sexta-feira, 3 de junho de 2016

Hoje sento-me, no canto da tua alma, espero em silêncio pelos ecos que me faças chegar, pelos lamentos derrubados em lágrimas que escorrem em cascatas pelas íngremes paredes do nosso precipício. No fundo sei que queres vir e por mim lutaras, que desligarás o corpo e o abandonarás a realidade dos seus átomos para vires sentar-te bem junto a mim. Sempre foi em silêncio que num balanço lento, que tantas vezes sentimos na brisa do vento que nos despimos dos lamentos, e bebemos a energia da vida que temos em nossos braços para dar. Os deuses questionam-se, se não preciso de nada, não entendem o porquê desta unilateralidade que parece apenas dar e nada precisar... Mas não é verdade, não há em nós um só sentido, há fluxos que fazem circular sentidos, fluidos e até por vezes gritos desesperados de auxílio mútuo, só assim faz sentido o amor puro. Aquele que não procura a satisfação pessoal, mas a global. Aquele que é unívoco e está disponível para dar indefinidamente sem reclamar o retorno, sabendo contudo que a sua maior satisfação é o prazer de dar, de poder constatar o brilho no olhar ou os cabelos despenteados de quem recebe uma brisa de vento no rosto. Puro é o amor que nada pede e tudo dá, um dia a minha mão desenhara as palavras que hoje calo...

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