segunda-feira, 2 de maio de 2016
Hoje sinto que o céu desaba na rua indefesa, chora o céu e em mim chove. A noite parece ser mais noite, mais escura, quando chove. Nas mãos seguro um caderno de capa vermelho. E foi com o sangue de alguma veia que me rebentou, que dei vida a todas as páginas...Sinto que não deixarei muito, a não ser este caderno de silêncios que me foram ardendo, nas mãos, porque a vida queima-me e as dores devoram o papel amarelecido, mais que o tempo. O que deixo são uns quantos momentos comovidos e alguma mágoa indescritível, um cálice cheio da melancolia que os meus olhos beberam...Se o leres, promete que não sentirás pena...Fica sabendo que é nas profundezas dos abismos que se equilibra a vida, e ai a noite se abre. Sei que é pouco. Muito pouco. Julgamos sempre ser mais do que alguma vez fomos, ou seremos. Mas, o que é o amor afinal? Para mim o amor é como um Búzio que encostas ao ouvido para ouvires de dentro o suspiro desesperado ... Alguém consegue definir de forma diferente? Hoje eu não...
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