quarta-feira, 1 de junho de 2016

Hoje e agora aqui, solto as palavras à toa…elas pairam sem tempo indefinido no branco imaculado de uma folha como um borrão disforme, sem encaixe nem compreensão…Fogem de dentro de mim num sentimento que tem tanto de calmo e agitado, como de luz e escuridão. As trevas do que não sei cerram-me o olhar desviando as cortinas dos meus olhos. Não alcanço, não vejo, só sinto. Nesta dialéctica aberta, quase surreal vagueio pelas frases desconexas que almejo entender e rendo-me tantas vezes à evidência de nada ter e pouco ser…Magoa a impotência que se alonga e engrandece à medida que reduz a minha insistência a um mero esforço que aos poucos padece...E só quando exausto quase rendido encosto à margem; é que olho o deserto que me faz tropeçar nas fendas ressequidas dos seus trilhos...Fico assim despido de raciocínio e me aprisiono e me abandono ao rosto amargo do declínio, aceitando o fim da viagem…Tudo acontece...Cheira-me a terra molhada, este tapete de sementes vivificadas onde caminho regadas pelo mar em plena maresia. Antigamente esta energia arrepiava-me a alma…Hoje, acorrento-me à luz do entendimento que me agita, definindo bordados reluzentes soprando meras palavras…Os meus dedos espezinhados balançam frenéticos de confiança. Ignorando as cicatrizes, eles dançam traçando um rasto de esperança, e das palavras à toa a ferro e fogo lavradas, Permanece a certeza tão boa de que elas são o “TUDO” Dos meus insignificantes "nadas"!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...