quarta-feira, 11 de maio de 2016

Hoje penso na intensidade com que se vive e como nos entregamos - aos dias, ao trabalho, a um amor. mas aqui, a entrega, mais que vontade ou dedicação, tem a ver com a forma como absorvemos o que vivemos. assim, a intensidade tem apenas a ver com o número de sentidos que pomos ao nosso serviço. temos cinco, mas nunca fomos treinados para os usar em simultâneo. Por exemplo um pôr-do-sol vê-se, ou será que se ouve também? Ou será que tem cheiro a mar ? E uma música, ouve-se apenas? ou fica diferente consoante o sabor da bebida, ou conforme a luz da sala... Ou tem influência com quem se partilha a música? Porque o digo , talvez porque acho que intenso, é quando se encontra alguém que nos dá ainda mais sentidos. ser puramente feliz por provocar os sentidos dos outros..Mas todos nós temos um sentido escondido, a memória! Viver com intensidade na forma mais poderosa é quando a um sitio, a uma música, a um momento, juntamos a memória do que já se viveu ás vezes choramos de saudade, ou de dor. outras vezes rimos sozinhos, apenas por nos lembramos do que já vivemos naquela música, naquela varanda, naquela rua. como agora, por mais longe que estejas, é a memória de te ter aqui, que me acrescenta força aos sentidos. é sentir o teu cheiro ainda na minha roupa, é ouvir uma música e ver-te a dançar pelo corredor, é ficar em silêncio no teu lugar onde te sentaste a meu lado ainda ouvir o teu respirar de paz sossegado. é ver o nascer do sol no quarto e tocar a memória da tua pele nua ao meu lado. é fechar os olhos, e ter-te em todos os meus sentidos. isso sim, é viver de forma intensa, ser-se honesto é ser verdadeiro não só nas palavras mas nos actos ...

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