sexta-feira, 3 de junho de 2016

Podia falar-vos sobre a essência da pele sem a tocar mas isso seria querer criar o Paraíso sem ter lá vivido. Pergunto-me tantas vezes se haverá palavras que descrevam com o detalhe preciso o delírio de percorrer com as pontas dos dedos os sulcos suaves da pele de alguém que queremos. Será possível que as minhas mãos viagem pelo espaço como sopros de vento de encontro ao desnudo desse corpo? Só posso estar louco ao querer recriar a minha presença, feita de letras e demência sob corpo ávido de ser lido pelo olhar presente do meu olhar nu...Abro a minha janela indiscreta onde me sento, onde te observo, como quem se debruça sobre uma varanda alheia, descubro-te neta verdadeira inocência dos sentidos, como se fosse essa brisa do Sado que acorda nos poros eriçados do teu olhar. faço-me acreditar que viajo pelo espaço à velocidade da luz, como cometa rasgando a fogo dos desejos proibidos, colocando-me no céu como uma estrela sem brilho. Será possível esta intimidade que, sendo já saudade, é igualmente magia, que faz da noite o meu dia e explode com todos os conceitos de amor que nos queremos impor... Depois tudo acontece numa fracção de segundos, tudo se perde num revirar de olhos e todos os conceitos espalhados pela vida fora perdem o valor com a lava incandescente que surge do vulcão ... Quantos amores morrem de respirações ofegantes, declarações distantes que nesta incongruência cósmica se amam, de corpo e alma apesar de todas as distâncias.

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