberão o que sou, nem para onde vou...
Hoje sinto que o céu desaba na rua indefesa, chora o céu e em mim chove. A noite parece ser mais noite, mais escura, quando chove. Nas mãos seguro um caderno de capa vermelho. E foi com o sangue de alguma veia que me rebentou, que dei vida a todas as páginas...Sinto que não deixarei muito, a não ser este caderno de silêncios que me foram ardendo, nas mãos, porque a vida queima-me e as dores devoram o papel amarelecido, mais que o tempo. O que deixo são uns quantos momentos comovidos e alguma mágoa indescritível, um cálice cheio da melancolia que os meus olhos beberam...Se o leres, promete que não sentirás pena...Fica sabendo que é nas profundezas dos abismos que se equilibra a vida, e ai a noite se abre. Sei que é pouco. Muito pouco. Julgamos sempre ser mais do que alguma vez fomos, ou seremos. Mas, o que é o amor afinal? Para mim o amor é como um Búzio que encostas ao ouvido para ouvires de dentro o suspiro desesperado ... Alguém consegue definir de forma diferente? Hoje eu não...
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

-
Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
-
Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
-
Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...