sábado, 14 de maio de 2016
Hoje relembro que tudo acabou sem ter começado ...Fechei-me num despretensioso segredo que se refugia num olhar, sem mais, sem ninguém o imaginar...Contemplo as brechas da alma raiadas de vermelho vivo, e espelho o olhar bem no fundo de mim enquanto o sol me vai inflamando , devorando até me extinguir ...Agora, sangra-me o adeus sem palavras e escorre-me o mar salgado de mim até á face!! Que me resta? A bússola que me norteia o resto dos dias, porque sei que o meu presente jamais terá futuro. Talvez nada mais seja importante para além da brisa ardente do mar, do apregoar dos pássaros, e do cair do dia enquanto o sol vai declinando na linha do horizonte. Deixei de banhar-me de emoções e a alma esta apenas me recorda que sempre fui filho de um adeus e agora o Diabo me fez filho de Deus. Mas não desisto. Procuro-te no calor do sol, tento encontrar o teu rosto no oceano, nas dunas da praia, até nas rochas que as vagas acariciam deixando-me invadir por vezes pelo silêncio apenas quebrado pela agitada e estranha pronúncia das águas do mar. Tento ouvir o teu riso na melodia que sempre me acompanha. Olho para os lados imagino-te sentada naquele banco gasto pelo roçar da recordação e pela solidão de um pássaro negro parado na árvore dos meus dias a meu lado esperando pela brisa que me traga o teu cheiro a frutos bravios. Porém julgo que te procurei nos sítios errados, tentei ao menos ver-te em todos os locais onde não estás !! Acabei por te encontrar entranhada em mim, e como duma paisagem te tratasses , vou pintar os meus derradeiros dias de cinzento leve, mas sempre com um pingo de vermelho rubro de paixão ... cinzento pelas horas incertas o vermelho pela ilusão que me fizeste viver de retoques de esperança. E assim, lentamente e sem arte que deixo escorrer o diluente na tinta de água na tela da minha vida.
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