sábado, 31 de dezembro de 2016

Hoje apenas penso no novo ano,  nesse novo percurso quero cada uma das palavras que nunca me disseram…Quero os sorrisos fugazes que delinearam para mim mas, sem os partilharem! Quero o mel dos beijos apaixonados e o néctar dos lábios que os partilhem...Quero um beijo prateado, cheio de estrelas e sonhos…Quero adormecer na embriagues dum olhar terno e sincero. Quero navegar num corpo, e perder-me, eternamente, nesse infinito oceânico de amor e encontrar a voz na escuridão do meu silêncio. Neste novo ano quero abrir as portas dum coração, e explorar os códigos secretos da sua alma. Desejo tanto partilhar o mesmo cálice, a mesma vida... O mesmo desejo ensurdecedor…Quero gritar-lhe ao ouvido a palavra “amo-te”, e tatuar no seu corpo a textura da minha alma…Quero viver num sonho aberto e colorido. Coroar-me Rei, oferecer-te todas as pedras preciosas do mundo que não possuo...Se nesse Novo Ano habitas, conduz-me até ao esplendor dos sentimentos. Hoje que este ano finda chego à conclusão que gastei as palavras, não sei como explicar o que sinto... É silêncio de que falo, é silêncio que escrevo, fiquei preso no vácuo dos dias que vivi! As folhas dos meus cadernos estão despidas...De ti...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Hoje escrevo, agrafando os meus silêncios às palavras que encerram mais um ano... Lavo-as numa corrente de ondas salgadas na força deste caudal que engrossa levando para longe todos os sentidos! Olho o céu e vejo as estrelas gravidas , assolando as minhas margens, reinventadas...E neste rio de breves margens pernoito, vagueio no tempo sem cansaço, risco traços de luz nas águas cristalinas que me alucinam o sentido, gravando no papel cada gemido que não consigo sequer sussurrar...Muitas vezes pergunto-me se faz sentido estar aqui, à espera que o calendário mude e traga a primavera, para o inverno não me gelar …Confesso que não sei mais que estrada seguir, esta alegoria recriada para ver os meus olhos despontar de novo a alegria! Não é difícil estar longe, difícil é não saber que caminho tomar para que esta plácida tranquilidade de sonho seja vivida. Hoje sou um ser de pés colados ao chão... Amanha serei as reticencias de um voo inacabado!!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Hoje querido silêncio abre os braços, enlaça-me em teus  segredos!! Mas não, não me exponhas nem ao vento que os meus suspiros são só meus ...Podem até falar  com os teus,  estes suspiros que o meu coração beijou no silêncio do teu abraço ...Abraçar esta imensidão de nada é um momento um ritual de união que me cingiu a este corpo vazio que transporto .. Posso, até pairar de asas entreabertas, num voo divino almejando o  vácuo  dos sentidos, mas não me tentem ler  nesta infinidade de palavras que se cruzam nos caminhos do olhar que não provoco....Podem sim  até tentar entender os mistérios que este olhar vazio  brota, mas apenas em  palavras que escondam o meu nome, o meu perfume a minha alma os meus segredos, a minha magia que me faz levitar em oásis de sonhos e ternura. estas palavras tem um som que se esvai , quase indefinido e imperceptível assim como as suaves pétalas do arco íris que exaltam poemas de sol e iluminam a escuridão da espera... Toca nas minhas mãos e no céu,  desenha  a eternidade que a melodia sussurra num coração como o teu!! Não te vejo mas sinto-te...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Hoje é um daqueles dias que,  apenas imagens desfocadas aparecem à cabeça, cheias sons e música, cheias de movimento, inexplicáveis, como se ficasse à beira de qualquer sítio surpreendentemente belo, e extasiado nem um murmúrio nascesse… E o silêncio Imperasse !!! Às vezes são palavras nítidas, transparentes, derramadas no papel como vinho numa toalha na toalha da vida!!! Às vezes é um silêncio do tamanho das noites grandes, onde cada som se amplifica até ao momento em que um raio de sol me resgate…E acorde!!! Às vezes sou só eu sentado diante de mim, explicando e voltando a explicar aquilo que deveria contar de outra forma para que me entendessem. Às vezes faltam-me as pontes e as estradas que me ligam a outros lugares, a outras mãos, a outros abraços, ou a um momento perdido que nunca foi mais que um desejo construído, que bem visto depois, não passa do momento da euforia, das prendas abertas, dos papéis pelo chão…Que o lixo recolhe!!! Às vezes para ser feliz, bastaria ser apenas um ponto olhado do espaço, uma toalha e um livro e um lugar onde me possa deixar estar, onde me vissem e percebessem há quanto tempo me deixaram ai assim!!! Tem dias que o conforto desconforta…Outros, já nada faz sentido, nem sei se as palavras se devem guardar, quando as digo ... Outros dou por mim pensando que às vezes, a vida tem tanto para não ser só às vezes. Tantas vezes como as vezes que não sei estar sozinho…

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

As palavras mais dolorosas de ouvir são aquelas que ficam no vão de muitas outras, são aquelas proferidas entre o silêncio de uma sílaba e o frio de um olhar, apenas, pelo simples fato de não produzirem vibração alguma... ficam pairando no nosso pensamento como um ruído de mãos inquietas, num olhar berrante em direcção de uma porta e da vontade que se tem de sair por ela... Quando tudo fica em silêncio,  o sol resolve descansar do lado de cá, o nosso coração grita. Os nossos olhos ficam solidários e um eco de dor passa de dentro para fora deles. Nossos  lábios tremem a dor que não quer calar, sinto-me um forasteiro em meu corpo,  coloco as mãos no peito e apenas sinto silêncio a minha  sede secou a foto está vazia. Sinto a profusão intensa de fim de vida , sinto os fios de ardor tecidos na pele de um corpo estranho...Trago no rosto um amor silenciado em forma de escrita, amarrado ao fastio do desalento que repouso sossegado...trago nesta face um olhar campal de lábios encerados e saudosos por um beijo teu!!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Hoje preciso de olhar o mar… Preciso deixar que ele desenhe com precisão os traços da minha vida...Preciso de escuta-lo, preciso encandear-me com a espuma de suas maresias…Quando olho e escuto o mar ,  transporto-me ao céu nas asas dum condor, perco-me na bruma, dos sons a escutar o profundo bater das ondas nas rochas enegrecidas, enquanto os barcos de pesca assomando na linha do horizonte, trazem  os silenciosos lamentos das misérias de tantas vidas… Hoje vou olhar o mar… Fechar os olhos e repisar a praia onde cresci, sentir o empedrado da areia fina debaixo dos pés e rever as pegadas que outrora desenhei nesta praia deserta que habitei… Já houve dias que esculpi o vento  que sopra  na direcção dos teus cabelos. Sei que não sou sequer a inspiração que os move. Mas sei que quando passo por um lugar , deixo lá a  inconfundível  presença  do meu espírito... Eu não preciso de  ver para sentir, não preciso de  tocar para  saber. Se  olhar nos olhos  todos os sentidos do meu corpo são sensores que detectam  as vozes silenciadas. Peço-vos apenas que me façam  viver este sonho eternamente, quero respirar um só corpo, um só rosto, uma só voz que se cale em mim...Quero respirar essa parte ainda intacta, cheia e receios, medos, pintada, criada, inúmeras vezes despedaçada, rasgada, negada, apagada, escondida mas que vai pulsando em mim... Hoje amigos somos apenas as marionetas na mão do destino e no auge da nossa ignorância, pensamos controlar tudo e todos...Mas!!! é exactamente o contrario, é o destino que nos tem nas mãos! 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Hoje amanheci sentado no recanto mais recatado do meu espírito. Cá do alto  observei cada detalhe dos  sentidos, cada pormenor dos  sonhos. Não existe outro sentido para a existência da minha luz que não seja apreender  os caminhos, que me levam ao firmamento salpicado de pequenas estrelas. Eu sou a Noite que as ilumina, sou aquela personagem imperfeita e distraída que se perde em cada esquina... Todas as direcções do meu mundo se dirigem para um lugar único, toda a sabedoria da minha alma é reflexo da luz que me alumia, por isso, busquei na vida a  conjunção química perfeita de equilíbrio entre corpo e mente. Escuto o som das minhas letras, elas soam-me a canção imperfeita que filtro  e corrijo no sulco das emoções, mais uma vez fico assim imaginando uma voz doce que cante a letra das minhas canções. Acreditem na força com que olho, na forma suave com que  observo da distancia deste céu onde sou apenas a noite que compõe o céu estrelado...A beleza do céu estrelado está no nosso olhar para não cairmos no ridículo de apenas olharmos para nós próprios!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Hoje chego á seguinte conclusão, que , quem sente saudade, viveu um passado, segue com a vida ou teve que recomeçar outra história. Saudades são segredos imaculados, são sentimentos de redenção, são presentes para nos lembrarmos do passado e aprendermos a lição. Saudade não mata, mas dá-nos sinais que precisamos mudar o itinerário do nosso coração. Saudade não é viver, é recordar. Saudade não é aquilo que te faz infeliz, são apenas lembranças de que foi maravilhoso. Saudade não é a solução para viver bem, é alimento para a existência. E, se não fosse a saudade? O que seria de nós, das nossas histórias? Seria tudo apagado, sem qualquer vestígio de vida...Vocês já pararam para pensar na vossa melhor saudade, hoje? Eu sei que viver de memórias não faz ninguém melhor ou cura qualquer dor, mas pode ser a solução para quem se levante do seu sofá, e abra a janela e respire por um amanhã sem o mesmo tropeço de ontem. Hoje sei que não há vida que não viva sem a saudade, e a saudade não sai das nossas vidas. Tenho dias assim, em que tudo é nada e nada é algo que nem sei descrever …Tenho dias assim em que a saudade toma conta de mim!!

domingo, 18 de dezembro de 2016

Hoje este  sol esmaga o brilho dos vitrais do pensamento,  enquanto as curvas do meu corpo, incendeiam os olhares!! É em silêncio, que vivemos embalados por uma brisa, plácida, em recantos do oculto. Este embalo, de mudos e contidos desejos sobrevive repleto de gemidos, sentidos que geram os gritos perdidos no esplendor, que inflama,  o sangue derramado no empedrado que piso ...Sentes o meu olhar?, no teu olhar se sim deixa-me criar raízes no teu caminho...deixa a areia escorrer na ampulheta do meu tempo, e que ele se esgote. Os fantasmas do receio são apenas os vermes do silêncio !!!

sábado, 17 de dezembro de 2016

Hoje sinto este cansaço que não se desilude ....Por pensar demasiado, por sonhar indiscriminadamente sem perceber, por não dominar ainda a cor da minha alma. escondo o meu rosto com as mãos e deixo o sabor da brisa pintar-me de lágrimas com o vento o cabelo que me começa a cair!!! estendo as feridas abertas pelo tempo e exponho-as a vírus da alma colorida que corroem a minha vontade. Porque hoje tenho uma vontade diferente. Apetece-me despir a pele e perseguir o mar. encostar-me a ele e auscultar o celeste paraíso das aves marinhas , e com elas quero mais do que tudo conhecer a cor da minha alma porque nada mais importa. Hoje nada importa que a alma... mesmo se a soubermos escutar mesmo na tortura sufocante das grades físicas da existência,  sentimos a dor que ela prostitui... Se a abraçarmos como loucos perturbados, sem destino iremos tocar essa loucura árida e deserta  que sem dar-mos por isso nos faz desenhar suaves sílabas numa folha de papel. Esta é a cor da nossa alma que mesmo sem a sabermos ler  nos denuda com uma suave transparência de um magno silêncio ao invés de pretender ler-nos pelo  pulsar de um coração ferido... A alma ao contrario do coração ignora qualquer rasgo de cor que possa adulterar os muros da fortaleza sobre os quais se ergue assim aqui fico  de olhos fechados e tento ouvir o seu prudente murmúrio. E o que escuto em tons de silêncio incolor que legitima o cansaço que em mim hoje vive.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


Hoje reflicto e de repente, com saídas do nada, encontramos pessoas assim…Deixamos de falar com os dedos, que se passeiam pelo teclado do computador e passamos a falar com o coração!  É que do  outro lado do ecrã, existe uma pessoa de carne e osso, às vezes, são pessoas tão grandes, em tudo, que nos apetece partilhá-las com o mundo inteiro! Entre brincadeiras e partilhas, nasce amizade, ela é doce, meiga, verdadeira que contagia qualquer um. Apesar não estarmos  frente a frente, ela abraça-me todos os dias e...suponho que seja essa presença que sempre me faz sentir. Este ano, não pretendo partir, sem antes gravar na minha pele... o seu abraço. Não sei quantas vidas suportam a mesma dor ou quantas dores pode suportar a minha vida. Não sei quantos becos nela existem , quantas estradas  atalhos ruelas ou avenidas.  Não sei quantos caminhos já caminhei, mas!!! Sentei-me aqui nesta margem, que não é de um mar...uma barragem uma água contida prisioneira de um muro com medo que se gaste evapore seque... Tentei imaginar-me  aqui e em quantas estradas ruelas  ou avenidas...te podia encontrar a ti. Como naquela onde te achei!  Sempre me perco nas direcções despisto-me nas cores das ruas todas iguais... todas me conduzem a este mesmo lugar onde agora me encontro... Nesta margem ...de água contida, onde encontrei algo apenas porque me perdi.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Como se tivessem boca , há palavras que nos beijam numa perfeita nudez da pele em chamas…Como eu coloria um grafite meu desenhado num mero corpo!! Traçava-lhe a matriz , lia-lhe um poema , invocava-lhe os direitos, na prece de umas mãos abandonadas como destas palavras se tratasse!!! Palavras abandonadas à mercê dum carinho, são palavras entregues à mercê da nostalgia ou à doçura dos beijos.Imaginem um corpo que nada já sente e que tudo diz…Imaginem o silêncio em que ficamos inventando palavras novas…Imaginem as preces e melodias inventadas nas novas palavras que se conjecturaram, mas que nunca ninguém as irá ler…É neste silêncio tão nosso que repousará a nostalgia da criação e certamente sobre ela sorriremos...Vem ai o Inverno e as mortalhas do silêncio esgotam-se como os instantes da lembrança que vamos sustendo nas mãos até se transformarem em cinzas …Fica o sonho vencido!!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Hoje preciso que me falem , mas sem voz...Quero escutar os sinais de  dentro e os ventos que se passeiam na escadaria dos meus dias!
Preciso dos sopros mornos em palavras, que me agarram por dentro e me avessam. Preciso que me peçam  que vos peça...Que me peçam que vos olhe...Que me peçam que vos toque...Eu sei que a vida é feita de começos e recomeços...Hoje sei que o primeiro olhar não significa o mais intenso. Hoje sei que o primeiro beijo não significa o melhor. Hoje sei que o primeiro homem ou mulher não significa o mais marcante. E porque a vida é feita de começos e recomeços...Hoje eu sei que  primeiro abraço não significa o mais sentido. Hoje eu sei que o primeiro amigo não significa o único. E porque a vida é feita de começos e recomeços... Hoje eu sei que primeiro emprego não significa a estabilidade. Hoje eu sei que o primeiro salário não significa a riqueza. E hoje porque a vida é feita de começos e recomeços eu sei que a primeira queda não significa a mais dolorosa. Hoje eu sei que a primeira lágrima não significa a mais triste nem tão pouco a  primeira desilusão não significa a última. E porque a vida é feita de começos e recomeços... Eu sei que não há vertigem nem medo no salto. Hoje eu sei que algo  maior, anterior a nós que une dois corpos numa única batida cardíaca. Hoje eu sei e escuto  ecos cá dentro vertendo as minhas mãos quentes...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Hoje de noite tive um pesadelo! Ao despertar apenas ouvi silêncio. Era muito mais que a ausência de sons. Era profundo, apertava cá dentro como um mau “agoiro”.  Levantei-me lentamente e dirigi-me à janela. Lá fora as ruas estavam repletas de gente de braços abertos e mãos estendidas, a olhar o céu! Pareciam estátuas, ninguém se mexia nem falava. Os carros não circulavam, as fábricas não produziam, o mundo inteiro havia  simplesmente parado e toda a humanidade estava deambulando  na rua de braços erguidos e mãos estendidas, a ver o céu. Saí à rua descalço, o silêncio incomodava mais do que o frio, que se fazia sentir…. Era difícil caminhar com aquele aglomerado de gente. Acabei por andar pouco parei fiquei confuso, tentei perguntar, aos outros o que se passava,  mas da minha boca não saía um único som! Por mais que abrisse e fechasse a boca, apenas saia silêncio! Comecei a sentir os pés molhados. Rapidamente aquela água que escorria pelas ruas parecia um rio, que nascia aos nossos pés. Foi então que reparei que todos choravam, silenciosamente, sem desviar o olhar do céu. Elevei o meu olhar e as lágrimas brotaram também dos meus olhos. O mundo havia mergulhado naquele silêncio triste, sem palavras, ninguém conseguia explicar a razão para o céu ter cerrado e ficado encoberto com uma nuvem gigante e dela caíam milhares de sonhos mortos por haver Abri os braços e estendi também as minhas mãos, que a pouco e pouco ficaram cheias deles...Quando acordei, tentei escrever o sonho imediatamente, para tentar não me esquecer dele. Acordei incomodado! Percebem o meu silencio, prefiro deixar aqui o meu olhar no infinito à espera que chegue o futuro e uma nova estrada da vida, que erga a intimidade da minha voz no eco de um sonho…

domingo, 11 de dezembro de 2016

É inquietante o silêncio que Habita na solidão dos instantes.... É nesses pedaços de tempo que o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos  quebrar mesmo que não queiramos. Soltam-se palavras inquietas , que sonham voar ...São vazios que se nos impõem e nos abraçam num carinho de prudência !!! gosto desta inquietude nesse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade que nos faz persistir perante as horas surdas dos dias...Mas !!! por vezes as palavras que escrevemos querem sorrir , elas escondem sorrisos nas rimas misturadas em versos de dor e ausência. Este bailado de palavras inertes muitas vezes jogadas ao chão frio em tons de silabas desalinhadas não é mais que a nossa sombra desaguada no desalento de um papel usado, amarrotado pelo nosso ultimo suspiro...

sábado, 10 de dezembro de 2016

Fez-se silêncio, bastou as nuvens cerrarem... o portão abriu-se e o nevoeiro cansativo entrou... nada é simples, nada é silêncio, e tudo não passa de um vazio. O calor não chega e o frio teima em permanecer, as janelas fecham e deixam apenas o escuro ficar, não há luz, nem um mero clarão!! Existe tudo mas apenas um nada fica... Reclamo armas de gelo que rebentem num grito surdo, onde a solidão parta , mas... Resta o vácuo da recordação. (Isto) torna-se tão simples de viver. É tão fácil abrir este portão para nada restar. Mas!!! façamos então o silêncio, a chuva há-de cair ... O portão fecha-se, e a imensidão do nada soou. Esta força imensa que consegue ser ouvida, sem eu querer enche esta sala pequena de dimensões infinitas num pequeno e vibrante toque de mil cores em forma de Arco Íris. Sinto uma surdez que ficou, como uma força demorada de um minuto infinito calado. O amor desvanece-se colhido na combustão fria da ignorância. Sinto o toque sinto o cheiro sinto a dor mas ninguém sinto...Faça-se apenas um pequeno silêncio, só eu aqui fiquei... Desculpem, eu e o nada. E do nada subtraímos o tudo e o infinito voou com as asas escuras do destino, que também desejei partir. Fiquei eu e o nada, o tudo da insatisfação. Sobrou o peso de uma tempestade vizinha, que também me silenciou... Deixo-me assim adormecer num recanto desta sala, e lá fico, eu e o pó transformado, a fazer-me companhia, esquecido de mim, perdido de mim...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Hoje pergunto-vos, alguma vez se sentiram presos  à liberdade de outra pessoa? Essa é uma liberdade que me empurra para a luz quando o meu corpo respira sombra. Hoje reflicto sobre o medo, e ele pode ser feroz. Invade as artérias da nossa casa como  uma lâmina afiada cortando a esperança pela raiz…É como a água a desbravar caminhos,  derruba defesas e passa. O medo senta-se à nossa mesa dorme na nossa cama grita-nos ao ouvido até obrigar a alma a sair apropriando-se do corpo, silenciado a voz. Hoje uma "desconhecida", enquanto reparava uma linha ténue de vida, achou por bem agarrar-me nas  mãos cheias de ansiedade e com a sua  voz  uniu-as para que se ouvissem de repente como se de mais não precisasse a esperança  choveu-me  inteira nos olhos. Não sei quem ela é nem se algum dia as nossas linhas se irão poder cruzar mas imaginei-a de corpo inteiro alma limpa e ensinou-me que ainda somos Alma. Habitamos um corpo para que haja gestos!!!Eu sei que mora em mim uma força desconhecida, que alimenta  moinhos da imaginação, faz mover as folhas das árvores como se fosse uma brisa silenciosa que se propaga pelo infinito, não consigo explicar este mistério que brota nos meus silêncios sob a forma de palavras, frases, pensamentos,  sensações...Mas!!! Tenho medo da incongruência  do vazio, que me invade quando nada tenho a dizer…

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Hoje  há nevoeiro, o dia acordou  cego, na minha Rua as pessoas andam estranhas, de costas viradas para o caminho. Tropeçam, caem e levantam-se, sem nunca tirar os olhos da imagem desfocada deste dia, que lhes atraiçoa o  percurso…Que profunda  cegueira, não se distinguem os passos que dão, mas cada vez estão mais longe uns dos outros, separados por mais muros de betão. Coleccionam mentiras e desapego, as suas únicas verdade penduram-nas nas janelas, como se fossem cortinas!!! Não há flores. Está frio. Mais lá dentro do que cá fora. Há cegueira e frieza na minha rua. Só os gatos dizem bom dia.  Ainda há pouco um enroscou-se nas minhas pernas. Trazia uma chapa  pendurada ao pescoço que dizia  quero o meu dono…Há em muitos de nós uma alma que chamo , alma dos “diferentes” que é feita de luz, onde  estrelas sem morada , deslumbrantes ,  vivem guardadas para aqueles poucos capazes de sentir e entender!! Nessas moradas há tesouros de ternura humana dos quais só os “diferentes” são capazes de valorizar… Meus amigos não mexam com o amor de um “diferente” a não ser que sejam suficientemente fortes para o viver…

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Hoje sinto o incêndio que queima cada pedaço do meu cio, olho o céu estrelado que penetra no meu profundo vazio e é por esse caminho que sigo, por entre o olhar e o brilho das estrelas…Olhem-me sou uma chama intensa, sou um mar de lava adormecida, sou, o eclodir dum corpo nu sobre o horizonte , sou a água fervente que inflama a mente na devassidão e na tempestade. Eu já fui a força dum vulcão em plena erupção!!! Hoje sou apenas o despertar da letargia, que os meus dedos transpõem em pura magia. Hoje em dia amar é esculpir uma obra de arte, é pintar o céu com os tons da lua, como se tudo em nosso redor crepitasse num fogo suave que nos derrete os sentidos. Hoje amar não é só desejo é também conhecer todo e qualquer segredo, descobrir todos os lugares onde nos guardamos, é libertar as loucuras que escondemos nas fantasias a sete chaves fechadas. Hoje já não sou capaz nem quero quebrar os limites que fundem corpo e alma, desejo e luxúria, que fazem dos sentimentos a mais profunda sensação. Prefiro percorrer o silêncio dos meus gemidos, percebendo as curvas que os contraem, a ondulação cadente com que os sonhos ficaram suspensos nas minhas mãos…Muitos de vós Dir-me-ão que escrevo apenas letras, descrições , utopias , ilusões mas nesta amalgama de sonhos vocês todos sentem-se parte integrante do meu presente narrado nesta saudosa viagem que não me canso de inventar…

domingo, 4 de dezembro de 2016

Hoje gostava que me dissessem em que dia estamos e em que mês , pois o relógio da minha vida nunca me pareceu tão vivo! Não consigo prosseguir muito mais, mas também não consigo desistir perante tudo o que já perdi... Sabem hoje ainda somos eu e vocês, e todas as outras pessoas que me lêem e estão aqui como eu, sem ter mais para onde ir!  Não vos quero perder ainda sinto que tenho muita coisa para vos dizer mas nem sempre as palavras saem como mais desejo. Entretanto vou trespassando "nelas" sem mais ter para onde ir  por isso amigos hoje somos só nos aqui!!! A todos os  que me lêem sem mais ter para onde ir eu vos desejo um Santo e Feliz Natal junto daqueles que de certa forma os confortam e acompanham, já que não fomos colheita nem tão pouco permitimos que nos arranquem pela raiz, preferimos ser abraçados como barcos abandonados no cais  nesta eternidade que nos juntou...

sábado, 3 de dezembro de 2016

Hoje vejam como passa o tempo, como a chuva teima em esconder a luz, que deixam quando passam. Hoje vejo como são longe os caminhos, como as distâncias queimam todas as pontes entre nós deixando as margens numa solidão aguada... Basta ver como tudo se altera, como tudo muda ou como tudo regressa a nós se uma pequena brecha na memória se abrir e um pequeno vento se escapa e sopra uma suave melodia antiga...Inventamos uma rua regressamos ao início de um tempo sem tempo onde o dia fecha-se no escuro das nuvens , não sei se há ainda estrelas que guiem caminhos ou um caminho mas se parto não me despeço, se chego, chego sem que me notem...Sempre que ouso caminhar levo um lugar atado nos dedos, nunca sei se vou, se venho, ou se alucino. Desconfio que as melhores viagens, foram entre as paredes deste quarto. Seja como for, há sempre um voo que se derrama numa folha de papel... Caminho assim lado a lado com as palavras

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Hoje falam-me sem voz, escuto  cá dentro, sopram-me ventos que se passeiam na escadaria dos meus dias. São sopros mornos em palavras, que me agarram por dentro e me avessam… Sinto-vos, quando olham o céu, quando erguem os braços aos céus e me chamam…As vossas palavras fazem gritar outras, que turbilhão, e são tantas que  não consigo responder a todas. Aprisionei-me cá dentro, fiz-vos parte de mim, ou talvez uma extensão minha, que nem sei onde começa, passeiam dentro dos meus passos, pisando assim o mesmo chão,  transportam-me ao longo do dia, para este mesmo sitio, mas em outro lugar. Quando chega a noite, já não há Saudade… Olho-me no espelho e é sem rosto que me vejo, toco o vazio da vida através da minha, abraço-me sem sentir braços e adormeço no conforto da sala vazia. Todas as noites tenho o mesmo sonho. Caminhamos descalços , vejo o rasto que nossas feridas deixaram. Olho para a frente, apenas um abismo, negro e profundo. Um vazio, a pedir a gritos que alguém o preencha. Tenho vontade de vos perguntar se há alguém que me queira estender a sua mão e se querem saltar comigo …Saltam comigo? Já não tenho medo das vertigens nem medo do salto, pois há algo maior, anterior à vida que une dois corpos numa única batida cardíaca. Despertem-me sempre com a carícia muda eu mereço um raio de sol e uma folha dourada!!!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Hoje peço perdão  a todos os que não quiseram ficar, talvez por eu não me adaptar, por  não deixar as lágrimas cair, por ter perdido a lanterna que me guiava nesta escuridão ….Perdão a todos por não ser capaz de sonhar, por não conseguir vergar os joelhos diante dum altar que não acredito…Perdão por não ter sabido caminhar, nas cavernas do meu coração!! Hoje peço perdão  por não achar graça em dançar...por não me declinar a um bonito por de sol, por não ter medo de voar de avião, por ter sido tanta coisa em vão,  hoje peço perdão à poesia perdão por ter tido filhos e não ter sabido dar a eles meu sorriso quando foi preciso.. Hoje peço perdão por não ter sido nem soldado, nem bandido, nem coisa alguma que pudesse explicar qual objectivo de ficar olhando o mundo sem ver o seu motivo. Hoje peço perdão por não querer voltar, nem justificar minha estadia, eu só vim deixar meu corpo para servir aos vermes , peço perdão por me importar com os que ficam, com os que andam cegos em busca de um paraíso neste mundo de fúteis ideais como escravos  amestrados às suas conquistas inúteis e irreais. Hoje sei que um dia irei voltar, porque as vidas são cíclicas e as almas infinitas moléculas que se refazem e voltam sempre ao lugar de partida, só assim me é permitido sarar as minhas feridas!!!


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Hoje o dia amanheceu de tons escuros, ao longe os corvos cantam, enquanto as bruxas aproveitam o seu canto e dançam!!! Há almas perdidas nos ramos das árvores, elas vagueiam o seu luto chorando o nevoeiro que irrompe por entre a folhagem caída …. Elas vem receber um anjo que caiu das “alturas” , mas para um anjo errar é cair … Há pecados na terra , Deus vive desolado…E Eu !!! Vou pensar mais um pouco… Esse pouco é em ti… Esse pouco que vou pensar, será aí. Pensarei num beijo no sentir de lábios que não conheço… No salivar de um sonho… Vou pensar , que serei o único homem a bordo neste barco, por isso,  irei uivar nos mastros e abrir as brisas nas velas desta praia que há muito deixei repleta de grandes vagas onde cintilam as marés à espera que vaza as planícies do silencio…
Há seres que trazem o mar nos olhos, não pela cor, mas pela vastidão da sua alma…Trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos, ficam em nós para além do tempo, como se a maré nunca as levasse da praia onde nos fizeram felizes…Há pessoas que trazem o mar nos olhos não pela sua beleza mas pelo infinito modo como abarcam as nossas vidas ...O amor não é cego , mas tem falta de vista!!! Ele sacia a sua cede no avesso fazendo a terra estremecer, levando as árvores a sacudirem os ninhos de penas que envolvem o seu telhado…Há seres que trazem o mar nos olhos mas eu apenas estou a encontrar-me à medida que me perco e já houve um tempo que este me parecia infinito, agora há tempo em mim que parece finito e volúvel…esta relatividade aparenta-se a uma besta voraz onde as próprias circunstâncias perdem a convicção por isso não ouso escrever sobre a extensão do tempo! Há seres que trazem o mar nos olhos mas eu conheço os sentimentos de esferovite…Eles reflectem-se nos olhos de quem finge passear nos nossos sonhos. Basta-me essa dor para também eu sepultar as palavras nos vossos sonhos!

sábado, 26 de novembro de 2016

Hoje vi o cabelo ficar-me nas mãos esvoaçantes dos passos largos pela areia humilhada. vejo o pôr-do-sol. com os pés descalços que recolhem das algas segredos de uma onda seca, parada, inconsciente. Na mágoa de uma recordação, um simulo um beijo salgado, trocado ali mesmo, naquele pequeno  espaço, onde imagino palavras sussurradas  na esperança de um amor !! Mas apenas e simplesmente sinto as ondas de uma ternura regular, cuja espuma não reluz nem acende as velas da alma. Esta onda impaciente fere o corpo e repugna por presença. No seu olhar límpido permanece, porém, a imagem de um pseudo beijo ali mesmo simulado no vão de mais uma onda...O sol que se esconde eleva o mar violento que grita. A noite instala-se acompanhada de um frio de outono que amacia as lágrimas que sangram. As mãos desistem de querer voar!! Faço agora os passos  inversos, de costas para o mar aproveito o sopro de vida que vem do lado de lá da realidade. Os sentimentos parecem ter asas, solitários mas sempre fortalecidos, talvez seja essa a razão para termos um lugar reservado para as coisas mágicas. O coração!!

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Eis-me aqui debruçado sobre a muralha da vida construída sobre a minha alma em silêncio..Eis-me curvado pelo silêncio e pela fraqueza do meu ser, dependente do sentir! Eis-me vestido de lágrimas que me mascaram e lavam o olhar! Eis-me aqui sem eira imaginando um brilho límpido de feiticeira ...Eis-me repelindo o desejo que a cor do meu corpo quente me provoca. Hoje olho-me sem raiva para a incerteza e para o infinito incompreensível, por isso vivo em mim a essência que me eterniza...

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Hoje decidi falar e dar a minha visão sobre o silencio... O silêncio impõe-nos uma barreira entre o que somos e o mundo externo. O silêncio é o íntimo intransponível, em nós e pauta o nosso jeito de sermos. O silêncio é o fim, é o começo, é o momento único em que assumimos para nós e para o mundo quem somos e o que não somos. O silêncio não é o fim, mas pode ser a salvação para uma vida mais tranquila e mais digna, quando não queremos nos mostrar despidos para o que não vale  apena ou que não nos convém... Mas o silêncio pode ser,  quando um beijo interrompe as palavras. o silêncio pode  finalizar a nossa existência. O silêncio coloca um ponto final nas decepções da vida e nas tristezas que não tem soluções. O silêncio pode terminar em lágrimas escondidas, em pensamentos nunca revelados pode ser um talvez sim ou talvez não. Moral da historia o silêncio pode ser tão relativo quanto "ser ou não ser, eis a questão". O silêncio não é apenas o fim, mas pode ser também o começo... E pode não ser!

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Hoje peço-vos que me emprestem as vossas memórias! Esqueci das minhas, no virar da vida, entre o tempo do nada e num (quase) silêncio de quem outrora já fui. Digam-me , contem-me, acenda-me os olhos com a luz dos vossos e façam-me ter a consciência que arrisco escrever sobre a vossa presença... Poderia deixar aqui folhas reservadas para um nome em branco, mas acredito que a memória deve ser gravada com letras e olhares, digo-o porque a personagem criada por nossa imaginação, deve ser a atmosfera de um sonho descrito. Todos aqueles que pisam no chão, mas que voam até a altura das estrelas, tem lugar nos meus sonhos. É como se tivessem poderes de um anjo, e pudessem desaparecer assistindo a aurora próximos à janela das portas do céu... Descrever mais é exigir demais de minha capacidade de transformar meus gestos em palavras. Peço-vos que não desvalorizem as palavras, estas, não cabem na vastidão do mundo interior, perdem-se na agonia de não ser e acabam rompendo caminho pelos dedos, simplesmente por não saberem mais para onde ir...

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Hoje vou desfolhar a chuva, para soltar o perfume da terra que toquei para nada…Hoje vou criar novas palavras, aquelas que me faltaram no minuto em que talhei o sabor do sempre e para sempre!!! Hoje vou dar voz às minhas mãos, vou abrir os gomos do tempo, vou assaltar o mundo… Como é estranho vivermos neste doce engano de tudo sermos donos sem nada termos!!! À medida em que de dentro de mim vão cedendo as árvores e vão secando os ribeiros , eu vou compreendendo que nada possuo , é como se uma gritaria me invadisse sem que o silêncio se sobrepusesse …Olho-me de dentro para fora e de fora para dentro e entendo ser o homem que entendo ser não possuo mais do que o homem que habita em mim…Quando se retira o como , o quê, o porque e o quando e neles se mistura o mar e fogo , vivesse a demência , a alucinação como uma droga inócua e ao mesmo tempo forte, que me mostra que ada possuo, e nada mais posso apenas posso suportar o que possuo em meus sonhos , e os sonhos são a primeira forma de posse nesta vida…Hoje sei que os sonhos não partem de mim porque são anseios , desejos e estes fazem-me saber que sou mais que um sonho , sou a vontade de continuar a sonhar para sempre…

domingo, 20 de novembro de 2016

Hoje tenho as mãos trémulas , feridas de tanto escrever, numa escrita apressada, sentida, retida, onde as palavras se atropelam, onde o tudo que se quer dizer se disfarça por entre vírgulas e parágrafos mais ou menos previsíveis... Ou não...Mas na ansiedade desenfreada de conseguir desenhar castelos de papel em sonhos infinitos, esqueço o rumo dos sentidos e perco-me na irracionalidade medíocre de quem desconhece o rasto da verdade. Verdade Nua e crua!!!É essa verdade que procuro, que escondo de propósito e que arremesso contra o muro que me separa do mundo que queria alcançar. E vou vivendo das meias-mentiras que disfarçam sorrisos fáceis, do triste passar do tempo, do som sem cor...Sem luz...Mas vou morrendo aos poucos sem saber que a vida vive a meu lado, soltando gritos desesperados num vazio que ousei um dia construir e reter-me.... Tenho o olhar cansado de tantas imagens que o preenchem, imagens do ontem e do hoje que perseguem o meu dia atordoado, preso a tanta coisa que não me prende, infinitamente enclausurado numa memória de dias que já não vivo mais. ..Paro de escrever e escondo o olhar na escuridão de um silêncio que quero, hoje, mais do que tudo, escutar com alma..

sábado, 19 de novembro de 2016

Hoje a minha humilde vida são fragmentos que se espalham...Foram muitas as vezes que senti vontade de rasgar minha pele com as próprias mãos.Como se com isso minha dor mudasse o foco...Contudo; Aprendi que uma lágrima sincera nos alivia o coração...Aprendi que chorar, nem sempre é tão ruim assim...Aprendi que a saudade é algo que não podemos evitar...Aprendi que viver um sonho é bom...Mas que viver sonhando pode ser utópico.... Assim não posso mais deter-me, na verdade ninguém o pode!!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Sabem!!! Eu hoje sei que todos trazemos escondidos na alma, pontos obscuros , inconfessáveis , que o sorriso de ocasião tenta camuflar . Todos Vocês são como eu , carregam um sorriso numa lágrima e escondida bem no fundo da gargalhada uma vontade dissimulada de chorar . Fiquem sabendo que todos escondemos na nossa alma pedaços de fantasias mortas, bocados de sonhos jamais confessados esperanças mortas , vestidas de branco . É no olhar escondido brilhante que temos as lágrimas retidas de um pranto que não ousamos deixar correr … Nada nesta vida é preto ou branco nem sequer o cinza ou mistura das duas cores, cada pedaço da alma , encerra tormentos , tristezas e desamores. Temos um sorriso perpétuo tão perfeito e social que enterra no seio da alma os medos que carregamos as dores que não mudamos e toda esta bagagem de sentimentos que nos fazem na vida calar e deixar o silêncio falar ao coração com uma linguagem que não se expressa pois há emoções que não sabemos traduzir assim como as insónias não nos deixam dormir!!!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

  
Hoje sei e sinto que sou feito de metades , já que há uma metade de mim que desconheço e uma metade que ama, que chora, ri, e implora…Há uma parte de mim que nunca percebi porque, ama, deseja, cai e fraqueja!! Há uma parte de mim que não conheço, que vive, luta, suporta, ouve mas não escuta. Hoje s sou feito de duas metades, do racional, sensato de pés assentes no chão, dos pesos, das medidas, das regras, das imposições, do social, da cortesia, do conhecimento e também e isso lamento com alguma hipocrisia… Mas há outra metade de mim que é vida, sangue, fúria, animal, angustia, paixão, loucura, desejo ,chegada e partida!!! Eu sou Assim!! Espelho essas duas metades , numa sou feito de sonhos na realidade!!! Na outra sonhador e realista… Uma dialéctica de duas metades que se completam não sei qual delas impera em mim, se a que analisa, ou a que sonhou com os pés assentes na terra em busca de um sonho…Meu Deus se o meu Sorriso mostrasse o buraco da minha alma , muitas pessoas chorariam comigo!!!
 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Quero tanto que a recordação do amor se eternize nas imagens que em mim guardo que quase tenho medo de continuar a viver!!! A serio !!! Na vida há momentos de uma perfeição poética tão exagerada como a estrutura da ilusão, que nos sufocam o respirar e nos transportam para um estádio julgado inatingível de felicidade. Sonho acrescentar-lhes novos dias, sons posteriores, ou influências externas, que  implica estrangular, com a repetição aperfeiçoada do recordar, o que o passado nos permitiu viver e desfocar a imagem do que já foi real. Quero tanto recordar o amor,  indefinidamente,  que quase sinto a coragem para congelar o meu coração e a parte do cérebro que imprime as fotografias do olhar... Agora pergunto seria  a solução viável parar o decurso do meu próprio tempo, doá-lo ao imaginário que nunca vai existir e permitir que esse imaginário seja a eternidade possível? para ser sincero não sei!!! Hoje invade-me este medo de pisar o terreno estranho dos dias que ainda hão-de vir mas, enquanto a cobardia desse sentimento me impedir o abandono deste palco, vou continuar a legendar o incerto com as imagens que os meus olhos souberem construir, procurando agarrar este prazer que é o de conseguir eternizar em palavras a infinidade do meu infinito!
Hoje faço uma auto critica e à generalidade dos mortais, gastamos tempo reclamando e não agradecemos o que conquistamos...Será que não estaremos a esquecer da GRATIDÃO. Estamos nos tornando pessoas ingratas ao deixarmos passar despercebidos, sem emoção alguma, a manhã que nos é dada para a oportunidade de mais um dia; de sentir o cheiro de café logo cedinho; do pão quentinho ou; de ter um tecto para nos abrigar do mundo lá fora, do frio, das tempestades e do calor; de ter dinheiro suficiente para comprar comida, pagar as despesas e ainda ter um extra para algum lazer. Estamos esquecendo de agradecer o pôr-do-sol, o céu com suas estampas variadas, os prazeres que sentimos ao sermos abraçados, protegidos e amados. Estamos esquecendo de agradecer pelas oportunidades que nos são dadas, pelos sonhos realizados, pelas conquistas grandes ou pequenas. Estamos esquecendo dos sentimentos trocados, das confidências e dos desabafos, que confidenciamos aos amigos ou para os amores vividos. Estamos esquecendo da gratidão que é a saúde, a prontidão, o bem querer alguém, o bem-estar. São tantas gratidões que não percebemos...Que a Ternura nasce em nós aos cachos apenas temos de os saber colher!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Hoje preciso estar sozinho e isto é, muitas vezes, querer abandonar-me. Quando estou só não posso desistir de mim mesmo, quando ninguém mais acredita, quando ninguém mais está ao meu lado, quando descubro que, inevitavelmente, não cabia nas pessoas que mais amava... Não cabia nas palavras nem estas cabiam jamais em mim...Assumir quando se é doce, e não permitir ser dominado pela amargura meio amargo só chocolate!!!! Os valores estão cada vez mais invertidos, é bonito ser falso, ser amargo, ignorar as pessoas e estar cada vez mais indiferente e mais frio a tudo. O amor virou memorias, inspiradoras, como nas novelas, é bonito ser puro e amar assim. A solidão só é venenosa quando administrada em doses altas, poucas doses de solidão são vitaminas - força, conhecimento e lealdade. Pode-me até doer eu sei que não permito ser decifrado, não é orgulho, presunção, nem jogo e muito menos necessidade de aparecer ..É apenas o sentimento de não querer ser decifrado fora da hora, de não querer me sentir invadido. É difícil explicar isso para quem não tem o ouvido para escutar ou olhos para ler... Quero ser invadido docemente, por alguém sem esperar, alguém que rasgue com talos de rosas, corte com pétalas e abrace com asas ...Isso é conquistar, isso é entrar e decifrar.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Hoje o mundo, está prestes a ruir e eu apenas penso em descrever cada tijolo que vejo cair da forma mais bela. Sim sou imperfeito e são estes gestos delicados que me dilaceram a alma e me completam. Lentamente, como bolhas de sabão a subir aos céus, vou tecendo o tapete da minha vida. O resto é ruído. Dentro de mim repousa outra vida, e esta é a minha verdade, e a prova de ter existido num outro tempo ...Vivo a vida ausente, na lacuna das letras mortas, vencidas pelo presente triste ... Sou a sombra do futuro e o fantasma da vida que deveria viver!!! Hoje aqui sou a ausência , deserto de uma alma, esquecida numa escrita fértil onde as letras são sonhos ...Mas !!! a Minha memória furta-me do presente e vivo ausente , olho-me no reflexo do mar ao luar e pareço nocturno e imperfeito..Meu Deus!!! Ergo as mãos ao céu e suplico-lhe a voz da água que não soa nas pedras do meu riacho , peço-lhe que me olhe de novo porque esta noite olhei-me e não me vi....O mar veio e destruiu os castelos de areia que fez com os meus sonhos inacabados...

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Hoje sinto a minha boca oceânica, onde espalho um mar sem pressa, sou um peixe a navegar junto ao cais, escondo-me das pequenas embarcações que se aproximam, elas trazem as verdades dos homens inscritas nas velas…Eu já as sei de cor!!! Rego as minhas margens improvisadas como se fossem de papel...Escrevo na praia a solidão dos búzios, projecto o sol no seu deitar, nas minhas águas, vestidas de conchas gaivotas, oiço mais um barco a passar nestas águas de verdades navegáveis…Amo cada gesto que me deixam no horizonte, amo as lágrimas que ver-to sobre este mar que transpira em cada poro meu de saudade a ternura que os meus olhos deixaram na aurora de outro dia!

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Hoje uma voz sentou-se na minha  porta, cantou para mim a noite toda, nua, doce, amarga, essa voz, que emergiu da lua…Acabei a olhar para uma estrela, suspirei pelo vento, para que me desvia-se a  nuvem triste que me enchia de nada !!! A lua ergueu as suas mãos num suspiro imperfeito de clarão  íntimo, mas!!! O sol quente nesta noite fria repeliu-a da muralha da minha vida, talvez por isso,  os meus versos excedam a voz e o canto, são ausências escritas que eu grito na minha fome, quando a minha lua canta Sede! Eu sei que estou num País que nem sempre vê a lua,  o que não vejo doí-me, deixo a porta aberta, olho céu, agradeço a pequena brisa que a noite me devolve neste meu berço perdido!!! Mas!!! A água fica parada… A lua não a vejo…As ruas ficam escuras…Quem ilumina esta rua? Cheira-me a canela e maçã, já é outono é verdade!!!Não sei porque mas hoje deu-me para fechar este sentimento com uma poesia do paladar…

sábado, 5 de novembro de 2016

Hoje digo-vos que o amor transformou-se noutra coisa com o mesmo nome…Amor hoje é uma ternura simples, quase dolorosa, de muitos silêncios em todas as horas do dia e um poema que se dissolve dentro de mim e que, devagar, sem rosto, desaparece. Por vezes, ousamos pensar porque temos cérebro, ousamos caminhar porque temos força ,ousamos ouvir porque somos bons ouvintes , ousamos Amar porque sentimos , ousamos ser Livres porque não conseguimos estar presos.. ousamos escrever porque os dedos não se calam, ousamos ver porque nossos olhos são curiosos, ousamos ser românticos porque o amor nos corre nas veias, ousamos ser discretos porque não sabemos ser secretos… Muitos dizem que quando um sonho se realiza é um fim de um caminho . Mas não posso concordar depois de ousar dizer o que disse… Moral da historia escrevo pagina em muitos espelhos e o sonho é um inicio sem fim .

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Muitas vezes sinto a vida presa apenas por cordas, mas nem todas me seguram e as que não me seguram são de entrelinhas  talhadas pelo tempo que ganham  e perdem sentido...As minhas palavras  são agora emaranhados vagos perdidos em  linhas numa emoção de retalhos...Sou um  fragmentado, que flui do íntimo sem amarras sem som definido ... Esta é a visão que tenho de mim, como um cego tacteando Braille, tentando decifrar os enigmas de uma vida que me expele... E quanto mais eu busco achar o que penso, mais eu penso em não achar o que busco...Muito estranha esta percepção rara de que nem tudo é mais o que almejo, dúvida certa de que nada é melhor que um beijo, que una os lábios sedentos de tanto desejo...Percorro a alma ardente de uma espécie de fôlego sem ar, quando o resto de tudo é pequeno demais para tentar desatar as cordas das entrelinhas que ousam me revelar...

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Hoje acordei a meio da noite e disse :sou apenas uma "estrela" distante, de luzes fulgurantes de um sonho que aconchego no esconderijo da alma. Sou pedaços de brisa que se encontram nas noites adormecidas e me acordam a mente em direcção ao suspiro das palavras. Hoje nascem poemas como cascatas de desejos que fluem desalinhados no tempo, palavras desamparadas, almejando o encontro dos corpos. Hoje peço , habita-me, mas!!! não me violentes no meu futuro! dá cor á história que eu canto ao vento, no desalinho dos ecos que me orientam os passos rumo ao jardim da memória...

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Hoje a tarde amanheceu na ausência continuada do vosso olhar, como se os ramos e as flores não pudessem coexistir na mesma árvore!!! Hoje as asas das aves moveram-se, mas elas continuam imóveis...Hoje depois de um brilho do sol, as nuvens desfizeram-se em cinzas...As lágrimas romperam gota a gota resvalando pelo vidro da moldura do meu olhar...O vento esse corta as persianas da memoria como se estas fossem feitas de papel...Hoje já não havia esperança, nem um lugar paralelo onde ela se aninhasse...apenas o deserto pleno de um vazio que me estrangula, como uma serpente que se enrola na vítima até ao sufoco... Esta tarde sabem, podemos inventar um sonho, tracejar uma vida...Podemos desenhar um rosto, procurar dar-lhe vida... Podemos repetir, pensar debater até à exaustão mas a única conclusão que chego é que , é a dor que nos faz fortes e nos leva a cometer as maiores barbaridades como aquela Mãe cometeu em Caxias…Amar um filho não é fazê-lo contar os anos é sim fazer com que os anos contem!

domingo, 30 de outubro de 2016

Hoje confesse-vos,  que um dia num rodopio de um choro convulso e aflito cheguei a pensar suspender a minha  existência. Segui no compasso seguinte do silêncio pontiagudo que se estreitou entre mim e a vida, fui distorcendo palavras de uma mágoa qualquer!!!. Imaginei apenas o meu olhar vazio e triste, ávido de  cabelo em cascata a cair-te pelos olhos claros, o desalento dos meus  passos e uma mão repetidamente nervosa a cair-me no colo em cada soluçar reticente dos amigos agora esvoaçantes. Desembaciei a distância na tentativa de a encurtar e esperei tranquilo pela tua desilusão. Cheguei num pequeno abraço e, sem darem por isso, a despedir-me dos que mais amava....senti-me uma criança abandonada num súbito naufrágio de pessoas sem cor!!! De repente a minha manhã vestiu-se de um breu inóspito, próprio de uma noite sem lua e fiquei perdido no labirinto do meu coração. Compreendem?? o que sinto cada vez que uma lágrima ousa me espreitar!!! Eu pelo menos sei compreender-me e percebo o que sinto  quando a sublime escuridão me extasia os sentidos... Vive agora em mim esta angustiante vontade de voar para um  espaço aberto e conferir a esperança que hoje me desampara por um qualquer motivo que o destino ditou. Queria ser a brisa na palma de uma mão, para que não sentissem necessidade de cerrar os punhos numa revolta que não é caminho. Queria continuar a sonhar, como tantas vezes soube fazer,  "dançar" com a vida neste rodopio distorcido que ela nos impele. Queria roubar-vos um sorriso para que com ele conseguisse apagar esse amor ancestral que guardo ainda em mim. No entanto, continuo suspenso perante a inevitabilidade de uma lágrima, perante a impotência me agasalhar o coração numa redoma de amor. A minha noite antecipada congela-me os músculos e questiona cruelmente esta existência que no meu pensamento e em lágrimas que me vou dando vida...

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Hoje o que escrevo fica em livro de sentimentos nos quais por mais que escreva e leia me revejo...Sempre... Revejo-me em cores diferentes todos os dias, revejo-me em muitas curiosidades que quero conhecer... Esta Página de vida  tão completa tão "perdida"... Debita de mim pedaços, metades  que partilho ao escrever, mas!! Desconheço-me mas aceito ter de absorver…Vou desfolhando palavras nesta folha tão marcada tão delicadamente lida, passo a próxima página sem ler no verso…Sinto-te passar por mim sem eu ter armas para te resgatar , vou quebrando sem  reacção, sinto me distante sem conseguir acordar…O livro gasta-se nas letras já lidas vezes sem conta que em mim não desaparecem!!! Vão desaparecendo…Tudo serve para compor rimas nas nossas vidas , tudo ressoa a Eco , tudo soa a amor de mentira , tudo soa a amor de rua, numa pessoa de sentimentos nua.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Hoje há uma linha quase invisível a separar o céu da terra. É feita de sonhos,  separa a luz da terra e a escuridão do céu...Separa sentimentos de amor, mais uns quantos de vontade outros tantos de coragem que respeitosamente sustêm o horizonte que desenho a pulso. Sabem! Há tanto que persigo a verdade e hoje de “alguém”,  só queria uma mentira...Hoje agarrei-me a um sonho a uma memória pois quando  escrevo, ainda sinto uma mão na minha, a tentar desfazer este maldito “sentimento”…. Agora que o dia já quase passou, quero que saibas, que passou por nós de mãos dadas...Quando te penso desejo sempre ter mais vidas…Terminar uma agradecendo a próxima , iniciando uma agradecendo a ultima! Quando te penso sinto um rio de gratidão a circular-me pelas veias …E meu Deus quantas vidas precisaria eu para te sussurrar apenas esta? Fica apenas sabendo que o teu nome é uma simples poesia que com os meus lábios no ar vou desenhando enquanto o próprio ar me grita que uma vida só não chega…Quando te penso!!! Obrigado pois estejas onde estiveres sei que me virás ler!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

 Sabem meus amigos,  um dia chega o momento que  descobrimos que as coisas já não cabem  perfeitamente nos mesmos lugares ,  o motivo disso é muito discutível …Há quem ache que os espaços estão maiores; há quem veja que os espaços estão menores, mais estreitos! Não há nada mais para saber além de que  é preciso caminhar, é preciso caber perfeitamente, é preciso  encontrar onde nunca houve um encontro, é preciso fazer com que seja novo mas da maneira mais natural possível … que seja novo com meu corpo, minha alma e tudo em mim reconhecendo que não há nada sendo repetido. Novo, no sentido pleno da palavra, mais puro. Não podemos ter medo de dores se a felicidade quando vem funciona exactamente como um bálsamo, deliciosamente cicatrizante, suavemente confortante, apagando aquilo que outrora parecia não ter fim e nem cura…. A felicidade, meus caros, só é sentida plenamente quando se pode agir com tudo que se pode, quando temos espaço para firmar nossas  bases e desfazer o que antes era visto como irreversível, o avesso da dor! Não há nada mais comum, difícil é nos posicionarmos,  não  acomodar e sentenciarmos acerca de algo porque tudo lá fora parece  perfeito com  beleza,  harmonia,  empatia mas o amor não  cabe em qualquer olhar, é um enorme processo de reconhecimento. A minha dor me inspira e me faz contar para mim o que eu não quero me dizer, mas meus caros , espero que não estejam à espera de uma definição de amor, isso,  eu não sou capaz de fazer…

domingo, 23 de outubro de 2016

Hoje em dia eu cultivo a palavra, a mensagem, de todos os que me trouxeram até este lugar onde fiquei inerte. Sou o mensageiro, aquele que fala em nome de outros e em nome dos seus silêncios, sou aquele que pronuncia o que lhe foi dito, que escreve o que já foi sentido e ainda é... Mas meus caros nada sou mais que uma folha de papel, pedaço em branco sem existência que apenas carrega a cor da tinta que alguém em mim imprimiu. Sou o silêncio, porque não falo com a minha voz, sou o anjo porque não sou salvador, apenas protector, apenas o que fala em nome de outro!!! Este não é o meu caminho, mas o trilho que percorro, algures no tempo alguém me instigou pelo objectivo de atingir o meu… O meu lugar! A minha eternidade. Estes não são destinos, são momentos que em vão percorro, e enquanto o faço arrasto aqueles que me escutam, que me seguem, que me lêem. Das palavras faço os sentidos que se propagam por tantos destinos, por tantas almas que, como a minha, são gotas de luz … Não temo a noite porque ela dá as estrelas que me hão-de conduzir ao destino, não temo a luz porque ela é a porta, não nego em falar sobre as imagens que guardo em meu coração! Se carrego alguma dor ela provem do inicio e não do fim das palavras…

sábado, 22 de outubro de 2016

Não é à toa que digo que a alma é erótica. Não pensem que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo...São as palavras que me beijam, serenas, a face dos sonhos por isso deixo-me envolver no mar de sensações que brotam de cada brilho de estrela e não procuro uma margem. ..Nem tão pouco, morrer na asfixia dos sentidos para saber que sou gente! Tudo que sou, não largo nem mesmo no escuro...

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

 Hoje é como se  precisasse  de beber toda a chuva, para acender uma claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços, para acordar o fogo que deixei  adormecer em mim...Os sonhos enchem os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma nuvem, na extremidade do que morre nasce outro  que a dispersa por isso preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar , que metade lhe daria?  Sou saudade, do que já foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar. Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Hoje de "ti "apenas queria as coisas que não tenho...O que me falta e não consigo chegar! Hoje queria o segredo dos que dormem numa paz "inexistente" . Queria o sonho dos que ousam acordados pintar numa hora que seja um minuto de sonho que vingue ou que valha ...Queria o sonho, de ti queria um sonho! Queria o sonho em detrimento dum sono vazio cansado de tantas realidades  que me dissesses ao ouvido  bem baixinho a que cheira um sonho ou a que sabe... Esta ilusão que nos faz perceber o pouco importantes são os enredos da vida, lê-me como se fosse a minha voz a faca que corta o abandono, nada mais tenho do que este canto... Sou infinito como todos, um dia deixarei de sentir o peso nas pernas e apenas serei terra que acama as raízes de uma árvore, serei a primeira folha dessa árvore e a primeira folha dela a cair também... Hoje segredo-vos apenas que a "morte" nas palavras não existe, serei sempre no horizonte infinitamente um novo inicio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Há sons que teimam em soltar-se das brumas solitárias do tempo... Ousam voar alto sobre jardins de estrelas e nesse bailado de asas perfumadas soltam gritos mudos que ecoam no vazio , materializam -se palavras deixando simplesmente fragmentos de alma espalhados pelo silêncio ferido!!! É inquietante esse silêncio que habita na solidão dos instantes ... São pedaços de tempo onde o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos, quebrar mesmo que não queiramos. Soltam-se palavras inquietas que sonham voar , mas há vazios que se impõem, abraçam-nos num caminho sossegado de prudência! Gosto dessa inquietude desse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade dos sonhos nas horas surdas do dia...


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Hoje assisto ao erguer da tristeza como a pior das bandeiras, arrasto-a pelo meio do caos deste Outono com cheiro a medo, é sangue o que corre nas mãos, dos homens que semeiam vazios, nos coração das flores...Ando cansado do tempo, deste tempo que passa sem nada que em nós viva.... Uma e outra vez grito para dentro a mesma pergunta e nos vagos intervalos desta chuva vermelha, oiço como a resposta sangra nas ruas... Afinal do que temos medo? Do grito deste vazio... Que sangra? Ou do Amor que deixamos cair das mãos? E não digam que o amor nada salva ! Pois se juntarem o vosso ao meu derrubamos o medo regamos as flores....Salvamos as flores...Parece fácil por aqui a lua vive no coração das nuvens! continuemos a sonhar...

Hoje passeei-me por onde há muitos séculos ninguém ousa passar, sentei-me, parei onde há muito, ninguém descansa,  sorri onde a imortalidade há muito não me deixa chorar. Ai  fui, Rei, Pastor, Escritor, Sonho e Homem. perdi a alma, onde há muito tempo outros também a perderam....Sigo a estrada onde o caminho continuou mas eu parei. Parei e encontrei-me sentado, onde também há muito tempo ninguém descansava. Perdi a alma. Sim, perdi-a onde há muito, outros também a perderam. Porém. Sinto como ninguém a sensibilidade das mulheres umas, actrizes outras, feiticeiras, rainhas, escravas. Escravas de uma imortalidade que as deixa sentir e ver aquilo que há muito tempo ninguém vê,. Elas escutam elas vêem,  sentem. sofrem. sonham, acordam, morrem e outras são apenas imortais. Procuro é verdade  onde há muito ninguém procura. Mulher, mãe, rainha de um sítio onde há muito ninguém reina. Vejo-me parado a brilhar num palco onde ninguém  aplaude. Sim, choro. sorriu. mas agora, sentado onde há muito ninguém pára... Enfeitiça-me num milhar de homens, escolhe-me, desafia-me a conhecer os recantos do inconcebível. Dá-me o teu cheiro o teu sabor mesmo que estejam fora dos teus limites de doação...Pois!!! Eu  continuou na eternidade, onde fui rei; governei; fui pastor, cuidei;  fui escritor, sonhei... Hoje sou homem, escravo da minha existência, da minha imortalidade. E digo-o porque o silêncio é sempre imortal ...

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Hoje escrevo sem ter para quem, sem um endereço sem destinatário, lanço-me no vazio dos meus braços e  caio desamparado. Hoje trocava as palavras por um olhar, a razão por sentimentos, a amargura no olhar por uma réstia de esperança, por um motivo para sonhar. Hoje trocava um texto meu pelo prazer de uma companhia.. Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca!! O amor é isto, uma síntese de palavras cortadas pelo tempo...

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Hoje fechem a janela e acendam uma luz para mim , o meu caminho é escuro e não há um verso que me encontre. Deixem a chuva lavar essa luz para que meus olhos abram nessa solidão vertida na folha. Para acreditar-mos num trovão basta ver a chuva , ensinem-me a pregar aos deuses pois eu apenas sei falar ao vento das estações, acendam essa luz para mim para que ela faça mover corações de pedra , eu, já estou repleto de ausências por isso dou por mim a desejar um rasto de uma estrela cadente para segurar na minha mão o brilho das águas de uma lagoa que amam sem molhar a ponta dos dedos...Tenho dias assim que penso coisas estúpidas , projecto metáforas que não me calam os gritos, nem beijam os medos, na verdade o que mais me assusta é eu apenas ser um aprendiz, e quando vejo a noite cair-me na algibeira com as estrelas limito-me a costurar memorias na boca que derrama um beijo na franja da lua prateada !!!
Hoje acordei compondo sentidos a descoberto, numa utopia despida de valores.Costuro os retalhos dos amores interrompidos, moldo e amasso a argila desta vida , dando-lhe forma e corpo, faço-a viver de imaginações  sonâmbulas, amontoando cacos de uma vida... Sopro-lhe com a alma cravada de desalento, arranco ervas daninhas presas ao ventre que gritou amores sem respostas. Cultivo cantos, rego a semente encharcada de dúvidas, recomponho todos os ontens no hoje,  escrevo pedaços de mim mas!!! Confesso já faz tempo que vivo um triângulo amoroso, sim é verdade!!! Daqueles triângulos que se estreitam , que alargam o olhar , ao tamanho da alma e agitam sonhos!!!Vivemos assim nós os três  coração; Livros; e teclado ....

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Hoje sei que estamos distantes em  pensamento…No caminhar… Em tudo menos nos sonhos... Foi o que nos impusemos viver, lutar sem tréguas é um caminho em que nem todos ousam seguir!! Numa loucura nunca antes vivida, numa loucura nunca antes sentida  aqui estamos  ocultamente ocultos !!! Este é o meu lugar este é o meu ponto de  estrada que nos separa sem futuro, sem sorrisos. Aqui hoje agarro-me aos pensamentos e aos momentos em que  que tantas vezes me chamaram amor! A felicidade é uma palavras tão "estranha" que nos entranham na alma e no coração e a perdemos por entre os dedos de uma mão entreaberta . Quem tão breve assim escreve , mais rápido escreve num breve desabafo de uma escrita mais que transcrita…hoje apenas é mais um dia especial que nuas breves palavras de tristeza resumo… Não há Poemas de inverno em que não chova, em que não caiam nevoeiros a entorpecer os corpos. Hoje não é inverno ainda… E nem por isso me pediram um poema ! Não me encontro em nenhum lugar, construo castelos neste mar vazio onde perdi a minha catedral…


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Eu vejo o que são os outros! Nunca sou apenas eu, nem as palavras serão sempre e só minhas, porque nem eu possuo assim tanto mar nem tanta terra, palavras são apenas a minha vida que ainda percorro, para que não coloque os outros onde não querem estar mas ainda assim partilho o que escrevo. Escrever é algo que se deve fazer de forma totalmente desprovida de egoísmo, permitindo que quem nos fornece o sumo, seja realmente o protagonista, e que o que não sabem ou não conseguem dizer, seja dito por mim, da forma certa…Através dos meus olhos entendo do que padecem, que lágrimas choram e quão abertos são os sorrisos. Já estive em algumas histórias, já experimentei momentos muitos iguais e outros absurdamente diferentes, mas mesmo que em corpos e almas distintas, mesmo com corações que batem em ritmos diferentes, consigo ver para além do que vêem os outros e sabe-me, na maioria das vezes, muito bem. Já te vi a ti, a ti, e a ti também, por diversas vezes e soube o que dizer de cada vez que o fiz, porque pelos meus olhos passam sentimentos que todos deixamos escapar, e eu consigo sentir! Viver meus amigos por muito que tenhamos que subir estradas íngremes é uma dádiva mas fatal…Moral da historia ninguém sai vivo daqui  vamos com calma, essa  é a razão para me fazer  caminhante em busca de estradas onde sou uma matriz do sonho…Se quiserem sigam por mim!!
Hoje escrevo o que sinto para matar a febre de sentir ….Hoje vejo e revivo todo mal que ousaram conceder-me …Hoje vejo o quanto sou indiferente para muitos nem  o meu rosto já inquieta. Hoje sobrevivo na arte de escrever, e esta é exactamente viver fingindo ser poeta…Para pensar em "alguém", me basta o próprio amor que sinto, não preciso que me façam mais mal!!! Já chegaram a mim como um enigma do meu instinto. Desapareceram...Como uma trovoada que apenas se reflecte no horizonte…Esse lugar ficou vazio, hoje é um deserto de saudades onde os meus sonhos viajam sem rumo, tristes no profundo universo,  sem forma e sem nome, desenharam no meu silêncio… De noite ainda desenho esse corpo que me enlaça, esse rosto, nos meus pensamentos…È verdade,  a existência nesse espaço evito…Ele me consome, me devora e eu só conheço o que não vejo…é nesse abismo que moldo o meu sonho e me recomponho, decompondo-me….

domingo, 9 de outubro de 2016

Hoje senti e perdi-me nas palavras em paginas que entretanto desfolhei, depois de escrever o meu ultimo suspiro... As palavras não me levaram, mas perdi-me e não me acho embora nunca destrua palavras que me dão vida e me fazem recordar aromas da vida sentida... Solto-as e elas saem-me desordenadas sem fio condutor!!! fecho os olhos para harmonizar o seu sentido que não o esqueço ou se o faço é apenas pelo prazer de as voltar a arrumar!!! Escrevo-as e sonho-as como letras perdidas em dia de vendaval na praia que desenho , misturo odores , sabores, calores ...Caio em fracasso , encerro desejos e chovo em silêncio transbordando pingos incessantes de poesia em reticências!! Solto palavras ao vento como aves de asas abertas sem destino, pulsam canções em tons de gemidos selando as feridas entreabertas... Perdido sim é assim que vivo sorrindo da sepultura untando a morte com versos...Quem escreve é assim sofre três vezes mais!! A primeira quando sente, a segunda quando escreve e a terceira quando alguém subscreve o que sente...
Hoje vejo uma sombra na nocturna escuridão, entre vozes que não conheço. Vozes ásperas subidas do chão no rude timbre de uma pedra fria, as vozes cercam-me de dor e gritam-me passados que não quero escutar... Fujo veloz desse gélido rumor, perco-me antes de me encontrar... Falam de dores que são minhas, estas pedras do chão... Elas jamais deixarão de gritar o que eu me recuso a sentir , são lápides do desassossego que caminham e silenciam-me .

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Hoje foi no silêncio do meu corpo, que me transformei numa ave que sobrevoou sobre a pele nua da planície onde pouso os meus sentidos, dos desejos que ousei sonhar em segredo, dos momentos que não ouso revelar. Fico imóvel sobre a vida que prostituo, vejo-me neste ritmo de seda, escorregar-me pelos contornos dos labirintos empíricos da vida… Perco-me em pedaços como se fosse fluído derramado de um corpo, é assim que te sinto, neste resvalo morno, de corpo no corpo. Hoje o tempo é tão infinito como a eternidade, em mim vive a pressa da realidade, vou desaguando aquilo que é intenso, olho a minha nudez e esta, abraça a minha timidez…Juntos nos fundimos num só momento de prazer. Quero escutar no meu ouvido um som verdadeiro, não um som de gemido!!! Quero um intenso abraço, que se entregue em meu corpo, quero tomar-me neste labirinto na luz que me guia…Quero desaguar este oceano, vesti-lo na minha vida como o poço da eternidade.
Persigo uma voz, uma luz na noite que se apaga que no silêncio se esvai em suspiros de cansaço!! Venho à rua e estas estão desertas respiram ausência e nos gritos que escuto ao longe reproduzem olhares vazios em ecos de dor ...Escuto uma voz soprada ao vento que a brisa marítima trás de uma concha que se fecha. Queria parar o tempo neste mundo de palavras e sons por definir e nele abrir essa concha arrastada pelas aguas da angustia mas!! tudo o que sou é inútil e traduz-se numa espera do sonho em tons de demora!!! Sinto-me tão frágil ao anoitecer ao relento na margem do meu coração! Em alguns momentos sinto o medo do escuro, o arrepio do incerto, mas preparo-me para o abismo que me servem a frio, ao procurar em todas as esquinas a voz que escuto...As minhas mãos estão vazias, nada me pertence, a vida é apenas uma dialéctica de luz e de sombras e a minha reduz-se inteiramente ao silêncio...

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Poderia dizer-vos, eu sei, que nunca é tarde!!! E que reflexo teria? Poderia pintar em mim cores de esperança, mas!! Quem me diz que não iriam repintá-las, retocando as cores que não disponho!! Poderia abrir a porta da alma, e mostrar-vos a tentação pelo abismo dos sentidos e dos sentimentos, e isso convidaria a reviver as emoções, abriria em mim um sorriso, ou, criminosamente, traçaria um novo rasto de sangue nas minhas cicatrizes!!! Talvez pudesse escrever-vos o mais belo poema e nele divulgar as virtudes da entrega, para ultrapassar medos e receios. Mas!! Quem me diz que não iria estrangular ainda mais os teus silêncios... Por me sentir suspenso, encosto-me para trás mesmo sem deixar de olhar o mais fundo imaginado sorriso, deixo que uma ruga de tristeza no olhar me diga que, de facto, talvez seja demasiado tarde. Como se a utopia, de repente, se desfizesse nos pedaços de vida que não conseguimos colar... Como se todas as nuvens, ficassem definitivamente negras. … e não mais fosse possível construir um baloiço na ponta de uma estrela! Enquanto a alma não souber dizer palavra alguma, a noite nunca será total... haverá sempre uma janela iluminada, uns olhos abertos, uma boca rasgada umas mãos abertas na procura do nada. O silêncio deixa de o ser pelo desespero do beijo que ficou por dar, pelo lençol esquecido nas bordas de uma cama fria onde um nome deixou de repousar....

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Hoje escuto os silêncios conto as horas, o passar dos dias ...leio o tempo e ás vezes fujo, corro de mim!! Mas o mundo não muda ...Eu contínuo aqui, a tentar parar o tempo de tantos momentos sonhos, planos, fantasia promessas , algumas vividas que o tempo levou ...O mundo não mudou os momentos apenas adormeceram nas palavras que se calaram !!! Perderam-se os segredos mas que mude o destino... Por um minuto que seja , nem que seja num jogo de faz de conta ... Por enquanto apenas sinto ilhas de encanto nas rugas provocadas pelo abandono do tempo, que não me souberam eternizar!!! Espalho estas palavras no chão, amontoado de sentidos desconexos , labirintos de emoções que junto em mundos proibidos!!! Que Ousadia esta minha! tentar descontinuar um enigma absorvendo o segredo do ser e assim permanecer...

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Ontem nem o sol vi durante o dia,  por isso hoje amanheci na minha praia e a Brisa fria baloiçou suspensa no jardim da minha memoria , há uma magia que perfuma o horizonte que vou despindo em tom de pétalas de saudade a flutuar no embaraço das lembranças . A minha ternura vive na paisagem de um olhar inquieto onde repousam os sentidos fatigados ... Deixo o dia crescer até ao seu fim para que possa acariciar as estrelas numa noite em que a solidão espreita a sombra de um murmúrio ausente no luar sem sorriso de uma presença sonhada! O sopro deste mar que banha esta vida agita as minhas cortinas que baloiçam no bailado do brilho do sol, o dia nasceu é verdade e aqui não está ninguém ...apenas suspiro só!!! Foi apenas um sonho...De qualquer forma quando abraço a almofada sinto a sensualidade de um anjo nos lençóis, este fragmento da alma será apenas um puzzle secreto que só uma noite sonhadora unirá na perfeição....Hoje se houvesse degraus para o céu, eu teria subido ao sol que te reflecte em mim…

sábado, 1 de outubro de 2016

Hoje vou-vos pedir o favor de, não me analisem , não fiquem procurando cada ponto fraco meu , pois também os tenho infelizmente… Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu! Apaixonado exigente, carente , cheio de marcas que a vida deixou!!! Vejam em cada exigência minha, um grito de carência um pedido de amor! Ele em mim é síntese, uma integração de dados descompactados … não há que tirar nem pôr! Não, não me cortem em pedaços ninguém abraçara um pedaço, deixem que as minhas palavras soprem por ai, roubando silêncios eu já sei o que sou e embora as ciências medicas designem de palpitações, eu sou muito mais simplista …Sabem, quando sentimos o coração em todo o corpo menos no lugar dele? Bem!!! É exactamente isso que há muito sinto…

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Hoje declino os traços no rosto, traços de pensamentos, abarcados à saudade. Hoje vejo pelo olhar baço, de um quadro com tons verdejantes e reste-as de tempos passados!! Hoje esqueço as vozes que se perderam, e , os verbos por conjugar no cansaço que quem amou e chorou. Já vivi de abraços desabitados, de lamentos diluídos…Já embriaguei o âmago da minha existência…Já escutei o meu canto num peito naufragado em caminhos divergentes…Já amei por toda a eternidade !!! Já agarrei o Mundo entre os dedos da mão e gritei-lhe bem alto a dor da desilusão …Já pintei o olhar como se fosse um arco-íris... Já fugi da guerra da fome, das amarguras da vida …já mergulhei no abismo entre passos incertos , já pedi a pedaços de gente um mero instante , já escondi a dor e dilacerei-a com o punhal da vida …Já sonhei, já brotei em corações desgastados as velas que ardem pelos espaços vazios … Já presenciei astros em campo nu mas hoje apenas recordo como o mar se moveu em mim…

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Hoje oiçam o silêncio abram os braços, enlacem-me em vossos segredos!! Mas não, não se exponham nem ao vento que os meus suspiros são só meus ...Podem até falar com os "vossos", estes suspiros que o meu coração beijou no silêncio de um  abraço ...Abraçar esta imensidão de nada é um momento um ritual de união que me cingiu a este corpo vazio que transporto .. Posso até pairar de asas entreabertas, num voo divino almejando o vácuo dos sentidos, mas não me tentem ler nesta infinidade de palavras que se cruzam nos caminhos do olhar que não provoco....Podem sim até tentar entender os mistérios que este olhar vazio brota, mas apenas em palavras que escondam o meu nome, o meu perfume a minha alma os meus segredos, a minha magia que me faz levitar em oásis de sonhos e ternura. estas palavras tem um som que se esvai , quase indefinido e imperceptível assim como as suaves pétalas do arco íris que exalta poemas de sol e iluminam a escuridão da espera... Toca nas minhas mãos e no céu, desenha a eternidade que a melodia sussurra num coração como o meu!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Hoje sonhei e dobrei-me sobre o teu corpo, passei os dedos por uma pequena fresta da tua pele, senti o teu arrepio quente e escutei as palavras que nunca disseste... Lentamente, como quem atravessa uma fronteira em clandestinidade, toquei-te com as minhas mãos, fiz renascer em ti a palavra não pronunciada, invoquei o desejo aos céus, entre pensamentos disformes, apertei-te contra o meu corpo, percorri-te como quem redescobre a vida... Mas !! és uma pertença sem nome... olho-te como se os teus olhos escuros fossem o espelho dos meus... Escrevo milhares de melodias entre os tempos...Avolumo o prazer, o desejo que sem ti me faz afundar, como um conquistador ou naufrago...Quando desdobro as tuas palavras, como telas envelhecidas, reinvento-me em simples gestos , olho no espelho a tua imagem e sobre ela deixo cair por uns momentos, a magia do amor...que em mim ancorou sem duração nem historia...Se querias saber o que sentiria se a tua sensualidade não me turvasse os sentidos e a razão...Apenas te direi que jamais seria o Mesmo!!…

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Hoje, sempre que mexo nas teclas vou tentando escrever sob essas linhas vazias, perco-me. São muitas coisas que guardo no pensamento e querem sair, só que fico congestionado com tanta coisa querendo sair ao mesmo tempo. E no final não acaba saindo nada! Já não saem mais textos, apenas curtas frases que me vêem em momentos que estou distante de mim, vagando nos meus pensamentos.Busco, uma forma de esvaziar emoções,sentimentos, mas as palavras fogem de mim! talvez seja feito para sentir ao invés de explicar

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Hoje amasso os meus lábios, escrevendo rascunhos no escuro que me fazem deslizar nas palavras!!! Abandono sem motivos, sorrisos esquecidos, adormecendo em longos vazios. Escrevo em tom de prece, uma escolha. Escrevo sem assinar o meu nome, rasgando-me em copias de perfeição. Procuro um aroma, inspiração, procuro no horizonte sinais de uma brisa, procuro em vão uma alma que embriaga o meu olhar inerte que se retoca na eternidade do meus sentidos...Toco sem mãos o meu rosto, troco palavras pelo silêncio! Pensares, bordados em tristes lágrimas, que purificam meu olhar. Escrevo pensamentos e nas entrelinhas procuro motivos para escrever , Não encontro as palavras, mas mesmo assim teço sentidos , traço círculos ao tentar escrever as mais singelas palavras repetidas para explicar um sentimento inexplicável. De onde saem as palavras no escuro? Tantas palavras escrevi eu sem nunca as ter escutado na morbidez do silêncio em que me fechei ...Minhas repetidas palavras fazem-me pensar enquanto o meu distraído pensamento fez-me calar. Vejo a união de várias constelações em meu olhar. Em um brilho único, todo encanto do universo pode viver condensado numa única estrela perdida em astros que vagueiam pela eternidade que vertem fragmentos de um puzzle secreto de noites sonhadas em silêncio!!!

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...